FACULDADE PASCHOAL
DANTAS
TEOLOGIA
Disciplina: História da Igreja
Primitiva e Medieval
Professor: Denis Sousa
Discente: José Maria Vieira
Rodrigues.
FICHAMENTO DE LEITURA
SANTOS, João B., OLIVEIRA, Yone R. M., SOUZA, Denis A. Primórdios do Cristianismo. São
Paulo: Didática Paulista, p. 266-298. 2011.
Neste capitulo intitulado “Os pais da Igreja” os autores pretende fazer
uma “Add fontes”, cobrindo
Período Patrística com o propósito de
“fazer uma melhor leitura do presente”
para projetar um futuro melhor (olhar o passado para enxergar o
futuro). A Patrística e a Patrologia são
os assuntos pertinente e classifica-os em: os pais apostólicos; os apologistas, os polemistas e
os mestres do século III e Iv (266-267).
Este período foi marcado por muitos
ataques de doutrinas pagãs denominadas de heresias, das quais podemos
destacar aquelas que envolviam a divindade de Cristo.
Aqueles que de alguma maneira
fizeram contados com os apóstolos e também inclui as obras deste período são classificados como os Pais Apostólicos, como Clemente de
Roma, Inácio de Antioquia, Policarpo de
Esmirna e as obras são a Didaquê, Epístola de Barnabé e Pastor de Hermas (P.269).
Os
autores citam Eusébio de Cesaréia
como fome para atestar que Clemente de Roma (†. 100 d.C.) foi o terceiro bispo
em Roma. Autor de uma epistola
endereçado à igreja de Corinto de cunho moral e
convocação à unidade e obediência aos presbíteros (p. 270).
Contemporâneo a Clemente, o bispo de Antioquia, Inácio de
Antioquia deixou como legado
escrito sete cartas que escreveu a caminho do martírio em Roma nos dias de
Trajano. De Policarpo de Esmirna (†.
156 d.C.), bispo de Esmirna, deixou escrito uma carta aos Felipenses de conteúdo exortação moral. Sua vida piedosa é salientada em tempos de calorosa perseguição. O discípulo do Apostolo João ficou conhecido
pela sua celebre declaração por ocasião do seu martírio: “Oitenta e seis anos
que o sirvo e nunca me fez mal algum. Como poderia blasfemar meu Rei Salvador?”
(p. 274). A Didaquê, literatura
catequética do primeiro século encontrada em 1875 numa biblioteca de Constantinopla guarda no seu conteúdo instruções para a
igreja primitiva (p.273). Considerada de autoria improvável, a Epistola de
Barnabé também tem datação incerta. Com conteúdo filosófico grego do tipo hermenêutico alegórico do Antigo
Testamento, típico da época, apresenta a
igreja cristã como substituta dos hebreus como povo de Deus. Informa
também que a interpretação alegórica
teve inicio com Filon, judeu de
Alexandria, contemporâneo de Jesus. Interpretação muito usada no primeiro
século, mas que não tem relevância nos nossos dias. O Pastor de Hermas (†. 160
d.C.) que quase fez parte do Canon
sagrado, inclusive defendido por alguns pais da igreja, principalmente os pais alexandrinos. De texto do tipo apocalíptico tem como autor
Hermas, irmão de Pio, bispo de Roma, que
depois de ter uma experiência traumática financeira e familiar
escreveu a obra resaltando a importância do arrependimento e de uma vida casta
(p.276).
Os Pais apologistas, sobretudo no
século II e século III, cumpriram papel importante para o desenvolvimento da
teologia cristã. Calcando suas defesa a partir de um diálogo com a
filosofia grega e ganha relevância
cientifica em forma de apologética. O primeiro deles foi Justino Mártir (c. 165
d.C.) considerado o primeiro teólogo que tomando de seu conhecimento da
filosofia para articular uma fé cristã altamente intelectiva. Deixou obras como
‘Diálogo de Trifão e as duas Apologias’
e desenvolveu sua teologia do Logos spermátikos onde afirmava que em Cristo o
logos apareceu me estado pleno e em cada homem, em seu intelecto/mente , está
plantada uma germe/semente (sperma) do Logos diferente da doutrina ortodoxa. Justina mártir aponta o caminha para a reflexão da doutrina
trinatariana que mais tarde vai
adquirindo forma.
