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A ESCRAVIDÃO NA BÍBLIA.

Este texto e parte integrante  de um artigo maior postado neste blog: A TEOLOGIA PRESENTE NOS DISCURSOS DA IGREJA CATÓLICA       NO FIN...

25/07/2017

EVANGELHOS APÓCRIFOS: O QUE SÃO?

EVANGELHOS APÓCRIFOS: O QUE SÃO?

Por José Maria V. Rodrigues
(Bacharel em Teologia) 
 O que é?.  E quais foram os evangelhos apócrifos e porque não foram incluídos no cânon do Segundo Testamento?

      Definição: ““ apócrifo vem do grego “apokrufe”, “oculto”; “secreto”, “misterioso”. Termo aplicado a certos livros que são tidos como sagrados, mas cuja validade é negada por muitos.  Pode se dizer  que foram livros que tiveram canonicidade temporária e local. Que haviam aceitado por um numero de cristão por algum tempo limitado, mas nunca tiveram reconhecimento amplo e permanente..
      Muitos motivos variados estão por detrás da produção dessas obras posteriores (aos dos apóstolos), muitos das quais escritas em nome de um dos apóstolos ou de alguns outros cristãos primitivos bem conhecidos.
      Na antiga igreja crista o termo era usado para designar livros de autoria incerta, escritos sob pseudônimos, aqueles de validade canônica dúbia. “Visto que a maioria dos livros apócrifos não lidos na igreja embora muitos deles foram aceitáveis para leitura individual”.  A palavra chegou a ser definida como “espúrio”, “herético”, mas  no séc. V passou a designar os livros “ não-canonicos”
      O grande número de obras apócrifas se deve ao fato de que a pessoa de Cristo mostrou-se impactante e é natural que despertasse a imaginação e interesse de muitos homens que produziram escritos após a era apostólica. Muitos desses escritos foram produzidos para preencher o espaço histórico da vida de Jesus que não foram narrados nos evangelhos pelos autores sagrados. Desta forma, apareceram muitos evangelhos que “supostamente” nos dão detalhes dos períodos de vida de Jesus que não conhecemos[1]".

      Existem os evangelhos “pseudepigrafos” ou  “escritos falso”.  “Eusébio os chamou de livros totalmente absurdos e ímpios[2]”. Eles nunca fizeram parte de nenhum cânon, nenhum concilio declarou que um desses livros seria canônico. Os pais da igreja também não os utilizavam. Seu conteúdo de ensino  é herético, “eivado” de interesse  gnóstico, docéticos  e ascéticos[3]”. Geralmente estes livros estão  ligados a alguma seita herética e de conotação cristã do primeiro séculos do cristianismo.

Evangelho segundo os hebreus: “(70-100 d.C.).

      Provavelmente seja o evangelho não-canônico mais antigo que existe. Pouquíssima semelhança com o Evangelho de Mateus. Em alguns aspectos é muito mais pseudepigráfica do que apócrifo. Provável mente os pais da igreja  o usavam mais como fonte homilética; e não como livro bíblico canônico[4]”. “Era bem conhecido de alguns pais da igreja com Clemente de Alexandria, Orígenes , Hegésipo, Eusébio e Jerônimo.  Apesar desses evangelhos parecer terem  algum valor nunca foi admitido em nenhum  cânon da igreja”.

Evangelho dos egípcios: “(130-150 d.C.)

      É uma espécie de dialogo ascético entre Cristo e Salomé. Foi usado por alguns gnósticos para repudiar as relações sexuais. Clemente de Alexandria fez algumas citações ao mesmo em “Stromateis””.

Evangelho de Tomé: “(100)

      O evangelho de  Tomé é o único evangelho  apócrifo completo descoberto até o momento. Uma copia desse evangelho foi achada entre os mss descobertos em  Nag-Hammadi. As 114 logia  ou declarações atribuídas a Jesus supostamente escrito pelo apostolo Tomé, podem ter sido emprestada de outros evangelhos ou fontes desconhecidas.  “Este documento é importante testemunho do desenvolvimento da cristologia gnóstica”.

Evangelho de Pedro: “(inicio sec.II)

      “Contem elementos gnósticos e implicações docéticas. Reduz a culpa de Pilatos e aumenta a culpa de Herodes e dos judeus – possivelmente uma concessão ao governo romano dominante.”

Evangelho de Nicodemos: “(séc.II ao V)

      “Produzido por um autor piedoso que salienta a deidade de Cristo, a apresenta algumas declarações vividas, possivelmente forjadas, usando os evangelhos canônicos como base, além do chamado Atos de Pilatos”. Narra uma “colorida descida ao inferno” que “copia idéias gregas do submundo”. Exalta a “santidade de Pilatos”.

Evangelho da infância- “Proto-evangelho de Tiago (II a.)

      “Foi escrito em defesa de certas teorias a respeito da virgindade perpetua de Maria e narra muitas historias fabulosas da vida de Maria”.

Evangelho de Tomé – “sobre a infância de Jesus.

      Contém narrativas fabulosas sobre Jesus na sua infância. Nas fabulas Jesus  é mais um “santo executor” do que um suave Salvador. As crianças que o ofendiam eram mortas miraculosamente e ele não se arrependia disso. “Um espécie de  Herry Potter sem os óculos e  a varinha mágica”.

      “Muitos outros evangelhos foram escritos pelos gnósticos com interesses secundários para apoiar as suas crenças” [5].
      ‘Houve outras obras gnósticas apócrifas como o apócrifo de João, dando doutrinas secretas (gnósticas) supostamente ensinadas pelo Senhor Jesus. Foi encontrado entre os mss. de Nag-Hammadi. Data de 180 d.C. Apocrifon de Tiago, também encontrado no mesmo lugar. Data de 125 d. C’.

Por que não foram incluídos no cânon do Segundo Testamento?


      Estes evangelhos apócrifos não estão no Canon do Primeiro Testamento por que não preenche os requisitos necessários para considerá-los sagrados ou inspirados por Deus. Porque os pais da Igreja não os utilizavam e alguns nem comentaram.  Nem sequer foram indicados como canônico em algum concilio da igreja. Tem conteúdo herético, duvidoso e de conotação gnóstica. Tem origem duvidosa. 

Bibliografia
Champlin, R.N. Encicl. de Bíblia, Teol. e Fil.. 10ª. Ed..  São Paulo: Agnus, vol. 3, 2011. pp 876-877
Geisler, Norma; Nix Willian. Introdução Bíblica. . Trad. Oswaldo Ramos. São Paulo: Editora Vida. 2012. pp-110.112,121,122




[1] Champlin, R.N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. 10ª. Ed..  São Paulo: Agnus, vol 3, 2011. pp 877
[2] Geisler, Norma; Nix Willian. Introdução Biblica, Como a bíblia chegou até nós. Trad. Oswaldo Ramos. São Paulo: Editora Vida. 2012. pp-110
[3] “Os docéticos ensinavam a divindade de Cristo, mas negavam sua humanidade. Diziam que ele só tinha aparência humana. Os monófitas ascéticos ensinavam que Cristo tinha uma  única natureza, uma fusão do divino com o humano.”  Geisler, Norma; Nix Willian. Ibid.,. pp-112
[4] Geisler, Norma; Nix Willian. Ibid.,. pp-121,122
[5] Champlin, R.N.  ibid. pp 876-877

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