CURSO DE PREPARAÇÃO PARA BATIZANDOS
Origem
do batismo.
“O batismo
cristão mantém certa relação com (1) as cerimônias de purificação dos judeus,
(2) com as cerimônias de iniciação dos convertidos gentios ao judaísmo (mas
jamais se confunde com elas) e (3) com o batismo de João. Aquelas cerimônias de
purificação estavam associadas á purificação cerimonial (certa qualificação
para ser relacionarem com o provo e para participarem do culto no templo) e
também ao arrependimento de pecados. Semelhante ao batismo de João, embora este
apontasse para alguém que “viria após ele”
e que “estavam prestes a receberem o Reino de Deus”. Na cerimônia do prosélito
convertido ao judaísmo, no inicio da era cristã - eles deveriam submeter-se à
circuncisão, a um banho ritual e oferecer sacrifício. Sobre Cerimônia de
purificação ver: Lv. 12.7; 14.8; 15.5,8, 10,13.
Maria submeteu-se
a cerimônia de purificação após o parto conforme ordenava a Lei (Lc. 2.22-24). Jesus
pediu ao leproso curado para cumprir a lei sobre cerimônia de purificação (Mat.
8.1-4).
O modo usual de purificação consistia em
banhar o corpo e lavar as roupas: “... lavará
suas roupas e se banhará em águas correntes e ficará puro” (Lv. 15.13). Em
seguida oferecia duas ofertas de sacrifício (uma em holocausto, outra em oferta
pelo pecado, tudo falavam de arrependimento e comunhão com Deus). Israel foi
chamada para ser santa (Lv. 11.44,45) e separada de toda impureza. A impureza
cerimonial falava de pecado. A higiene corporal era exigida em sua sociedade.
As leis do asseio eram seguidas pelos observantes ao se aproximarem de Deus. A
pessoa “limpa” era aquela que podia aproximar-se de Deus para adorá-lo (Ex.19.10;
30.18-21. Js 3,5). “Limpo” era aquele que não contaminava cerimonial mente. O
termo “limpo” era empregado para animais (Gn. 7.2), lugares (Lv. 4.12), objetos
(Is. 66.20) ou pessoas que não estivessem cerimonialmente contaminadas (1 Sm
20.26).
Pelo visto, o
batismo cristão mantém uma relação, embora remota, com a cerimônia de
purificação, com o batismo dos prosélitos e com o batismo de João. Não pense
que isso é tudo tem outros aspectos que serão vistos mais adiante. Vimos também
que as pessoas obedeciam às ordenanças e faziam isso voluntariamente.
O batismo
de João.
O batismo de João
pressupunha o arrependimento. O arrependimento era a condição imposta por João para
ser batizado (Mt. 3.11). Era ministrado por João, por isso “batismo de João”;
que não queira fazê-lo aos fariseus e saduceus por não darem nenhuma
demonstração de arrependimento (7,8). O batismo de João era a mesma cerimônia
de iniciação ao judaísmo aplicada aos prosélitos.
João Batista
inaugurou um novo capítulo na História da Salvação, estava “preparando o
caminho para o Salvador-Messias prometido (Mc. 1.2-5; Jo 1.30, 31; At.1.22,
10.37; 13.24). As pessoas eram imersa (batizada) na água barrenta do Jordão,
ato que falava da cruz, morte e ressurreição de Cristo. João pregava sobre
“aquele que haveria de vir”. O batismo de João olhava em direção daquele que
haveria de vir. Jesus vem e pede o batismo das mãos de João, validando o
ministério de João e profetizando sua morte e ressurreição para purificação
daqueles que cressem. Jesus não tinha pecado para se arrepender, mas “se fez
pecador”, igualando-se aos homens.
O
batizado de Jesus
– Mt. 3.13-17
Jesus Cristo, feito
homem e membro da família humana, procurou agir como deveriam agir os
pecadores, embora não tivesse pecado algum, mesmo assim Jesus compareceu
voluntariamente ao Jordão. Procurou o batismo de João Batista explicando a ele
que seu agir tinha como propósito “cumprir toda a justiça”:
1) Ele precisava identificar-se com a
humanidade pecaminosa, que viera salvar; e (2) Seu sepultamento batismal na
água, e Sua saída da mesma, haveriam de dramatizar Sua vindoura morte,
sepultamento e ressurreição. Ler Marcos 1:9-11; Mateus 3:13-17 e Lucas 3.21-23
(§ 24). Apesar Dele não ter pecado nenhum a confessar não foi desobrigado de
deixar de cumpri aquele ato justo de obediência. Jesus estava sancionando o
batismo de João e acrescentando mais sentido ao simbolismo do batismo, p.e., o
da consagração a Deus. Jesus deixou
exemplo aos seus seguidores. Se o Mestre e Senhor se submeteu ao batismo, porque
que seus seguidores não haveriam de fazer o mesmo?
Vemos todos os
três membros da Triunidade participaram da cena batismal de Jesus: o filho
submeteu-se ao batismo; o Pai O identificou; e o Espírito O ungiu
para Sua tarefa oficial. As palavras ditas pelo Pai procedem do A. T.,
identificando a Jesus tanto como o Messias davídico ("Tu és o meu Filho amado", declaração extraída de Salmos
2:7, um salmo real) quanto como o Servo do Senhor ("em ti me comprazo", declaração extraída de Isaías 42:1,
um dos "cânticos do Servo", na última porção do livro de Isaías).
Por algum tempo,
Jesus levou a efeito um ministério de batismo, através de Seus discípulos. Ele
não administrava pessoalmente o rito. E quando João Batista ouviu a noticia
sobre essa atividade aparentemente rival, proferiu um retumbante elogio a
Jesus, no qual comparou Jesus a um noivo, ao passo que ele mesmo seria apenas o
padrinho ("o amigo do noivo").
