REVISÃO LEGAL E
RENOVAÇÃO RELIGIOSA NO ANTIGO ISRAEL
Bernard M. Levinson
Resumo da obra
do capítulo dois ao capítulo cinco.
por José Maria V. Rodrigues.
(Bacharel em Teologia)
(Bacharel em Teologia)
Capitulo
02.(p.35-41)
REPENSANDO A
RELAÇÃO ENTRE O CANO E EXEGESE (p.35).
Bernar M. Levinson, catedrático na
Universidade de Minnesota. Autor premiado em diversas obras voltada para os
textos judaicos onde nesta obra examina a doutrina da punição
transgeracional encontrada no Decálogo
através de “uma série de resposta intrabíblica e
pós-bíblicas ao preceito demonstra que o escritores posteriores foram capazes
de criticar, rejeitar e substituir essa doutrina problemática por um noção
alternativa de retribuição individual”(contra - capa).
Levinson
começa sua obra falando dos Cânons das grandes religiões existentes na região
da Mesopotâmia: “A escrituração de um Cânon é característica das grandes
religiões tanto ocidental como oriental, todavia essas culturas enfrentam uma
dificuldade. O Cânon em sua essência deve
ser estável, autossuficiente e delimitado”.
O Cânon deveria ser de forma a:
1-
Salvaguardar
sua originalidade semítica e sinaitica;
2-
A fórmula deveria impedir a inovação literária
e proteger textos originais;
3-
Não
conter alguma incorporação que não
fossem adequadas a instrução sapiencial;
4-
Também
deve ter além de sua “fixidez”, a “suficiência textual” como suas marcas;
5-
tratar
das necessidades variantes de gerações posteriores .
Quanto a aplicabilidade do Cânon
Levinson destaca: “As comunidades posteriores com suas dificuldades
conflitantes deveriam se orientar pelo Cânon
ou o mesmo Cânon imutável deveria se ‘adaptar às realidades da vida
social, econômica, política e intelectual que
jamais foram contemplados pelos cânones “na época de sua composição’. No
cristianismo a volta de Jesus que deveria acontecer em breve e para o judaísmo,
a destruição do templo encerrando o sacrifício no templo,. são exemplos de
ocorrências jamais contempladas pelos
cânones”(p.36).
A
crise pôde engendrar uma produção inovadora, por exemplo, o judaísmo farisaico
que afirmava que sua doutrina “derivam da
tradição Sinaitica por meio da tradição
oral; a consolidação da igreja na
doutrina de organização e admissão de gentios, o movimento separado do
islamismo sunita e javita são, de muitas maneiras justamente os resultados
desses casos em que o cânon estrutural enfrentou circunstâncias históricas
que ameaçavam a sua viabilidade”.
Se
o cânon literário fechado como repositório de revelação ou discernimento é a
fonte de estabilidade para uma tradição religiosa, a exegese provê vitalidade.
Exegese e hermenêutica são os conjuntos
de estratégias interpretativas destinado a entender a aplicabilidade de determinado Cânon à vida como um todo, ou mesmo ás circunstâncias
originalmente não contempladas pelo próprio Cânon. A exegese toma o Cânon
textualmente finito se torna infinito na
sua aplicação.
Levinson
cita alguns estudos de autores como a fórmula apresentada por Jonathan Z.
Smith (delimitação canônica x expansão
exegética – a inventividade exegética) representa a “atividade religiosa mais
característica persistente e obsessiva”. Todavia
o autor propõe ir além do modelo de Smith em duas direções:
primeiro, “a criatividade da exegese consiste não apenas em sua habilidade de
adaptar a novas circunstâncias não
contempladas pelo Cânon, mas na afirmação do intérprete de que não há atividade
inovadora ou transformadora envolvida, seja qual for: o interprete meramente elucida a plenitude da
verdade já latente no Cânon”.
Levinson
compara, por exemplo, o Deut. 13:1 com Deut. 12; onde aquele apela por fidelidade aos status
quo[1] e este ultimo fala da restrição de todos os
sacrifícios ao santuário central o que
ele classifica como paradoxal. Esse paradoxo sinaliza, de muitas maneiras, uma
constante na historia literal judaica. De Gershom Sholem mostra como cada transformação sucessiva de
tradução se apresenta como implícita e consistente com o Cânon original e
não como um abandono dele. Considera o
peso colocado sobre o Sinai e suas leis considerando a lei do sábado primorosamente codificado na Mixma.
