A ORIGEM DA RELIGIÃO
José M. V. Rodrigues
Capitulo I
Introdução
“A historia da religião acompanha a historia
da humanidade. Onde estiver o ser
humano, ali estará, igualmente, a religião” (Champlim. Vol.5. 2011. p638).
a) O homem é um
ser religioso
“O homem tornou-se um ser
supersticioso ou religioso pelo simples fato de que ele era um ser mais
inteligente do que os outros” (Guyau, p.39).
Deste
os primórdios da humanidade vemos os homens e as mulheres com seres religiosos,
realizando algum tipo de culto. Seja para pedir bênçãos, colheitas fartas,
amores felizes ou o afastamento de calamidades e doenças, seja para agradecer a
vida, para louvar as belezas das coisas, para comunicar-se com o sagrado o ser
humano fala à divindade e presta-lhe homenagens. (p 12). Guyau afirma que “a
religiosidade humana remonta a Idade da Pedra Polida, indo mais longe desde os
tempos quaternários – há talvez 250 mil anos, o homem já nutria alguma foram superstição vaga e elementar embora não
parecesse sentir por seus mortos algum respeito suficiente para cavar um sepultura
e embora não tenha sido encontrados os seus fetiches”(Guyau, p.39).
Historicamente a religião sofreu considerável evolução. Inicialmente ela deve
se “extrair de ideias simples e vagas, acessíveis às inteligência mais
primitivas. É daí que ela deve ter se elevado, por uma evolução gradual, ás
concepções muito complexas e muito precisas que a caracterizam hoje em dia”(p.40).
Nos
ritos mais antigos (e em alguns atuais) sacrificam seres vivos, como cordeiro,
touros ou aves (antigamente como acontecias com os astecas e os celtas, seres
humanos chegavam a ser sacrificados), para oferecê-los aos deuses.
No catolicismo romano, oferece-se,
no sacrifício da missa, a hóstia o vinho que é corpo de cristo transubstanciado
que em toda missa é sacrificado pelos pecados das pessoas. No istã, oferece o
jejum como sacrifício de purificação. Sangue de animais e outros elementos são
utilizados nas cerimônias de purificação e de iniciação de muitas religiões
pagãs. Aliás, o que é paganismo?
“É um termo
“que adquire reverberações religiosas e culturais depreciativas. Um uso da
palavra é aquele que declara pagãos todos
quantos não seguem as grandes fés monoteísta, o judaísmo, o islamismo e o
cristianismo. “Por outro, lado os judeus podem ser considerados pagãos aos seguidores
de todas as outras religiões e nisso serem secundados por islamitas e pelos
cristãos” (Champlin. 2011; p 10)
.
Pagão vem do latim pagus, “país” derivando a idéia
de algo “cru, não civilizado”
b) Os lugares
sagrados
Deste
o principio a humanidade, para prestar culto à divindade, orar e comunicar-se
com os céus, o homem desenvolveu seus lugares sagrados. Altares de pedra,
santuários, templos, construções que eram dedicadas à divindade e ao culto.
Os índios brasileiros, por exemplo, tem a sua casa de oração. A arqueologia tem
testemunhado construções milenares que
foram lugares sagrados de culturas que hoje estão extintas. A religiosidade do
homem na atualidade é um reflexo do que era no passado. Sua “psique” permanece
o mesmo, o que alterou foi o seu conhecimento. Os católicos e os evangélicos
têm suas igrejas. Os budistas e os hinduístas têm seus templos. Os judeus, suas
sinagogas, os muçulmanos suas mesquitas.