Segundo os costumes judaicos, o padrinho se encarregava dos preparativos para
as bodas, da parte do noivo. João também contrastou a sua própria origem
terrena com a origem celestial de Jesus. Ler João 3:22 - 4.4; Lucas 3:19, 20;
Marcos 1:14; Mateus 4:12 e Lucas 4:14 (vs 33 e 34).
Novo
nascimento – Jo 3.
A declaração que
ele proferiu, no sentido de ser Jesus um "Mestre vindo da parte de Deus" (3:2), estabelece o contraste
de Jesus como operador de milagres com os teólogos puramente acadêmicos, que
saiam das escolas rabínicas. E a réplica dada por Jesus, de que a pessoa deve
"nascer de novo", deu a
entender a insuficiência da fé somente em milagres. A fé salvatícia deve
forçosamente envolver a entrega moral e espiritual mais profunda, que efetue
uma renovação comparável a um novo começo de vida, com uma nova natureza,
outorgada desde os céus, lá no alto. Somente então é que um indivíduo pode ver
e entrar no reino de Deus. De modo preliminar, entretanto, agora mesmo o crente
começa a desfrutar da vida eterna que faz parte do governo divino.
Por si mesma, a
fé não produz renovação espiritual. Antes, no momento da fé genuína em Jesus
Cristo, o Espírito Santo purifica o coração ("Nascer da água e do Espírito" simplesmente alude à operação
purificadora do Espírito, na regeneração. Comparar com Tito 3:5 e Ezequiel
36:25-27. Era com base naquele trecho de Ezequiel, e na comparação rabínica
entre um prosélito e uma criança recém-nascida que Jesus esperava que Nicodemos
compreendesse as Suas palavras. Existem outras comparações, das quais equiparam
a água com o batismo, com o nascimento natural, com o próprio Espírito e com a
Palavra. Jesus compara as operações invisíveis do Espírito com o vento. O vento
mesmo não pode ser visto, mas seus efeitos são perfeitamente evidentes. Ao estabelecer
a comparação, Jesus estava criando um jogo de palavras, ante o duplo sentido do
termo usado, o qual significava tanto "vento"
quanto "espírito". A obra renovadora
do Espírito se fundamenta sobre a descida de Jesus, desde os céus, e sobre Sua ascensão
de volta aos céus, por meio da cruz. Nesta altura, Jesus compara Sua vindoura
crucificação com a ocasião em que Moisés levantou a serpente no deserto (3:13, 14;
vide Números 21:8, 9). Ser batizado é antes ser batizado em Cristo (Tt. 3.5)
Batismo
em Atos.
Quando ouviram
isso, os seus corações ficaram aflitos, e eles perguntaram a Pedro e aos outros
apóstolos: "Irmãos, que faremos? “Pedro respondeu: "Arrependam-se,
e cada um de vocês seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão
dos seus pecados, e receberão o dom do Espírito Santo. Pois a promessa é
para vocês, para os seus filhos e para todos os que estão longe, para todos quantos
o Senhor, o nosso Deus chamar". Com muitas outras palavras os advertia
e insistia com eles: "Salvem-se desta geração corrompida! “Os
que aceitaram a mensagem foram batizados, e naquele dia houve um acréscimo
de cerca de três mil pessoas” (Atos 2.37-41 NVI-Grifo meu). Ver Atos 8.30-39.
O fraseado de Atos 2:38 -
"Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo
para remissão dos vossos pecados" - parece dar a entender que o batismo em
água seja necessário para que se receba
o perdão de pecados. Mas visto que muitas outras passagens requerem tão somente
o arrependimento e a fé em Jesus Cristo, é melhor considerarmos o
batismo como a maneira usual de demonstrar o arrependimento e a fé. O problema
de crentes não-batizados jamais surgiu nas páginas do Novo Testamento.
(Alternativamente, poderíamos traduzir: "cada um de vós seja batizado... em resultado da remissão dos vossos
pecados". Comparar com Mateus 3:11; 12:41; Lucas 12:32.
Em Éfeso: discípulos de João Batista recebem o
batismo cristão, evangelização bem sucedida e levante encabeçado por Demétrio e
os ourives (19:141)
O desconhecimento - Apolo – At. 18.24-28. Com o fim de
preparar os leitores para o relato do ministério de Paulo em Éfeso, Lucas insere um parágrafo a respeito da
pregação de Apolo em Éfeso. Esse
eloqüente judeu alexandrino pregava a Jesus, mas conhecia apenas o batismo de
João Batista, o batismo condicionado ao Arrependimento. Noutras palavras, Apolo
não batizava os seus em nome de Jesus. E depois que Priscila e Áquila
informaram-no melhor sobre a doutrina e a prática cristã, Apolo se dirigiu para
Acaia (Grécia).
Batismo nas epistolas de Pedro – 1 Pe 3.18-21. Ao comparar o batismo com o dilúvio, Pedro indica
cuidadosamente que o contato do batizando com a água não remove o pecado ("não sendo a remoção da imundícia da
carne"); antes, a atitude interna de arrependimento e fé, que se
exibe mediante a submissão ao rito batismal ("a indagação de uma boa consciência para com Deus”, (v-21), é que
conduz à remissão de pecados. Ao se conduzir ao batismo a pessoa já demonstra
certa submissão a Deus.
O
batismo em Romanos
– Rm. 6:1-14. Apresenta o batismo como símbolo da união do crente com
Cristo, em Sua morte, no tocante ao pecado, e a sua nova vida, no tocante à
justiça.