Por conseguinte percebemos que Deut. 13:1 e 12 por diversas vezes na
historia de Israel não foi possível de ser colocado em prática, pois por três
vezes tiveram seu templo destruído e com isso muitos anos viveram sem templo
para o sacrifício.
Em
segundo lugar, Smith pressupõe que a inventividade exegética ocorre subseqüentemente à formação de um Cânon fechado, por
conseguinte, o Cânon está sujeito à “reaplicação
hermenêutica somente depois do seu fechamento; de forma alternativa, o Cânon é
um problema hermenêutico apenas pós-canonicamente. ”.
Levisom
enfatiza que a inventividade do interprete opera tanto nos períodos pos-bíblico
(Hain H. Cohn é citado), mas também no período formador do Cânon, enquanto
estes textos estão sendo compostos e colecionados. Também salienta que o modelo de Smith ‘pressupõe uma hierarquia entre o cânon e interpretação; todavia essa
hierarquia é insustentável , uma vez que a interpretação é constitutiva do Cânon
; ela não é secundária a ele em termos de cronologia e nem de significado’.
Sobra
a “contribuição a aproximação da exegese intra-bíblica” com o estudo Biblicos por Nicha El Fishban e James L. Kurgel, afirma que estes
estudos têm contribuído com uma nova
perspectiva importante para a disciplina ao enfatizar as textualidades das
escrituras; ao demonstrar a função do
texto na cultura do Antigo Israel no
período do segundo templo; e ao reconhecer como os antigos escritores buscavam
explicar, responder e contestar textos mais antigos que já tinham prestigio
cultural.
Finalmente
o capitulo dois termina com o autor esclarecendo
qual caminho pretende percorre e
esclarecer.
A
exegese provê uma estratégia para a renovação religiosa;
Renovação
e inovação são quase sempre veladas ao invés de explicitas no Antigo Israel;
Em
muitos casos, a exegese envolve não a explicação passiva, mas a subversão
radical de textos autorizados prévios, e; esses fenômenos são encontrados na
literatura do Antigo Israel antes do fechamento do Cânon.
Capitulo três
(p.43-70)
O PROBLEMA DA
INOVAÇAO NO CÂNON FORMATIVO
O
terceiro capítulo começa falando que “ o conceito de revelação divina da lei distingue da religião israelita
de todas a outras religiões do antigo Oriente Próximo”. Afirmando que o próprio YAWEH era que
‘publicamente revela a sua vontade a Israel na forma de lei cúltica, civil e
ética’; onde ‘a obediência a ela se tronaria a condição pra o
relacionamento adequado da nação com Deus e a posse da prometida terra de
Canaã’. Sendo que o ápice dessa
revelação foi quando Deus entregou os Dez Mandamentos no alto do Monte Sinai a
Moisés (p.43).
Sobre
o Legado da lei cuneiforme destaca que o
‘Oriente Próximo legou ao antigo Israel um gênero literário de prestigio que se
originou nas escola escriba da Suméria e
então espalhou pelo Crescente Fértil e região’. Desta forma, a
reivindicação dos autores israelitas
pela origem divina de suas escrituras, associadas aos restos arqueológicos do
antigo Oriente Próximo eliminam qualquer
noção de lex ex nihilo[2]. Destaca ainda eu toda lei Bíblica ou é atribuída diretamente a
Deus ou indiretamente a ele por meio de Moisés, o seu intermediário profético
eliminando qualquer noção de Lex ex
nihilo. Formas de lei e
escrituração que vem ou que foram herdados de povos mais antigos como os
Sumérios e babilônicos e outros, cujas obras serviram de referencias, pois “partilham muitos pontos de contato
pormenorizados com esse material cuneiforme em terminologia técnica,
formulação e tropo legal. Ou seja, as
escribas israelitas aprenderam com o modelo cuneiforme a convenção genérica de
enquadrar a seqüencia de
disposições legais com um prólogo e
epilogo literário nos quais um orador real alega responsabilidade pela
promulgação das leis”(p.45).