Nos templos, a comunidade religiosa se encontra, ora em conjunto e fortalece a
fé. No principio da religião foi à mesma
coisa para desenvolver a sua religiosidade o homem produz um sistema arcaico de
adoração conforme seu entendimento primitivo. Uma pedra poderia se tornar um altar. Era o que a
sua concepção religiosa permitia realizar conforme o seu conhecimento e
revelação do divino.
c) A arte na
religião
Uma
das formas mais antigas de o homem exprimir sua religiosidade é por meio da
arte. Por isso religião e arte sempre tiveram intimamente ligados. Deste os
tempos mais remotos, o homem expressou suas crenças através da arte. O ser
humano é um ser artístico. O sentimento
de religiosidade já produziu belíssimas obras artísticas às catedrais cristãs,
a estatua de Buda, as pirâmides do Egito, as esculturas gregas, a arte
decorativa islâmica e judaica. A literatura mística da islâmica ou crista. Há
séculos a religião ser de inspiração para os artistas. Na arte religiosa, o ser
humano exprime sua busca pelo divino.
Onde tivesse pincel e tinta e um religioso sua expressa artístistica de
divindade estavam presente. . As musicas
sacras de Handel, Bach, Vivaldi ou Beethoven em contraste com o primitivo
religioso nos dão uma idéia de como
deveriam ser os primeiros homens de fé.
“Os homens das cavernas” registraram sua fé, seu medo, suas superstições em parede de pedras.
Estereotipou seus conhecimentos
na medida do seu tempo, deixando suas “vozes”, suas marcas, um documento
precioso para a História.
Os
antropólogos e os sociólogos reconhecem que nas sociedades humanas
sempre houve princípios religioso. Supõe-se
que até mesmo as pinturas nas
cavernas, que datam de 20 mil anos, tiveram algum sentido religioso.
No
politeísmo os deuses são retratados e forma artística. Os egípcios
retratavam seus deuses em estatuas. Os mesopotâmicos, os babilônicos e assírios
construíam templos. Retratavam como deveria ser a vida após a morte e produziam
estatuas de seus deuses. Entre esses povos o deus principal era representado
por um senhor velho e de barbas longas. Os gregos erguiam templos suntuosos para
abrigar as imagens divinas. Varias religiões modernas também fazem imagens e
ídolos representativos de suas divindades.
Na religião monoteísta esta questão
é mais delicada. Ver seu único Deus representado por um ídolo ou por uma imagem
parece ser um assunto delicado. Pois acredita que se deva evitar a idolatria,
que é a adoração de imagens. Argumentam que não podemos conhecer a verdadeira
natureza de Deus. No judaísmo e no islamismo é proibida a produção de imagens
representando Deus. Nessas religiões a arte é apenas a decorativa e a
arquitetônica. Já entre os católicos é permitindo a produção de imagens, pois
para eles não se está adorando imagens. Elas serviriam apenas como inspiração e
para estimular a lembrança de Deus ou dos santos.
d) Religião um
fenômeno da humanidade
A religião como fenômeno da humanidade está
intimamente ligada à origem do homem, portanto, estudando a origem do homem
chegaremos bem próximo, senão no ponto exato, da origem da religião. Este estudo
requer muitas informações e
avaliação se levarmos em conta, o
assunto, sob dois pontos de vista da
historia: da historia natural e o da
historia bíblica. A sociologia da
religião define religião como “um empreendimento humano que estabelece um cosmo
sagrado” (Berger, p.38). Onde por “sagrado se entende alguma qualidade de poder
mistérios e temeroso, distinto do homem”, mas
“relacionado com ele, que se
acredita residir em certos objetos da
experiência”. Segundo Berger
essa qualidade
pode ser atribuída a objetos naturais e
artificiais, a animais, ou a homens, ou às objetivações da cultura humana. Há
rochedos sagrados, instrumentos sagrados, vacas sagradas (...) A qualidade pode
finalmente encarnar-se em seres sagrados, desde os espíritos eminentemente
locais ás grandes divindades cósmicas. Estas últimas podem, por sua vez, ser
transformadas em forças ou princípios supremos que governam o cosmo, e não mais
concebidas em termos pessoais, mas ainda investidas do status de sacralidade
(Berger, 38,39).