Paulo repudia
horrorizado tal raciocínio, estribado na doutrina da união do crente com Cristo,
o que se vê dramatizado no batismo cristão. No batismo, a crente confessa a sua
morte para o pecado através da identificação com Jesus Cristo. Confessa que
reviveu para a justiça, mediante a sua identificação com Cristo e a Sua
ressurreição. Até onde Deus está envolvido, por conseguinte, o crente morreu
quando Cristo morreu, e ressuscitou quando Cristo foi soerguido dentre os
mortos. Esse fato coloca o crente debaixo da obrigação de viver para a retidão.
Assim sendo, compete-lhe conformar sua auto-imagem de conformidade com a
perspectiva divina (Ler Romanos 6 – 8).
O batismo
ilustra a nossa morte para o pecado e o nosso reviver para a retidão (vide o
capítulo 6).
As
ordenanças à Igreja.
O
Senhor Jesus estabeleceu o batismo e a
ceia como os dois ritos ou cerimônias a serem observadas pela sua igreja.
Essas duas instituições são chamadas de ordenanças, porque foram ordenadas por
Jesus (MT. 28.19 Mc. 16.16) os discípulos cumpriram a ordem de Jesus, batizando
os novos crentes conforme o mandamento que haviam sido deixados (Mc. 16.20; At.
2.41; 8.12-13,36-39; 10.47).
Batismo
nas águas.
“Portanto,
ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito
Santo”
(Mt. 28.19). “Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não
crer será condenado” (Mc. 16.16). Para ser condenado basta “não crer”. Entre
crer e ser salvo tem um caminho a percorrer: ser batizado. O batismo, por sim
só, não salva, não lava pecados e não complementa a salvação. Esse batismo aqui
não é apenas o batismo na água em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo,
mas um estado de constante batismo (imersão permanente em Cristo). Para alguns teólogos o Batismo é uma
iniciação, porém é algo mais profundo, é um testemunho público da nova vida em
Cristo assumida pelo batizando, que agora vive em Cristo e para Cristo, portanto
a forma e as condições são importantes.
A
Forma.
1) -Por imersão: A palavra grega βαπτιζω (baptizo)
significa “mergulhar repentinamente, imergir, submergir (de embarcações
afundadas)”. A palavra batizar significa é
imergir, sendo este seu fundamental, constante e único sentido. Representando nossa imersão em Cristo e tudo
que ele representa e fez por nós, bem como aquilo que ocorreu nosso interior e
que determinamos fazer daqui por diante.
2) -Com água, pois fala de lavar, limpar, purificar.
Refresca e saciar a sede. Que também simboliza o Espírito Santo, no qual fomos
batizados no corpo de Cristo: “Pois em um
só Espírito fomos todos nós batizados em um só corpo, quer judeus, quer
gregos, quer escravos quer livres; e a todos nós foi dado beber de um só
Espírito” (1 Co. 12.13).
3)
-Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo: a
triunidade está envolvida no batismo nas águas. Fazer “em nome de”,
significa representar, com a mesma autoridade, aquele que ordenou ou mandou,
por não poder fazê-lo pessoalmente. O mesmo que fazer por procuração. É como se
Deus tivesse batizando o crente (Mt. 28.18-20).
Condição.
Uma vez que o batismo, como já foi
salientado, é um símbolo exterior do relacionamento entre o crente, Cristo e
sua Igreja; geralmente concorda-se que apenas é o crente que é capaz de
tomar uma decisão voluntária e racional pela fé é uma condição adequada
para o batismo.
Significado.
O batismo bíblico, portanto, é a
identificação pública e externa com Cristo e a Igreja, por aquele que já
exerceu fé salvadora. “O batismo é uma
expressão exterior de uma realidade interior”.
Crer
implica em atender.
“Quando
ouviram isso, os seus corações ficaram aflitos, e eles perguntaram a Pedro e
aos outros apóstolos: "Irmãos, que faremos? Pedro respondeu: Arrependam-se,
e cada um de vocês seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão
dos seus pecados, e receberão o dom do Espírito Santo. Pois a promessa é
para vocês, para os seus filhos e para todos os que estão longe, para todos quantos
o Senhor, o nosso Deus chamar. Com muitas outras palavras os advertia e
insistia com eles: Salvem-se desta geração corrompida!”Os que
aceitaram a mensagem foram batizados, e naquele dia houve um acréscimo de cerca
de três mil pessoas” (Atos 2.37-41 NVI-Grifo meu). Ver Atos 8.30-39.
O batismo nas águas vem após crer no
Evangelho. Quem diz que crê em Jesus, ou no evangelho, mas não toma a decisão
pelo batismo é porque não creu de fato e não se arrependeu realmente, e assim
sendo, continuará perdido.
“Eu
lhes disse que vocês morrerão em seus pecados. Se vocês não crerem que Eu Sou,
de fato morrerão em seus pecados”...
“Aquele que pertence a Deus ouve o que Deus diz. Vocês não ouvem porque
não pertencem a Deus". (Jo. 8.24,47NVI)
Ceia
do Senhor
Origem.
A ceia do Senhor, assim como o batismo, forma
as duas ordenanças designadas pelo Senhor Jesus à Igreja. A instituição da Ceia
do Senhor está relatada nos Evangelhos Sinóticos (cf. Mt. 26.26-29; Mc.
14.22-26; Lc. 22.14-20) assim como por Paulo, em 1Co. 11.23-34. É no relato de
Lucas e de Paulo que o Mandamento explícito do Senhor é dado pra que se
pratique esse ato “em memória de mim”.
Os
elementos da Ceia.