Seguindo
esse modelo, “os escribas introduziram
uma nova modalidade de lei no mundo antigo: a revelação divina da Lei”. A
coleção não se tratava de um gênero
literário, mas “as expressão da
lei publicamente revelada com a vontade pessoal de Deus, que era única para o
Antigo Israel. Atribuir um texto legal a
Deus literalmente lhe confere autoridade suprema. De
forma que não exista uma única Lei que não seja atribuída a Deus ou ao seu mediador profético, Moisés, assim também o inverso é verdadeiro”. A
supressão da identidade do autor humano do texto se estenda para além da Bíblia. Com exceção dos profetas, os autores jamais falam explicitamente em
suas próprias vozes; pseudônimos e formas anônimas (prov. 1.1, Ez. 1.1) são
empregados ou são associados a uma figura venerada (1 Rs. 3.28; 4.29-34)
(p.47,48). Se por um lado atribuir a Lei
como uma revelação divina “empresa
autoridade máxima à Lei”, por outro lado, o legislador humano ou a voz
humana adquiriu autoridade
relativa.
A
inovação apresenta dificuldades, especiais numa cultura com um conceito de
revelação divina, de como haver mudança legal.
Como os textos legais divinamente revelados podem ser revisados para serem
adaptadas as novas circunstancias sem
comprometer a sua autoridade ou a de Deus?
Levinson
cita como exemplo para justificar as mudanças ocorridas, as leis
Hititas. Em duas tabus de cem leis cada,
descobertas em 1906 em Boghazkoy, na Turquia Central, são verificadas mudanças revisoras
na aplicação das penas aos crimes praticados por esta cultura antiga. Desta forma, afirma Levinson, “seria natural espera que tipos semelhantes
de revisão tenham ocorridos no Antigo Israel, cuja literatura se estende por
aproximadamente mil anos; uma vez que Israel experimentou muitas mudanças
violentas na economia, na estrutura social, na organização política e na
religião, o que aumenta ainda mais a probabilidade que emendas jurídicas
tivessem ocorridos”(p.48,49).
Existe
uma notável ausência de evidencia para a revisão e atualização da Lei pentatêutica. Nuances são apresentadas no Pentateuco como possível mudança, visto que a circunstância exigia e o caso em particular não
estava explicito na Lei (Lev. 24.10-23; Nm.9.6-14s). O único caso claro de
mudança de revisão legal explicita na Bíblia hebraica encontra-se no Livro de
Rute, não lida como “Lei revisada, mas
como costume” ainda que seja uma construção romântica com pouco fundamento
na História legal(p.51).
Historia legal como um tropo literário em Rute.
(p.52)
O
debate de Levinson se faz em torno do livro de Rute[3]
onde se verifica a “única admissão
explicita de um a modificação legal na Bíblia. A fórmula técnica distingue
entre o que era o caso em tempos passados e o que implicitamente é o caso
agora”. O livro é apresentado como
composição literária possível no período pós-exílico da reconstrução, quando,
sob o domínio persa, não havia mais monarquia em Judá. Quando a comunidade de Israel retornou do
exílio e se formava uma nova noção em torno do novo templo reconstruído
por Zorobabel , Esdras e Neemias. Na ocasião “eles tomaram uma posição exclusivista insistindo na expulsão das mulheres
estrangeiras, rejeitando a integração por meio do casamento” (Ed. 9-10). No
entanto, em contraste com a posição exclusivista de Esdras, “os autores de Rute
promovem uma visão porosa dos limites da comunidade, sancionando a inclusão por
meio do casamento”.
Esta
possível “inovação” contraria o texto Deuteronômico de proibição da admissão dos moabitas na comunidade de Israel. Rute, a moabita é acolhida na comunidade de
Israel que, “segundo a Lei pentateuca,
teria sido incondicional e
perpetuamente impedida de entrar na
comunidade de Israel” (Dt.23.4)(p.56).
São
vistas no livro fatos que procuram revisar e liberar as exigências do Deuteronômio
com relação às regras da colheita (Dt. 24.19);
e as leis do matrimonio Levi ico (Dt.
25.5-10); a exclusão dos moabitas da
comunidade (Dt. 23.4-5). São verificadas algumas distinções do ritual, dos costumes e observação da lei
pentatêutica no Livro de Rute em comparação com o Pentateuco. Assim como são verificados
as mudança ou renovação nas leis Hititas,
também são verificadas inovação na Lei
Pentateutica.
Levinson
destaca com o autor de Rute registra a declaração de Rute. 4.7: “assim que era o costume em Israel”
subentende que esse costume já não era mais praticado nos dias em que o livro
foi escrito e a explicação é para aquela
sociedade que não conhecia o costume antigo.
A questão normativa no livro de Rute é abrasada pela genealogia do rei
Davi (Rt. 4.17-22) quando a coleção que fala a voz literária ou atribuição direta a um prestigio orador divino ou ligado a realizar.