Os autores afirmam que no
filósofo Atenagora de Atenas (†. 1980 d.C.) devido ao seu estilo literário e progressão
teológica se tornou superiro ao seu antecessor. Sua principal obra foi
Suplicas pelo Cristianismo endereçado ao
imperador Marco Aurélio com a finalidade de refutar as acusações feitas aos
cristãos. O seu discurso sobre a
Trindade foi sua maior contribuição para a teologia onde conserva o Pai e o Filho (logos do Pai) e o
Espírito Santo unido essência: o Filho é
a inteligência, Razão e Sabedoria do Pai e o Espírito é uma emanação, como a
luz é do fogo (p. 281).
Diferentemente do apologista da época, Teófilo de Antioquia (c. 181 d.C.) não nutria interesse em adequar o cristianismo à
filosofia helênica. Sua preferência era a interpretação histórica critica marca
registrada da escola antioquiana de hermenêutica. O uso de dois conceitos o fez
se destacar: o termo ‘Ex nihilo’ para criação do nada e ‘trias’ – trindade; uma
embrionária doutrina da trindade, embora
não deixe clara a diferença entre o Filho e Logos. Para Teófilo o conhecimento
de Deus, ainda de forma limitada, só
poderia acontecer após uma vida de santidade e que só
poderia acontecer depois de se “abrirem os olhos da mente”(p.282).
Irineu de Lião (†.
202) discipulado por Policarpo se
dedicou a refutar as doutrinas gnósticas. Sua principal obra foi “Refutação da
falsa gnose” ( conhecida como Adversus Haereses – Contra os hereges). Suas pretensões eram mais pastorais que teológico-filosóficas e defender as tradições
apostólicas. Os autores afirmam que o “legado de Irineu é de alto apreço ao combater o movimento
gnóstico” que no final do século II perdeu sua força graça a dedicação de Irineu (p.283).
Clemente de Alexandria (†.
215 d.C.) teve como mentor Panteno,
professor de escola cristã de Alexandria,
sucedendo-o após 200 d.C.
Teve ministério curto, mas deixou
ampla obra literária (cinco livros) e assim como Justino, pensava em conciliar
a fé cristã nos moldes da filosofia grega.
Baseou sua teologia na escola neoplatônica e conciliava verdades contidas nos sistema filosóficos da
época e colocava-os sob a autoridade das escrituras, enxertava-os na cosmovisão
cristã. Como entendiam os alexandrinos, Clemente fazia uso da interpretação
alegórica(p.284-285).
De Orígenes (†
c. 254) os autores destacam sua genialidade entre os pais da igreja, sua
teologia polemica que destoou da ortodoxia em algumas doutrinas. Escreveu ampla
obra textual em torno de 800 tratados teológicos. Utilizou-se do método alegórico o qual nivelou o significado do texto em três níveis:
1- Corpóreo - sentido literal; 2-Alma,
sentido moral e 3- Espírito, trata-se do místico, o significado que não
esta explicita, mas sempre presente e fazendo alusão a Cristo. Cabe ao
exegeta encontrá-lo. O origenismo foi
condenado no concilio de Constantinopla em 553 (p.286).
Cartago foi berço de grandes
defensores da fé. Tertuliano (c.220), não era clérigo, mas advogado que após a sua
conversão se dedicou a defesa da fé cristã, porém nunca se filiou a
igreja. Produziu em torno de trinta
obras, apesar de sua reconhecida ortodoxia, no entanto não foi reconhecido como Santo da
Igreja. Tertuliano repudiava a filosofia como forma de compreender a fé cristã,
mas fazia uso dela em suas obras.
Idealizador da doutrina da trinitariana, defendendo a ideia de unidade
em uma substancia entre três pessoas distintas, onde o Filho e o Espírito Santo
estão subordinados ao Pai e emanações
Dele, mas defendia que a trindade sempre existiu, independente da subordinação(
p.287).
Outro cartaginês foi Cecílio
Cipriano ( †c. 258) se tornou bispo da
igreja em 250. Os autores afirmam que este bispo gozou de
grande popularidade e seu legado gira em torno de como dirigiu a igreja e como a
manteve unida em torno do bispo em meia perseguição. Para ele “quem não está com seu bispo, também
não está na Igreja”. Desenvolveu certa
doutrina de salvação eclesiológica, onde “quem não tem a igreja como mãe, não
pode ter Deus como Pai (...) fora da igreja não existe salvação”. Instituiu a
penitencia para perdão de pecados; o batismo infantil, que alias, “sem o qual
não pode ser” salvo. Desta forma, Cipriano institucionaliza a Igreja sem a qual os cristãos não poderiam se salvar.
Atanásio (c. 373) dele se diz que
se torno bispo de Alexandria em 328 com trinta anos após o falecimento de
Alexandre. Sua ocupação na defesa da fé cristã
deteve-se em combater o arianismo.