Todos os relatos bíblicos enfatizam (1)
o dar graças, (2) partir do pão (representando o corpo de Cristo) e (3) o
cálice de vinho (representado o sangue de Cristo derramado na cruz). Assim
sendo, o pão e o vinho são os dois elementos, e devem ser tomados com atitudes
de ações de graças.
Significado
e propósitos.
Existem 05 pontos de vistas que tem sido
adotado através da historia da Igreja, quanto ao sentido da ceia do Senhor e
como Cristo está presente nele.
“em memória de mim” – O Senhor Jesus
tencionou que a Ceia do Senhor fosse primordialmente uma observância memorial Dele.
Dois pensamentos principais estão
contidos nessa declaração, que são (1) em memória de Cristo e (2) comunhão dos
membros do Seu Corpo (i.e. os Salvos) uns com os outros e com o próprio Cristo
(p.e. Jo 13-17).
Em memória significa: 1) relembrar o
passado de Cristo, que jamais será repetido, isto é Sua morte substitutiva,
expiatória e redentora por todos os homens, (2) a presença salvítica de Cristo
e (3) a volta futura de Cristo.
Comunhão.
A Ceia do Senhor deve lembrar a nossa
comunhão com Cristo e com os outros irmãos, à medida que temos comunhão ao
redor da mesa. Na comunhão o crente partilha intimamente da parceria com Cristo
e experimenta a união e a unidade com os outros irmãos.
Dízimos
e ofertas
Principio
da mordomia Cristã.
“Do Senhor é a terra e tudo o que nela
existe, o mundo e os que nele vivem (Sal. 24.1 NVI).
“Pois
o que está debaixo de todos os céus é meu” (Jó 41.11).
Deus é Criador de todas as coisas. Logo,
somente Ele tem direito absoluto de propriedade sobre qualquer coisa. A relação
do homem com as coisas criadas é apenas de mordomia, isto é de administração
(Gn. 1.26-29). Mordomia é a tradução do grego “ecônomo”, que significa,
literalmente, aquele que é responsável pela direção ou administração da casa (Gn.
24.2; 39.4; 1 Co. 4.1) É aquela pessoa a quem é entregue tudo quanto o senhor
possui para ser cuidado e desenvolvido.
Um texto na
bíblia que expressa essa relação DEUS – DINHEIRO – MORDOMIA é 1 Crônicas
29.10-20.
O ato de ofertar a Deus é um privilégio
imerecido concedido por Deus a nós. Em 1 Co. 8.1-4 Paulo descreve a participação dos crentes da
macedônia na oferta para os pobres da Judéia como uma graça concedida por Deus.
Davi também entendia assim e por causa disso ele pede a Deus: “conserva para
sempre no coração do teu povo estas disposições e pensamentos, inclina-lhe o coração
para contigo” (v.18)
Ofertar é uma disposição interna
produzida por Deus no coração e na mente do cristão. Conseqüentemente, a oferta
é voluntária (v14), abundante (v16), sincera e dada com alegria (v17).
Historia
– origem.
1.1)- Oferta
A história da
oferta na Bíblia é tão antiga quanto à existência do homem. Adão e Eva tinham
que serem obediente a Deus quanto á ordem de não comerem na árvore do
conhecimento do bem e do mal. Abel e Caim foram os primeiros a oferecerem, a
Deus oferta (minhãh) produtos da
terra, animais e vegetais (Gn. 4.2b-13). A palavra usada (oferta - minhãh) significa presente, dádiva, e é
o termo geralmente usado para o tributo entregue a um governante.
Temos nesta parte da Escritura
alguns princípios de como as da ofertas devem ser:
1- Voluntária (v3, “Caim trouxe”…);
2- Consciente (v4“Abel, trouxe”… tanto um como outro tinham consciência de que
deviam trazer oferta ao Senhor);
3- Selecionada e generosa daquilo que
tinham, do primeiro fruto (“Caim… depois
de algum tempo…”. “Abel… das partes
gordas, das primeiras crias”…) [1].
4- Reconhecer o Senhorio (de Deus (v.6,
7,13));
5)- Gratidão ao Senhor (v6);
6)- Adoração (v4. “o Senhor aceitou com
agrado Abel e sua oferta”) e
7) Pela fé (Hb. 11.4) – Caim ofereceu
por mera formalidade.
Os primeiros a adorarem a Deus foram:
Noé, como primeiro que edificou um altar e ofereceu holocausto (Gn. 8.20);
Abraão, Gn. 12.7- que edificou um altar, mas não menciona oferta; somente em
Gn. 15.19.10 - o Senhor pede um altar com ofertas para selar uma Aliança com Abraão.
Em Êxodo (25.1-8) Deus pede aos
israelitas que sairam do Egito, ofertas para a construção do Tabernáculo. Estes
bens tinham sido dados eles pelos egípcios aos israelitas com a ajuda do Senhor
(Ex.12, 35,36). Todo adorador que comparecesse
no Tabernáculo, e posteriormente no templo, deveria ter uma oferta à mão.
No evangelho Jesus viu como a viúva pobre depositou
sua oferta na arca do tesouro, templo de Herodes (Mc. 12.41-44). Note que Jesus
“estava assentado”. Não foi de relance, mas ele “observa a maneira como” as pessoas depositavam suas ofertas.
Depois de observar, chama os seus discípulos para lhes ensinar qual o princípio
rege a avaliação da oferta. As moedas
não valiam nada, mas o pão que ela deixou de comer valiam muito. Quanto maior
falta nos fazer aquilo que dedicamos ao Senhor, tanto mais valiosa será para
Ele. A compensação da falta para mim, mas valiosa para o Senhor que levou Davi
a exclamar: “eu não oferecerei ao Senhor
meu Deus holocausto que não me custem nada” (1 Sm 24.24),
Na Epístola aos Coríntios, Paulo orienta
os cristãos para o levantamento de uma coleta de “assistência aos santos” que
deveriam ser dados com “generosidade e
não algo dado com avareza” (2 Co 9.1-15).