O impacto da idéia da
revelação divina.(p.61)
Levinson
faz uma amostragem no Antigo Testamento do que parece ser a “falibilidade de Deus no que diz respeito à
criação (quando se arrepende de ter criado o homem) Gn. 6.7, quanto à iniqüidade humana (Eli-1 Sam. 2.3;
Saul- 1 Sm. 15.11) e nos oráculos divinos
proclamadas pelos profetas (comparar Ez. 26.7-14 e 29.19,20).
Apesar
de todos esses casos, Levinson afirma
que, “não
existe qualquer duvida sobre a infalibilidade da Lei ou proclamações ética em
si mesma”. A falibilidade está no
fato de que Deus criara uma humanidade
falível, “por esta razão as visões proféticas de uma ‘nova era’ pós-exílica não raro incluem noções de
indignação de um novo regime moral e religioso
de sorte que inaugura uma nova proposta
de transformação da humanidade ou do coração do homem
quando este se volta para a obediência da Palavra Deus ou das Leis
infalível: “A mudança jaz na reprogramação divina da natureza humana, com se
habilitasse - ou talvez coagisse –
humanos falíveis a darem atenção à lei infalível de Deus”.
Levinson
diz que a suposta contrariedade nas
narrativas que são retratadas pelos autores divino onde Deus muda de
idéia faz ajustes e expressa arrependimento são para verificar a sabedoria e a autoridade de Deus
como absoluto e clara tensão inerente
nas leis bíblicas entre renovação e conservadorismo: entre a necessidade de se
reformar leis ou de criar novas leis a da inevitável mudança histórica e o
desejo de se preservar a autoridade das leis que reivindicam uma origem divina.
Retórica do encobrimento que
serviu para encobrir (camuflar) a historia literária real das leis. ( p.34)
Em
vez de especificar claramente as mudanças, o “editor das Leis divinas encontrou formas indiretas de adaptar a nova
lei às novas circunstancias sem menosprezar o prestigio ou a autoridade das
leis que a tradição atribuía à revelação divina”.
A
narrativa romantizada de Rute, portanto,
é um “tropo” literário com esforço para autorizar a nova Lei. São verificadas
diversas situações com a de Rute no Antigo Testamento e vista, também,
no decálogo. No decálogo como Deus se manteve fiel ao cumprimento
da Lei (Ex. 20.4): “Não farás para ti imagens de
escultura...” que poderiam ter sido
inseridos posteriormente divido a
idolatria que surgiu posteriormente.
Era um estratégio posterior na
historia da religião israelita usando para complementar o v2 que afirma: “Não adoraras outros deuses”;
neste caso as imagem e esculturas.
A
punição aos transgressores “até terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem” são vistas em Davi
ao puni-lo com a morte do filho bastardo
e o exílio babilônico devido a apostasia dos filhos de Israel.
Capitulo quatro
(p.71-94)
A relaboração
do principio da punição transgeracional: quatros estudo do caso.
A
punição transgeracional consiste no fato
de que Deus puniu Israel com o exílio
Babilônico devido à apostasia de gerações anteriores. De outra forma, punição
transgeracional é punir a ultima geração pelos pecados das gerações anteriores ou por causa dos
filhos anteriores. O exílio Babilônico
seria uma justificação às nações que
o Deus Javé estava punindo seu povo pelas faltas anteriores.
Os
textos exílicos e pós-exílicos confirmam
que essa “solução historiográfica criou
tantas dificuldades teológicas quanto buscou resolver”. A justificativa para o
Exílio é atribuída à ingenuidade dos
pais (Lm. 5.7) que faz correspondência com a doutrina do decálogo, o qual afirmava punição “dos pais nos filhos”
(Ex. 20.5). Assim o provérbio de Ezequiel 18.1
e a afirmação de Lm. 5.7 soam como “grito por justiça” que parece partir do próprio Yaweh visto na
expressão: “como poderemos viver?” (Ez.
33.10)(p.73).
A transformação da justiça divina
em Ezequiel.
O assunto a seguir gira em torno de como
Ezequiel trata o problema àquela geração
que vivia incertezas em meio às deportações e ameaças Babilônica. A mudança na justiça divina quanto a punição é afirmada sobre o provérbio
popular, “os pais comeram uvas verdes, mas os dentes
dos filhos embotaram” para “cada
um morrerá por sua própria falta”
e “todo
o homem que tiver comido uvas verdes terá sues dentes embotados(somente os
seus)” (Jer. 31.29-30). Ezequiel procura atenuar o mandamento do decálogo (Ex.20.5) como divino e emitindo incertezas na justiça divina e
evoca inovação sobre o mesmo. O profeta, na verdade “desvaloriza” a atribuição original da
doutrina de Deus e, em seguida a “revocaliza” com sabedoria popular.