Para
Berger “a religião representa o ponto Maximo da auto – exteriorização do homem
pela infusão, dos seus próprios sentidos sobre a realidade“ (p.41), isto é a
religião é puramente uma criação humana que por ele foi exteriorizada a partir
de suas realidades e experiências precárias empíricas que por ele mesmo foi legitimada na
sociedade. A relação homem-religião-sociedade produz uma ordem social aceitável
e legitimante. Guyau afirma que
religião é um
sociomorfismo universal (...)é uma explicação física, metafísica e moral de
todas as coisas por analogia com a sociedade humana, sob uma forma imaginativa
e simbólica (...) uma explicação sociológica universal, em forma mítica..(p.3,4).
”
Schleiermacher[i]
afirma que a essência da religião consiste no sentimento que nós todos temos da
nossa dependência absoluta. Essas potências das quais nos sentimos dependentes,
nós a chamamos de divindades. Feuerbach[ii]
quanto a origem, a própria essência da religião é o desejo: se o homem não
tivesse necessidade e desejo, ele não teria deuses. Harmann[iii]
diz se a dor e mal não existisse não haveria religião. Darmesteter[iv]:
A religião abarca todo o saber e todo o
poder não cientifico(ipud Guyau, p.4,5). A
dependência não é física ela é uma
dependência psíquica, moral e definitivamente social..
Essa
dependência é recíproca e solidária, tanto pode o homem influenciar sobre as potencias.
Se ele está nas mãos dos deuses tanto o homem pode fechar a mão como abrir a mão.
A própria divindade depende do homem, podendo sofrer ou gozar por causa dele (Guyau,
p.8).
e) A crença vem
de onde?
Todos os povos acreditam em alguma coisa. A
religião é a forma mais antiga do conhecimento humano. Antes de existir a
filosofia, antes que a ciência fosse praticada, antes que o direito político
fosse estabelecido, os seres humanos já possuíam práticas de devoção aos deuses
e aos espíritos, rituais de devoção e adoração das forças da natureza. Nunca
houve uma cultura que não tivesse alguma forma de religiosidade.
No inicio as culturas são fundadas nas tradições orais,
sem o uso da escrita, os rituais, as crenças, os valores vão sendo passado de
geração em geração, dos mais velhos para os mais novos, posteriormente a
civilização inventa a escrita, aos poucos varias religiões passaram a basear-se em livros.
Alguns dizem, de forma muito
simplória, que todas as religiões são iguais. Outros, afirmam que, não!. Principalmente se for para defender a sua religião. Mas em
algumas coisas todos aceitam: a) que adoram uma divindade. “Ate mesmo os budista, que não acreditam num Deus criador, veneram Buda e os seres que já atingiram a
iluminação”.. b) ensinam valores positivos que fazem bem ao ser humano, com
a fraternidade e a solidariedade, ou o
que é mais comum entre as religiões, c) que (na maioria) acredita nos espíritos
e na vida após a morte.
Certo estudioso desse assunto chamado Mircea Eliade
(1907-1986), afirmou:
“a essência da religião é a idéia do sagrado”.
“Segundo,
ele a um mundo além do mundo cotidiano,
real que é o mundo sagrado, constituídos de ritos, templos e muitos deuses”. ”(INCONTRI,
DORA-BIGHETO, C.ALEXANDRO- ATICA: 2013. P 10).
Para Durkhein (1958-1917). a “origem da
religião reside na distinção entre o
profano e o sagrado”.
Trata-se
de uma tarefa difícil definir religião, pois “qualquer definição de religião é fatalmente uma simplificação, uma vez
que não pode designar muito mais do que determinado tipo de crença ou de
comportamento religioso” (Enciclopédia, p 9762)
Melville Jean Herskovits definiu,
de forma genérica, mas que se torna relativamente vaga. : “crença em, ou identificação com uma força
ou poder maiores”.