A
proposta de Paulo é que cada um doe conforme “determinou no seu coração, não com pesar ou por obrigação”, mas faça
com “alegria”. Ele acrescenta que Deus pode capacitar todo cristão a executar muitíssimos
atos de generosidade (v8, 11).
Outro exemplo de oferta com generosidade está nas
epistolas de Paulo está em Pilipenses. A
Igreja de Felipo era muito pobre, mas deram expressivo apoio ativo ao
ministério de Paulo (1.5). “Na carta
contém agradecimento, prestação de contas por parte do Apóstolo e destaca a
“amabilidade” deles (4.5) e recomenda:” não andeis ansiosos por coisa alguma,
mas em tudo, pela oração e suplica, e com ação de graça, apresentem seus
pedidos a Deus” (4.6).
Conclusão.
Podemos tirar
algumas conclusões a respeito de oferta e o que representa:
É um ato de fé (Hb. 11.4);
É um ato de amor (Fil. 4.5);
Expressa a transformação ocorrida no
interior do ofertante (Gn. 4.4,5. Hb. 114; Ef. 1.6);
Expressa maturidade espiritual;
Expressa agradecimento ao Senhor (Sal
116.12);
Faz crescer, ou colheremos “os frutos de justiça” (2Co. 9.10,11).
Semeamos oferta e colheremos frutos de justiça.
1.2)- Dizimo.
“…E de tudo lhe deu
Abrão o dízimo” Gn.14.20b).
A primeira referencia a dizimo (מעשר ma ̀aser – décima parte) nas Escrituras está em Gênesis
quando Abrão entregou o dizimo dos despojos à Melquizedeque, Rei de Salém,
sacerdote do Deus altíssimo (Gn.14.18-20).
Abrão após banquetear com o legitimo Sacerdote deu-lhe o dizimo.
Portanto, o dizimo é anterior a Lei de Moisés, quando os israelitas receberam orientação
para levarem os dízimos aos levitas no templo (Lv. 27.30-34). O dizimo não é apenas um detalhe do sistema
religioso expresso na Lei; é parte da relação normal entre o fiel e Deus. Abraão,
ao entregar o dizimo, valorizou o sacerdócio de Melquizedeque (Hb. 7.4-6),
reconhecendo-o como sacerdote e a ordem do qual pertencia seu sacerdócio.
Melquizedeque abençoa Abraão.
O
dizimo de Abraão e Cristo.
No livro de Gênesis
aparece a figura de um homem: Melquizedeque era um tipo de Cristo, seu
sacerdócio era da ordem do sacerdócio de Cristo, o qual o tornava superior,
portanto, que estava sendo honrado naquele dia foi o sacerdote eterno da ordem:
Cristo. Abraão não estava honrando a pessoa de Melquizedeque (no caso da Lei,
se honravam os levitas), mas a ordem sacerdotal do qual ele representava (onde
Cristo é a consumação dessa ordem). Concluímos que permanece o dízimo como
parte de nossas relações com Ele ao cumprir esse ato honramos àquele que o
Sacerdote de nossa alma|: Cristo.
No Evangelho Jesus valida a
importância do dizimo ao orientar os Escribas e fariseus de qual deveria ser à
base das relações deles com Deus (Lc. 11.42). Não censura por darem o dízimo,
mas por julgarem que o dízimo substitui a base real das relações com Deus. A
regeneração interior deveria ser a base e não dizimar até mesmo as hortaliças.
O Reino de Deus não se edifica com dinheiro, mas com pessoas e depois do novo
nascimento devemos continuar dando o dizimo.
Dizimar
é um ato de fé (Mc. 3.10)
O contexto dessa passagem de Malaquias (430 a C) foi que o povo que
retornou do cativeiro babilônico estavam desanimados e com grandes dificuldades
financeiras. Continuavam sendo província da babilônia, não tinham recuperado a
gloria do passado e o prometido messias não vinha para restaurar Israel. Desta
forma se desinteressaram pela Lei e pelas promessas e duvidaram do amor de Deus
por eles. A terra não produzia o suficiente e tudo que tinham não dava para se
sustentar até a próxima colheita.
O povo se afastou do templo e da Lei, conseqüentemente
o templo não tinha provisões para os sacerdotes e levitas. O apelo do profeta é
para que os sacerdotes e o povo continuassem fiéis a Lei e confiante em suas
promessas. Onde a solução para o sustento deles estava na fidelidade no dizimo;
“fazei prova de mim”, significava cumprir a ordem de levar o dizimo e aguardar
no Senhor por que todas as suas promessas foram cumpridas. Termina (cap. 4)
falando do terrível e grande dia do Senhor onde todas as pessoas infiéis seriam
julgadas.
Conclusão.
O dizimo é de fato um método divino de
contribuição. Historicamente existiu antes da lei, no sacerdócio de
Melquizedeque (Gn. 14.20); durante a lei, no sacerdócio levítico (Lv. 2 7.32);
e após a lei, no sacerdócio de Jesus Cristo (Hb. 7.27). Entregar o dízimo é reconhecer o senhorio de
Cristo sobre tudo o que existe e principalmente sobre os bens que Ele nos
entrega para administrar.
Ofertas
especiais.
Tanto para os que se orgulha no “dizimar
meticulosamente” achando que é justo, como aquele, que relaxa no cumprir, a
orientação de Jesus é a mesma:
“O fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo,
desta forma: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens,
roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano; 12 jejuo
duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho. 13 O
publicano, estando em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu,
mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, pecador!