A
dificuldade do lema é colossal, pois se trata do Decálogo, da vontade de Deus. Estabelecida e obedecida
por séculos e gerações. Acrescenta ainda
que houve ‘uma percepção popular da injustiça divina’ e isto tem ‘um fundamento no cânon formativo
do Antigo Israel’. Em nota de rodapé (p.75)
há um acréscimo de Joel S.Keminsky dizendo que ‘o principio de responsabilidade individual desenvolvido por Ez.18 em
termos ad hoc. Como uma resposta a um situação especifica e não como uma rejeição
orquestrada da punição transgeracional
no todo, e menos ainda como uma rejeição de um texto particular ou de
uma tradicçao especifica’. O debate prossegue com citação de outros autores e
outros pontos de vista. ...
Levinson
considera que “repudiar um dito popular e
uma coisa muito mais simples do que
rejeitar o conceito da punição transgeracional do Decálogo”; “os pais não serão
mortos no lugar dos filhos, mas cada um será executado (apenas) por seu próprio crime” (Deut. 24.16). Sob essa versão da lei civil e criminal,
Ezequiel baseou a sua regulamentação
quanto à ofensa contra a divindade. O profeta do exílio é visto com um advogado
da religião dos indivíduos em contraste com uma identidade religiosa
coletiva. O individuo é o responsável
pela iniqüidade e será punido, mas se
houver arrependimento ele não sofrerá as conseqüências do seu mal
(18.21-23.27-29)(p.78).
Immanel Kante(1724-1804) filosofo do inicio da era moderna é citado: ‘Kant prepara um critica pungente da idéia de
que o passado determina as ações de uma pessoa no presente. Ele desafia
qualquer colocação que reduza uma pessoa ao seu passado e impeça o
exercício do livre arbítrio ou a
possibilidade de mudanças. Ele sustenta que as pessoas são livres a cada
momento para fazer novas escolhas morais’. O debate continua dizendo
que Kant ‘procurava resistir contra as doutrinas filosóficas do determinismo,
tanto o determinismo psicológico como o determinismo metafísico e buscava
desenvolver uma teoria da ação humana que justifique a liberdade de escolha e
aprovisione a responsabilidade como uma base filosófica solida’(p.80). Salienta que o agente moral está sempre
presente no momento da escolha. Para Kant não estava tão certo como Ezequiel
quanto a esquecer todos os problemas ou erros do passado e oferecer absolvição. Levinson conclui que ‘o conceito de conversão ou de arrependimento
é realmente um enigma filosófico’(p.81).
Levinson
continua a respeito dizendo: “Ezequiel
começa com o destino inexorável, mas termina com a liberdade, a ação moral e o
arrependimento com as únicas forças que exercem influencias sobre a atividade
humana”. De forma notável, essa mudança acontece sem qualquer rejeição
explicita da Lei divina.
Na
dissertação quanto a Homilia
do livro de Deuteronômio comparando
textos a fim de mostrar a mudança na punição transgeracional para individual: “A
inovação doutrinal é efetuada por meio
da reformulação textual ”(p.85). A
conclusão que Levinson faz a respeito da
mudança textual é ‘no Pentateuco estão repletas de exemplos em que os editores ativamente
buscam criar uma Escritura uniforme e um tradição coerente como resultado dessa divergência’
(p.91).
Quanto
ao texto de Deuteronômio, acrescenta ainda que ‘muitos estudiosos data a composição do seu núcleo literário no final
do sétimo século, uma vez que a demanda do Deuteronômio por centralização
cúlticaa é vista como o gatilho da reforma religiosa dde Josia(622 a.E.; 2 Rs
22-23; compare 2 Cr.34-35). Certamente foi adicionado material ao livro durante o exílio e também
subsequentemente, no período persa; a instrução com respeito à justiça divina
em Deuteronômio 7 provavelmente deriva dessa atividade tardia’(p.90).
As alterações textuais não estão
restritas somente a Deuteronômio , ‘na
qual autores e editores posteriores respondem, contestam, reinterpretam,
reconciliam, expandem e harmolizm as camadas mais antigas’.
