Merece confiança o Novo Testamento
José M. Vieira Rodrigues
(Bacharel em Teologia)
(Tradução:
Waldyr Carvalho Luz). 3º. Ed.
São
Paulo: Vida Nova. 2010. 159 p.
São Paulo/SP - 2017
RESENHA DESCRITIVA
BRUCCE.
F.F. Merece confiança o Novo Testamento? (Tradução: Waldyr Carvalho Luz). 3º.
Ed. São Paulo: Vida Nova. 2010. 159 p.
"The New
Testament documents: are they reliable?", versão no original, de autoria do Teólogo escocês
Frederick Fyvie BRUCCE (1910-1990) lançada em 1943. Obra considerado por
ele coma ‘seu primeiro filho’; outras se seguiram como “ Comnentary on the Book
of the Acts” (1954), “The New Testament
History” (1969), “The Hard sayings of Jesus” (1983), “Jesus, Lord & Savion” (1986), e muitos outros. BRUCCE, com esta obra, tem como proposito desfazer os preconceitos
que alguns intelectuais têm afirmado que a Bíblia esta cheia de mitos,
principalmente os homens da ciência de nossos dias. BRUCCE acredita de forma categórica que o
Novo Testamento relata fatos e não mitos, acontecimentos históricos e não
lendas. A priori a preocupação do autor
é demonstrar a unidade, a veracidade e confiabilidade das fontes que formaram a
Canon do Novo Testamento. Destinado a leitores não teólogos, o autor pensa que
esses estão interessados se a obra é historicamente confiável do que uma que
não é; isto porque a presente obra não se preocupa se o Novo Testamento é
confiável como auto revelação de Deus em
Cristo. Embora, o autor afirme que é difícil discutir os escritos
neotestamentário ao plano puramente histórico, pois “historia e teologias estão
intrinsecamente entrelaçadas” (p.10). Os
editores afirmam que a presente obra é imprescindível para aqueles que desejam
encontrar uma apologética consistente do Novo Testamento.
O
livro divide-se em dez capítulos. O capitulo um discute se realmente é
importante saber se os documentos que formaram o Novo Testamento são dignos de
crédito ou não; e os fatos dos
Evangelhos a respeito de Jesus que chegaram até nós são mitos e se podem ser
questionado? No entanto não se pode questionar o valor dos ensinamentos que
Jesus deixou que teêm valor próprio.
Ainda tem a historicidade da
existência de Jesus que está enraizada no credo; também o seu caráter indiscutível apresentado
nos Evangelho reflete a idoneidade do documento que narra sua vida e obra de
salvação (p.11-14). O segundo
capítulo fala sobre os documentos
neotestamentarios: data e conservação. Inicialmente destaca o testemunho
interno da historicidade dos eventos narrados. Seguindo pela datação da
composição das obras do Novo Testamento, onde antes do ano 100 DC todos os 27
livros já existiam. Ate o ano 63-34 DC todas as cartas de Paulo já haviam sido
escritas e Lucas entre 60 e 70. A grande
quantidade de manuscritos antigos (c. 4 mil) atesta a origem das fontes. As
citações de textos bíblicos realizadas pelos patriarcas garante a existência da
obra. (p.15-28). No terceiro capitulo investiga as fontes documentais que
formaram o Canon do Novo Testamento; o testemunho interno contido no texto
atestam a historicidade dos Evangelho; a originalidade e antiguidade das fontes
textuais atestam sua origem, a unidade da composição interna e testemunho
externos de pessoas ilustres na historia que atestaram sua origem e
veracidade. O “Fragmento Muratóriano” segundo
o autor foi a primeira lista de livros sagrados indicados pela igreja. Por
varias razões era necessário que a igreja reconhecesse exatamente quais livros
se revestiam de autoridade divina.