14 Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e
não aquele; porque todo o que se exalta será humilhado; mas o que
se humilha será exaltado” (lc.18,11-14-grifo
meu).
Será qaue esse fariseu da parabola de Jesus era realmente fiel quanto à
relação Deus e dinheiro? E o publicano ? O publicano era um funcionário público
do governo romano que geralmente tinham bons salários. O publicano tinha absoluta consciencia que não
era fiel.
Entretanto, não podemos limitar as nossas contribuições a
Deus e
à sua causa apenas ao dízimo. O dizimo é apenas o minimo (Mt. 23.23). A graça de Deus aumentou nossa
responsabilidade: “Roubará o homem a
Deus? Todavia vos me roubais, e dizeis: em que te roubamos: nos dìzimos e
nas ofertas” (Ml.3.8-grifo meu).
Em Atos dos Apostolos vemos que o Espirito Santo toma
posse da vida e dos bens do cristão levando-o colocar à disposiçao do Senhor
todos os seus bens (At. 2.44,45;4.34). infelismente hoje em dia devemos tomar
cuidado com os extremos. Nao podemos transformar a Igreja numa casa comercial
(Jo. 2.18). O apostolo Pedro nos adverte
a tomarmos cuidaado com “os falsos profeteas” que “movidos por avareza, farãoo comércio de vós, com palavras ficticias;”
(2 Pe.2.3).
Em 1 Co 16.1-4, Paulo nos fala mais acerca de
coleta para os pobres e nos ensina vários princípios sobre oferta. Coleta –
significava uma contribuição extra com um fim específico e pré-determinado. Não
se trata de algo imposto, mas uma maneira de ofertar extraordinariamente (Mt.
15.5).
Administração
dos dízimos e das ofertas.
Abraão foi o primeiro a entregar o dizimo (Gn 14) e fez ao
sacerdote Melquizedeque. Moisés regulamentou
pela Lei que os dízimos e ofertas deveriam ser levando aos sacerdotes da casa
do Senhor. Nos dias de Jesus as ofertas
eram depositadas no Templo. Todo o dizimo e oferta deve ser levada a Casa de
Deus onde damos adoração. Onde nos reunimos com a Igreja do Senhor é local em
que deveremos dar a Deus louvor integral, onde somos alimentados pela Palavra
da pregação, onde somos discipulados e somos assistidos quanto precisamos é o
lugar onde devemos levar nossos dízimos e ofertas. Não devemos administrar o
dizimo e a oferta nos mesmo. Se desejarmos administrar devemos fazer juntamente
com os outros irmãos, na igreja, participando das assembléias e das eleições.
O
dizimo e a oferta é ato de fé e parte do culto a Deus.
Aquele que salta de para-queda não pode saltar
com ele aberto. Primeiro salta e depois ele abre. O seja, o pára-quedista
confia que no meio do caminho o para-queda se abrirá. Se não confia nele tem que mudar de
profissão. Se você pretende ter relações com Deus, terá de confiar nele e em
Sua Palavra. O nosso Deus exige fé da parte daquele que o buscam.
Menbresia
O senhor deseja
que você pertença a um lugar, a igreja. Onde pessoas, como você, adora a Deus,
servem a Deus e ao próximo e aonde você irá se fortalecer (Ef. 2:10, 13, 16,
18, 19; Col. 3; 12).
No primeiro
capitulo de Gênesis vemos a historia da criação do mundo e do homem. Vemos que
Deus não deixou o homem sozinho, mas fez para ele uma companheira: Eva. Fez
também, um lindo jardim: o Jardim do Éden (EDEM, significa: lugar de prazer e
alegria) para o homem habitar nele (Gn 2:7-9,15). Desta maneira, hoje a igreja
é o Éden onde o Senhor Jesus colocou aqueles que O receberam como Senhor e
Salvador de suas vidas.
O
que é Igreja?
O povo de Deus é
também a Igreja do Senhor. Igreja no N.
T. significa a comunidade daqueles que foram chamados e reunidos em Cristo e
por Cristo (Jo. 17.14-23). Nesta oração, Jesus expressa que foi a “verdade”, a “mensagem”
que nos levou a Deus e não somos do mundo; estamos protegidos contra o inimigo
(diabo) e estamos unidos com Jesus para testemunhar ao mundo do amor de Deus
por aqueles que seguem Jesus. Jesus é a pedra (alicerce) sobre a qual a Igreja é
edificada (Mt. 16.18). Portanto, a Igreja são os crentes em Cristo que tiveram
seus pecados perdoados, que se arrependeram da vida inútil e sem propósito para
Deu que levavam. Aqueles que ouviram o chamado pela mensagem e se uniram a
Cristo. Isto traduz o significado da palavra, igreja: “Ekklesia” – “chamados
para fora”. São os que foram chamados e
atenderam. Igreja não é um edifício e nem uma organização, mas pessoas reunidas
por Cristo através do Evangelho.
Definindo
o significado de ser membro.
Como Igreja, no sentido bíblico, não
é um edifício e nem uma organização, mas um organismo composto por diversos
membros, ou seja, um corpo. O membro é parte desse corpo e que se tornou novo
homem em Cristo pelo:
a) O Novo Homem (Col. 2:12, 13,20;
3:1-17) são aqueles que morreram com Cristo e ressuscitaram com Ele e vive uma
vida nova (novidade de vida). Este novo
homem é o Corpo de Cristo, isto é a Igreja (I Co. 10:17). Na prática, esta
realidade é expressa pelo batismo nas águas. O batismo nas águas representa a
crucificação e o sepultamento do velho homem, e a ressurreição do novo homem
(Co. 2.12).
b) Individualmente, cada novo homem,
é um membro desse Corpo (Rm 12:5; 1 Co. 12:27). Assim entendemos o que Jesus
disse para Nicodemos: “É necessário que
vocês nasçam de novo.” (Jo 3. 1-7)
Objetivo dos Membros.