E.B. Taylor (1871) propôs uma definição mínima
para religião a “crença em seres espirituais”. Fez esta observação quando
estava observando tribos mais atrasadas. Denominou esta manifestação de
religião de animismo.
f)
Monoteísmo e politeísmo
Entende-se
por monoteísmo as religiões que possuem um único Deus, como por exemplo, o
cristianismo, judaísmo e o islamismo. Já o politeísmo são aquelas que
possuem muitos deuses. Há aqueles estudiosos desta área que afirme que
politeísmo pode-se identificar uma unidade, mesmo que haja vários
deuses. Ou seja, para os politeístas
mesmo entre muitos deuses há sempre um Deus supremo (por exemplo: Zeus,
dos gregos; Brama, dos hindus). Os estudiosos desse assunto afirmam que “curioso é que neste sistema politeísta mesmo
que não se possa identificar o Deus supremo existe um “principio” unindo todas
as coisas”. Os críticos politeístas
vêem no monoteísmo uma religião que
deseja ver seu Deus único por toda parte. O culto a alguma divindade é a
característica principal entre toas as religiões antigas e modernas. Mortos e antepassados também são cultuados em
muitas religiões em todas as épocas.
Ma antiguidade, as divindades eram representados por estátuas e em pintura. Um fenômeno das primeiras religiões foi a idolatria. Havia “deus” de todas as
formas: totens, estátuas de pedra, de pau, de palha e de barro. Os ídolos eram deuses que possuíam “espírito”, “vida”,
“desejos”, isto se chama: animismo, que
trataremos separadamente mais adiante.
Neles a sociedade (a tribo, o clã, a
família ou o individuo) confiava como
seus protetores, provedor de
suprimentos, boas colheitas, caça e a cura de enfermidades. Atribuía-se à divindade a vitória na guerra e as almas
dos mortos, aos deuses ofereciam a virgindade das mulheres e virilidade dos
homens. . Os deuses eram responsáveis pelo mal e pelo bem. Á divindade cultuada
atribuía-se a origem das pragas e as doenças
que deveriam ser “apaziguados” com oferendas ou presentes, algumas vezes
com vidas humanas (p.e. os astecas). Os ritos e costumes religiosos chegam
a ser incontáveis. A sociedade
primitiva se identificava com os seus deuses. As divindades era o espelho de
suas culturas. Conhecendo suas religiões
era possível conhecer seus hábitos e medos.
A história, palavra que
definiremos mais adiante, tratou de nos
informar o sistema de vida religiosa de
muitos antigos moradores da terra; por onde viveram deixaram sua arte nas
paredes das cavernas, seus objetos manufaturados, seus deuses, ou seja, suas “vozes”
que são compreendidas pela arqueologia.
O monoteísmo é considerado ,por muitos
estudiosos, como um progresso da religião. Fontes históricas, uma delas a
Bíblia, nos informam que no principio da humanidade o homem era
monoteísta e que com o crescimento e desenvolvimento da humanidade ele se
tornou politeísta. Somente milhares de
anos mais tarde uma fração da humanidade é “chamada por Deus para serem
novamente monoteísta (Genesis 2-3, 11-12).
Capitulo II
1) A importância
da historia
Marc
Bloc, um importante estudioso francês, definiu historia como o estudo da vida humana ao longo do tempo. De acordo com essa definição historia pode ser entendida como o estudo de todos os tipos de sociedades
desde as origens da humanidade até os dias de hoje. O estudo da historia nada
mais é dos que lembranças de acontecimentos e situações passadas. Não se trata
de lista de fatos, datas e personagens. Não se aprende historia decorando ou
memorizando acontecimentos. Para entendermos a sociedade do passado e tentar
formular explicações, para isso é
necessário recolher informações. O estudo se tornará interessante se mais
profundas forem as explicações e mais precisas forem as informações. Por exemplo, é importante compreendermos como
surgiu a religião ou as religiões. Para isso, não basta saber a época e seu
fundador. Para compreendê-la precisamos saber as condições históricas que
permitiram o seu surgimento e as razões que explicam o aumento e a diminuição
de seus seguidores.