Esta doutrina, em suma, afirmava que Cristo se parecia com Deus, mas não
era Deus. Como o imperador Constantino
defendia a doutrina, Atanásio foi exilado por cinco vezes. Para Atanásio era
crucial defender a natureza hipostática de Jesus, pois para salvação Cristo deve ser Deus e não meramente
uma grandiosa criatura.
Basílio de Cesaréia ( †c.
379) sucessor de Eusébio, na igreja de
Cesaréia. Basílio é um dos grandes pais
Capadócio, juntamente com seu irmão Gregório de Nissa e com seu amigo Gregório de Nazianzo. O embate
entre Basílio e imperador Valente teve
como pauta o arianismo, na semelhança de Atanásio. Por conta da defesa teológica
foi com os eunomianos e os pneumatomacos ( onde o primeiro afirmava que Cristo não pode ser equiparado a Deus por ter
sido gerado. Enquanto o segundo afirmava
que o Espírito Santo era uma força criada por Deus e portando, estava subordinado ao Pai e ao Filho),
Basílio desenvolveu o primeiro escrito sistemático a respeito do Espírito
Santo. A tradicional comparação utilizada atualmente onde o sol representa o
Pai, a Luz o Filho e o calor o Espírito Santo pertence a Basílio. Aceitava
certo suborinacionismo entre as pessoas, mas
defendia que as pessoas tem a mesma essência, sem distinção da
inferioridade e superioridade (p.291)..
Gregório de Nazianzo (c. 390) com
uma retórica que impressionava a todos. Quanto ao chamado de ser bispo
mostrou-se resoluto. Tornou-se bispo de Constantinopla e presídio o II
Concilio, mas se demitiu logo depois. Sua defesa teológica centrava-se em
combater o arianismo através de sermões escritos o que lhe rendeu o titulo de
“o teólogo” (p. 292).
Entre os Pais Capadócios quem mais se destacou foi Gregório de Nissa (†c.394).
O contato com a filosofia grega o fez superar em conhecimento e sua produção
filosófica excedeu a de seu irmão (Basílio) e de seu amigo Gregório de Nazianzo,
o que lhe redeu vasta produção literária. No entanto, na vida eclesiástica não
teve tanto desenvolvimento. Logo depois de ser ordenado pelo seu amigo ao cargo
de bispo de Nissa, o qual lhe rendeu o
nome, não teve boa gestão não foi feliz
e acusado de falhas foi deposto e deixou a cidade. Como legado deixou vasta produção literária.
Quanto a João Crisostomo († c. 407) conhecido como “boca de
ouro” devido a sua grande habilidade para pregar. Em 397 foi ordenado bispo de
Constantinopla e levando uma vida modesta, selando pelos marginalizados,
enfermos e pobres. Sua produção literária concentra-se em diversas homilias
exegética e muitos comentários bíblicos. Por levar uma vida pacata longe das
regalias e suas constantes doações aos pobres, aliada a suas pregações de cunho
moral frente ao estado. isto causou desconforto a diversos bispos e políticos o
qual angariou muitos inimigos(p. 295).
Seu nome é Sofronio Eusébio Jerônimo. Jerônimo († c. 420)
considerado o mais eruditos dos pais latinos. Levou uma vida de ascética no inicio de usa
conversão. Mestre no
ensino das Escrituras; tradutor de grega e hebraica língua que fez
questão de aprender. Entre 382 a 385 recebeu a incumbência por parte do Papa
Damaso para elabora uma tradução latina das Escrituras que ficou conhecida como
Vulgata. Seu temperamento nervoso,
arrogante e egocêntrico lhe redeu controvérsias com palagianos e origenistas. Escreveu muitos comentários e homilias sobre a
bíblia. Sua maior realização foi a tradução do Antigo Testamento em hebraico
(p. 296).
Agostino (†
c. 430) encerra o período patriótico e
inaugura o período medieval. Até sua conversão passou pelo maniqueísmo e tentou
o ceticismo da época. No entanto após sua conversão que contou a participação
de sua mãe tornou-se um ícone fundamental para a apologia cristã
até nossos dias. Os autores citando Olson: “A produção literária de Agostinho
foi tão vasta que é possível encontra em
seus escritos praticamente qualquer tema que se imagine”. Teve referencia o
neoplatonismo e a teologia paulina. Em sua carreira encontrou diversos
conflitos teológico com o Maniqueitas, os Donatistas e Pelagistas. Critico do livre-arbítrio atribuindo a ele a
corrupção do bem, ou seja, o mal. Segundo Agostinho o livre-arbítrio só era
valido antes da queda do homem. A
teologia de Agostinho serviu de base para os reformadores
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