Conforme Col
1:24-29 é preencher as necessidades do corpo, a Igreja.
Apresentar plenamente a Palavra de Deus
(v25); Advertir e ensinar com sabedoria (v28); Fazer o trabalho com esforço e
luta (v29), a fim de apresentar a Deus uma igreja perfeita em Cristo (v27).
Conclusão.
Igreja estava nos planos de Deus era um
Mistério oculto (Ef. 3:4-6 Rom. 16:25, 26) que não foi revelado em outras
gerações. O mistério oculto era que “gentios (não-judeus, nós) participam
com os judeus das bênçãos divinas e tornaram-se um novo homem em
Cristo. E, são salvos.
Viver
com Cristo diariamente.
O maior desafio para todo aquele que creu, foi
batizado, está integrado na Igreja é permanecer na fé.
Muitos crentes pensam que “permanecer na
fé” é apenas freqüentar o culto no domingo, participar da ceia, dar o dizimo e
uma ofertinha de vez e quanto, e pronto!
Cumpriu sua obrigação de crente!
Todas essas coisas são importantes e devem ser realizadas, mas se não
tiverem uma real espiritualidade perecerão no caminho da fé.
O
que é espiritualidade?
É se suma
importância sabermos o que é ser espiritual…
Não é espiritualidade possuir dons
espirituais e ser um crente “usado”, pois nem sempre o que acontece vem do Espírito
Santo. Muitas vezes é a vontade da pessoa em querer ser usado todo instante.
Espiritualidade não se expressa pela a
aparência de contrição, pois as Escrituras afirmam: “seja sua fé não fingida”;
Também não é quantidade de obras
realizadas, posição eclesiástica, tempo de conversão, conhecimento da bíblia e
eloqüência na pregação ou como dizem: “sou pentecostal”.
Espiritualidade tem a ver com: Caráter.
O caráter são as características morais do homem.
São constituídas das expressões naturais e sociais da alma, qualidades boas e
ruins. A psicologia, para estudar a formação do caráter, defende duas vertentes
– a genética e a ambientalista – com ênfase em uma ou em outra. A verdade é que
os valores, crenças e virtudes, fraquezas e distúrbios que formam o caráter são
tanto herdado como aprendido.
Na bíblia tem vários exemplos de pessoas
que mudaram seu caráter ao encontra-se com a Palavra de Deus, Espírito Santo e
com as circunstancias da vida.
A mensagem do Evangelho é toda voltada
para uma mudança de comportamento (“arrependam-se por que...”) para viver numa
nova esfera de vida (“o Reino de Deus está próximo”). A meta de todo crista é
chegar à maturidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo (Ef.
4.13). Isso porque o objetivo de Deus em
nos criar de novo é nos fazer novas criaturas, para sermos conforme a imagem de
seu Filho (Rm. 8.29). Nada menos que o
modelo de Cristo agrada ao Pai. Por isso, todo cristão é fazer-se discípulo de
Cristo, imitadores dele, para serem como ele é e andarem como ele andou (Cl. 2.6). Isso significa formar o caráter de Cristo na
vida do discípulo, enfocar o viver antes do fazer e o ser antes de ter. O apostolo Paulo assumiu sua missão com este
objetivo: “Meus filho, por quem, de novo,
sofro as dores de parto, até ser Cristo formado em vós” (Gl. 4.19).
A
concepção bíblica de caráter cristão.
Caráter cristão é uma realidade de vida cristã,
e não tentativa de ser bom. A tentativa de ser bom é um estilo de vida
legalista, fingido que impede a o servo de Deus de viver plenamente a vida
cristã.
Caráter formado por Deus é resultado da
operação do Espírito Santo no intimo, mas controlando e nos moldado e não a
tentativa de autocontrole. É o Espírito Santo quem opera em nós o sobrenatural,
isto é, capacidade de viver os ensinos do Mestre. Só pelo seu poder é possível a pratica da
verdade que autentica a revelação divina (At. 1.8; Jo 14.26; 16.13).
Caráter
formado
é uma vida de profundidade – vida centrada em Deus; ele é a única razão da
vida, capaz de levar o humano a um plano espiritual (1Co. 2.1-16).
O grande perigo da vida cristã é quando
“assumimos a capacidade e a habilidade de realizar coisas e, portanto,
colocamos toda ênfase em nós”. A consciência de nossa insuficiência e limitação
deve nos tornar dependentes de Deus e desejosos de centralizá-lo em nossa vida.
Caráter cristão é a mentalidade do
reino, é o que Deus quer que sejamos. É a identidade do cristão, não apenas um
modelo ético e moral de vida. Atingir o
padrão da sociedade não é tão difícil assim, qualquer moralista alcança; porém,
viver os valores do reino de Deus é um constante desafio para cada cristão. É
viver o modelo expresso por Jesus no Sermão do Monte (Mt. 5-7). (...) como
disse Jesu: “Basta ao discípulo ser como
seu mestre” (Mt. 10.25). (...) A formação do caráter envolve
espiritualidade básica (At. 11.26, Cl. 2.6). Caráter cristão é credito da
qualidade de vida e não expressa em quantidade de obras realizadas.
Caminhos
para formação de nosso caráter cristão agradável a Deus.