Levinson apresenta como os escritos judaicos
pós-bíblicos como os Targum e o Talmud também, traduzem o Decálogo de forma
revisada como por exemplo: ‘visitando a
culpa dos pais sobre os filhos rebeldes, sobre a terceira e a quarta geração
daqueles que me rejeitam, quando os filhos continuarem a pecar como os seus
pais’ (Omiti do texto as escrita hebraica devido a dificuldade de escrever no
Word); elucida que o que o Targum
afirma , é que a justiça divina requer uma noção de responsabilidade individual (grifo meu)(p.93).
O capitulo quatro termina na
tentativa de elucidar o contraste entre a autoridade do Decálogo quanto a
punição trangeracional e a responsabilidade individual. Se os textos
posteriores estão ou não contrariando a autoridade do Decálogo, uma vez que
ficou claro a respeito da responsabilidade individual. Ele diz que o Targum
criou um tertium quid[5]: “a punição transgeracional no Decálogo
fica de pronto dependente de se cada geração envolvida falha ao promulgar o
arrependimento que revogaria a retribuição”. Levinson encerra o capitulo
informando que ‘essa transformação
revisionista do Decálogo como propondo a
doutrina da punição individual se tronou largamente aceita na teologia
rabínica, tanto na exegese talmúdica como na medieval’(p.94).
Capitulo cinco
(p.95-99)
O Cânom como
patrocinador de inovação.
O
destaque no capitulo cinco fica por conta dos escribas que foram hábeis e
tecnicamente treinados como agente da
mudança cultural e a dificuldade de inovação nos texto do Antigo Israel. Os
escribas tiveram papel fundamental
reelaborarão textual provocando uma renovação religiosa. ‘O escriba é tanto um
pensador como um visionário religioso; o espírito se torna manifesto na revisão
que o escriba faz de um texto’. Essa
inventividade requeria recursos técnicos
notáveis, evitar que houvesse descaracterização da voz do texto original e promover a arte escribal. ”Este vasto repertorio de truques da mão
escriba sugere a dificuldade de inovação no Antigo Israel”
Conclusão:
O
que noto como de grande importância é
como o escribas e editores tratavam os textos Sagrados.
E como intencionavam manter sua
autoridade e originalidade sem tirar ou por uma letra. Também a
dificuldade da exegese e hermenêutica
quanto a punição trangeracional.
Nos dias atuais são vistas algumas
interpretações errôneas quanto ao texto de Exodo 20.5., principalmente dentro do tema “maldição hereditária” e ele
livro veio elucidar quanto a este
assunto.
FONTES
DE PESQUISAS.
CHAMPLIN,
r.n. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia, 10ª. Ed. São Paulo: Agnos, vol. 05, 2011.
Pesquisa
na Internet.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Targum. Em 16/05/2014
http://en.wikipedia.org/wiki/Tertium_quid. Em 16/05/2014
[1]
Status quo do latim, “estado atual”
[2] [2] Lex ex nihilo, do latim ‘lei do nada’. Significa que a
lei de Israel tem uma origem, uma fonte anterior, neste caso tem origem
Sumérica, pelo menos quanto a estrutura e estilo de texto.
[3] Champlin argumenta que para alguns eruditos, devido ao
“aramaísmo e outras formas literárias posteriores”, datam no período pós-exilicoa, mas esse
argumento é rebatido por outros estudioso, pois o aramaísmo ´pode ser visto desde o período mosaico’. (CHAMPLIM,
2011, P 747)
[4] Targum (do Hebraico תרגום ,
no plural targumim) é o nome dado às traduções, paráfrases e comentários
em aramaico da Bíblia hebraica (Tanakh) escritas e compiladas em Israel e Babilônia, da época do Segundo Templo até o início da Idade Média, utilizadas para facilitar o entendimento aos
judeus que não falavam o hebraico como língua mãe, e sim o aramaico. Os dois targumim mais conhecidos são o Targum
Onkelos sobre a Torá e o Targum Jonatã ben Uziel sobre os Nevi'im (profetas).
[5] Tertium quid refere-se a um terceiro elemento não
identificado que está em combinação com dois outros conhecidos. [1] A frase
está associada a alquimia. [1] Ele é latim para "terceira coisa", uma
tradução do grego ti Triton (τρίτον τι) . [1] a frase grega foi usada por
Platão (360 aC), [2] e por Irineu (c. AD 196). [3] o exemplo mais antigo é
Latina por Tertuliano (c. 220), que usou a frase para descrever uma substância
misturada com propriedades compostas, tais como electro, um sentido um pouco
diferente do que o significado moderno [4].(TRADUÇAO GOOGLE)
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