2) As fontes
históricas
Texto,
pintura, construções, jóias, objetos, desenhos, roupas, escultura, monumentos.
Tudo que os seres humanos produziram em sua longa trajetória é importante para
tentar reconstruir a vida do passado.
São sinais que permitem tentar entender como elas estavam organizadas,
como era sua produção de riquezas, quais eram as características de suas
crenças religiosas, quais eram suas classes sociais e quais eram os jogos que
praticavam. Esses vestígios são
denominados “documentos históricos”. É com base nesses sinais que começamos a elaborar
as explicações e a compreensão dessas sociedades e como viviam
religiosamente. Todo documento histórico
é uma “representação” da sociedade em que está inserido. O autor de um texto
escrito apresenta suas idéias, suas
crenças, seus interesses políticos e sociais. O autor de uma pintura ao
registrar uma cena do cotidiano, também apresenta seus valores sociais. A
humanidade na caminhada pelo tempo deixou seu rastro pela estrada e deixou
marcas por onde passou.
3) O conflito
entre a história secular e a narrativa bíblica
Há
um conflito na narrativa histórica entre
estes dois pontos de vista. A
ciência natural afirma que o
homem veio de uma evolução que duraram milhares de anos, Na tentativa de
validade a teoria da evolução, o texto de Genesis sobre a criação que levou
seis dias, afirmam que são eras e não dias como tal conhecemos hoje. Analisando-se pela ciência natural, da qual
faz parte a antropologia física, teríamos que considerar o evolucionismo como parte
integrante do estudo da origem do homem, a formação dos clãs, as cidades e, conseqüentemente, a sociedade que impõe as condições de
religiosidade. Se considerarmos o evolucionismo como possibilidade de origem do
homem, então não teríamos que analisá-la a segunda, pela teologia antropológica,
pois estaríamos negando o criacionismo. Portanto,
não vamos considerar como valido a teoria da evolução para o surgimento do ser
humano, mas o criacionismo. Todavia, apresentaremos, quanto for conveniente, algumas evidencia da ciência natural com intuito
de comparação entre as duas. Por exemplo, em que região do planeta surgiu os
primeiros “hominídeos” ou os primeiros clãs? Partindo do seguinte pressuposto que “onde
surgiu o homem também, ali, surgiu a religião”, pois a religião é inerente ao
homem.
Face às significativas descobertas no campo
cultural e principalmente nas ciências, o conflito entre religião e ciência
reaparece, sobretudo quanto interpretação da origem, da natureza e do destino. homem,
assim com há diferentes cosmogamias (Enciclopédia,
p 9766)
A história secular afirma que os
primeiros hominídeos surgiram no centro-norte da África, pois ali foi
encontrado o crânio fóssil que segundo a ciência se trata do mais antigo hominídeo. Afirmando que a evolução durou
milhares de anos até chegar na versão humana como conhecemos hoje.
No
centro-norte da África, na floresta tropical das imediações do Chade, hoje
desértica, foi encontrado o crânio fóssil do mais antigo hominídeo conhecido
ate agora, com idade entre 6 e 7 mil. Pertencia ao gênero humano Sahelanthropus
tchadenssis e foi batizado de Toumai.
Na região que atravessa a Etiópia, o Quênia e a Tanzânia foram encontrados
outros fosseis de ancestrais humanos, como os do gênero Australopihecus (do latim australis,
“do sul”, e do grego pithekos,
“macaco”), que viveu no continente desde pelo menos 4 milhões de anos atrás e
se diferenciava de outros primatas pela dentição semelhante à dos humanos
atuais, andar bípede e postura ereta. Também foram encontrados fosseis do
gênero Homo, especialmente da espécie
mais evoluída do Homo habilis (mais
de 3 milhões de anos). Ali viveram,
portanto diversas linhagens paralelas de nossos ancestrais, que se entrelaçaram
até o surgimento do homem moderno. (Vicentino-Dorico, p33).