O primeiro passo
para entrarmos no processo de formação do nosso caráter cristão é afirmar, com
toda certeza de fé, que Jesus era perfeitamente homem e que permaneceu justo e
santo porque lutou contra o pecado em sua própria natureza humana (Hb. 4.14). Se
crermos que é assim, devemos ter consciência que o propósito do Pai, de nos
tornar semelhante a ele, é alcançável. Não na dimensão de sua perfeição, mas a
cada dia assemelhando-nos à sua imagem moral, ás suas virtudes e valores até
quanto o nosso corpo mortal se revestirá da imortalidade, para sermos
semelhante a ele em sua plenitude.
Ser semelhante a Cristo.
Na
submissão à vontade do Pai – Lc. 2.41-50; Hb. 5.8. Como homem, Jesus passou
pelo processo de crescimento, aprendizado e amadurecimento espiritual, moral e
social. Como homem ele tinha a vontade humana que poderia escolher o mal, mas
não fez tal escolha (Lc. 22.41; Mt. 26.42).
Na
relação consigo mesmo – Fil. 3. Jesus em sua encarnação, ele se auto
limitou, e, por isso mesmo realizou tudo pelo poder de sua humanidade
espiritualizada, mediante a virtude da presença e da capacitação dada pelo
Espírito Santo. Jesus nunca hesitou em mostrar seus limites (Mt. 20.23; At.
1.7; Mt. 24.36).
Muitas pessoas
caem em tentação e pecam mesmo conhecendo a verdade do evangelho e tendo
consciência do que faz é errado. Como explica isso? Faltou o precioso
ingrediente da vontade resoluta! Não
é a oração, o jejum ou qualquer outra disciplina espiritual de decidirá a
vitoria. Embora seja necessário, mas é a
decisão interior, mais forte que qualquer desejo ou impulso que nos guardará o
pé da queda.
Manter a vontade rendida a Deus. Jesus
se esvaziou de interesses pessoais e da vontade própria. O verbo κενόω (Fl.2.7)
também significa privar-se de, anular-se. Cristo pôs de lado os seus atributos
e poderes divinos, para que pudesse compartilhar plenamente da condição humana
em toda sua fraqueza. Abriu mão de seus atributos
e poderes divinos e se esvaziou assumindo a forma de servo. É o poder do
controle espiritual sobre a força da vontade natural, o fruto do Espírito – o
domínio próprio (Gl. 2.22).
Quando somos desafiados por Deus a
render-lhe a nossa vontade, logo desistimos e não refletimos a razão do
fracasso e os benefícios que trazem o processo de esvaziamento para o nosso
aperfeiçoamento moral e espiritual. Esta é a resposta para o fracasso: não exercer vontade resoluta.
Devocional
diária.
O que é devocional? É ler, entender, acreditar e praticar
diariamente a Palavra para posteriormente ensinar a outros. (Ed. 7.10).
Nosso caminhar
com Cristo é diário. Devemos deixar de ser templocêntrico (templo no centro)
para ser cristocêntrico (Cristo no centro). A necessidade de ir ao templo
(igreja – cultos) dever partir de uma vida de devocional diária com Cristo e
não o inverso. O inicio da vida cristã o culto ajudará a impulsionar o crente
para a vida devocional diária, mas depois é esta que ajudará o crente a permanecer
freqüentando os cultos. Não somos como bonecos de corda. Que somente o culto
dará força para permanecia na fé, mas é seu relacionamento diário com Cristo
que fará isso.
Ter a Palavra de
Deus como alimento – ler,
entender e acreditar.
“Mas Jesus lhe respondeu: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda
palavra que sai da boca de Deus” (Mt. 4.4).
A
palavra é pão:
“pão nosso de cada dia nos dá hoje;” (Mt 6.11). “dá-nos
cada dia o nosso pão cotidiano;”
(Lc 11.3)
Jesus é
Pão: “Mas Jesus lhe respondeu: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda
palavra que sai da boca de Deus.” (Mt. 4.4).
O próprio
Cristo como pão. “Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade
vos digo: Não foi Moisés que vos deu o pão
do céu; mas meu Pai vos dá o verdadeiro pão
do céu. Porque o pão de Deus é
aquele que desce do céu e dá vida ao mundo. Disseram-lhe, pois: Senhor, dá-nos
sempre desse pão. Declarou-lhes
Jesus. “Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim, de modo algum terá fome, e
quem crê em mim jamais tará sede.” (Jo 6.32-35).
Praticar
a Palavra - praticar
o que entendeu e acreditou.
“Todo aquele, pois, que ouve estas minhas
palavras e as põe em prática,
será comparado a um homem prudente, que edificou a casa sobre a rocha.”(...). “Mas todo aquele que ouve estas minhas palavras, e não as põe
em prática, será comparado a
um homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia”. (Mt. 7.24,26-grifo
meu). “Mas o alimento sólido é para os adultos, os
quais têm, pela prática,
as faculdades exercitadas para discernir tanto o bem como o mal”. (Hb. 5.14).
“Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que seja manifesto
que as suas obras são feitas em Deus”. (Jo 3.21).
“e, achado na forma de homem, humilhou-se
a si mesmo, tornando-se obediente
até a morte, e morte de cruz”. (Fp 2.8).
Elaborado pelo Pr. José M. Vieira Rodrigues
comasuapalavra@gmail.com
[1] Gn. 3.3,4: A
oposiçao do Senhor não está entre oferecer vida vegetal e vida animal, mas
entre a oferta sem cuidado (“depois de
algum tempo”) e consideração e oferta selecionada e generosa (v. Lv. 3.16).
A motivação e atitude do coração são de importância suprema, e Deus olhou com
favor para Abel e sua oferta por causa da fé que Abel tinha (Hb. 11.4).
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