O quarto capítulo fala dos Evangelhos
começando pelos sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas) e um destaque especial ao
Evangelho de João que comparando com os sinóticos parece haver divergência
quanto à geografia, cronologia e linguagem que são explicadas pelo autor
(p.39-80). Ao fala sobre “Os milagres de
Jesus” no quinto capitulo (p.81-97) inicia dizendo que “estes relatos apresentam a principal
dificuldade na aceitação de confiabilidade dos documentos neotestamentários”,
mas que o centro dos Evangelhos é o próprio Cristo e os milagres devem ser
visto a luz de sua pessoa. Os relatos
dos milagres e o Evangelho como um todo nos desafiam a termos confiança em
Deus. “Tentar entendê-las racionalmente é nos aproximar do sentido porque os
relatos foram escritos quando afirma que foram registrados para que possais
crer que Jesus é o Cristo, o Filho do Deus, e crendo tenhais vida em seu nome”
(Jo 20:31). O sexto capítulo traz a luz
“A importância da evidencia paulina” ao afirmar que Paulo sendo um homem tão
zeloso na religião judaica abandonou decididamente sua crença para seguir a
Cristo se tornando um dos seus principais Apóstolos. “Os
escritos de Lucas” estão no sétimo capítulo (p.105-120). Ressalta a precisão
dos acontecimentos, a técnica grega usada para
descrever historia e seu profundo conhecimento da Ásia Menor e do mundo
helênico.
“A evidencia arqueológica” é tratado no
oitavo capítulo (p.121-129). Onde os
relatos Bíblicos são comparados com a arqueologia, com leis e comportamento,
seja religioso ou cultural da época. O muro da separação, o tanque de Betesda e Santo Sepulcro são alguns dos assuntos
tratados com muita clareza.
“A evidencia dos escritos judaicos antigos”
está no capítulo nono (p.131-156) onde de forma bastante sucinta relata a
formação do Canon judaico no ano 100 DC, a produção escrita da “Tradição dos Anciões”, a Mishná; acompanhada dos comentários
dela, a Guemará, onde juntas formam o
‘Talmude’. No Talmude há poucos relatos a respeito do cristianismo descritos de
forma “bastante hostis, mas servem para confirmar a historicidade da figura de
Jesus”.
O
livro termina no decimo capitulo (p. 147-156) com “A evidências dos escritos
não judeus da Antiguidade” destacando escritores como Talo de Roma (52 DC), a
carta do Sírio Mara Bar-Serapión (c. 73
DC.) ao seu filho Serapión, os escritos de Justino Mártir (150 d.C.) que
insiste para que o imperador Antônio Pio consulte os “Atos”, certo relatório de
Pilatos a respeito do julgamento de Cristo. Outros como Tertuliano (197 DC) e Eusébio de
Cesaréia são lembrados. BRUCCE afirma
que os abundantes relatos extra bíblicos
a respeito de Jesus, como no dizer de Paulo ao rei Agripa, “não ocorreu em um
refugio secreto, mas se mostravam em perfeitas condições de serem submetidas ao
mais severo escrutínio”
Os temas são apresentados em uma linguagem
clara e direta; excelente para novos convertidos, cristãos confirmados e
estudante de teologia que desejam conhecer
as bases historiográfica da fé cristã, embora o autor pretenda que
sua obra não seja teológica.
O
livro de BRUCCE é um chamado a crer em
Jesus Cristo e crer no seu poder salvífico. Temas como redenção, ressureição e fé estão descortinados de forma discreta motivando o leitor a confiar não somente em
Cristo, mas nas Escrituras Sagradas.
Por
isso, recomento o livro principalmente para aqueles que estão iniciando sua fé em Cristo e iniciando seus estudos
bíblicos para que não caiam em vícios costumeiros que vem de uma teologia
igrejeira, mas conheçam a “Cristo o Filho do Deus Vivo”.
O
autor, Dr. F.F.BRUCCE (1910-1990),
teólogo escocês é formado pelas Universidades de Alberdeen, Cambridge e Viena.
Primeiro ensinou grego por vários anos na Universidade de Edimburgo e depois na
Universidade de Leeds. Então assumiu o
departamento de historia e literatura bíblica na Universidade de Sheffield, em 1947.
Em 1959 mudou-se para a Universidade de Manchester (Inglaterra), onde
permaneceu como professor de critica e exegese bíblica ate o dia de sua
aposentadoria em 1878.
Palavra Chave: Resenha, BRUCCE, Apologética, Novo Testamento
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