A ciência afirma que o homem não tem origem em Deus, mas no macaco
e se desenvolveu físico e culturalmente no decorrer de milhões de anos.
Inicialmente, surgiu na áfrica e se espalhou pelo planeta substituindo outras
versões existentes naqueles locais até chegar
à versão homo sapiens sapiens, a
cerca de 200 a 130 mil anos atrás.
“É da
ciência a chamada hipótese de
origem única ou monogenismo.”
“Pesquisas realizadas no campo da genética,
apoiados nos estudo de DNA, afirma que
todos os indivíduos estudados descendem de um mesmo ancestral – de uma única
Eva – que viveu na África ente 143 mil e
285 mil anos, tendo migrado para fora do continente e substituído as populações
de outras categorias de hominídeos existentes na Ásia e Europa. A teoria da
origem humana suscita muitas divergências entre os estudiosos. Desde a
determinação da rota migratória e das datas, quanto a esta ultima polemica, há
aqueles que afirmam que a Eva africana surgiu a cerca de 500 mil anos[v]”.
4) A origem do homem: o criacionismo.
A ciência tem contribuído para
provar a veracidade da Bíblia, porém no que tange, a origem do homem, ambas caminham em sentidos opostos. Os cientistas e estudiosos evolucionistas ainda
não se convenceram ou converteram à narrativa bíblica.
Esta é a
historia da origem dos céus e da terra, no tempo em que foram criados (...)
então o Senhor Deus formou o homem do pó da terra e soprou em suas narinas o
fôlego de vida, então o homem se tornou um ser vivente. [vi]
Segundo o texto sagrado, Deus criou
Adão e Eva colocou-os no paraíso
chamado Jardim do Éden (“Éden”, sig. “lugar de prazer e alegria”).
Devido a sua desobediência foram postos fora desse paraíso. Fora do paraíso se
desenvolveram, tiveram filhos que vieram a povoar a Terra até que sua maldade
atingiu o céu e Deus resolveu por cabo aos habitantes da Terra por meio do
dilúvio.
Capitulo III
a) As primeiras
manifestações de religiosidade na Bíblia.
A primeira referencia bíblica à
adoração a Deus na Bíblia termina com
uma desgraça. Abel ofereceu ao Senhor o melhor do seu rebanho. Um sistema de
adoração baseado em sistema sacrificial e oferendas. Sacrifício
de animais e cereais oferecidos em altares era um fenômeno das religiões antigas. Isto
significa que a historia da religião dentro do conceito bíblico era monoteísta,
sacrificial, não templos e sem
mediadores, isto é, não era necessário de sacerdotes. Um sistema simples.
“Caim trouxe do fruto da terra para oferecer
ao Senhor. Abel, por sua vez, trouxe das partes gordas do seu rebanho para oferecer
ao Senhor” (4:3, 4)
Não temos como saber quanto tempo
levou o período que compreende da criação do homem até o dilúvio. Durante este
período não temos muita informação da religiosidade das pessoas a não ser por
algumas informações no texto de Genesis como segue. “Também a Sete nasceu um filho, a quem deu o nome de Enos” Nessa época começou-se a invocar o nome do
Senhor” (4:26).
Caim e seus descendentes podem
afirmar que foram envolvidos com a ciência. assassino, artistas, cientistas e inventores.
Caim construiu uma cidade (ostentação) ao filho Enoque[vii],
de Irade, Meujael e Metusael não temos
nenhuma informação. Enquanto que sobre Lameque e seus descendentes: Jabal, Jubal e Tubalcaim[viii]
temos: de Lamenque foi o primeiro polígamo e assassinou duas pessoas, Lameque teve dois
filhos: os descendentes de seu Jabal
foram pecuaristas (riquezas); os descendentes de Jubal foram músicos (diversão); e os descendentes de Tubalcaim foram
os inventores de instrumentos de ferro e bronze (armas e ferramentas, podendo
significar guerra e tecnologia).
Ainda sobre os descendentes de Caim,
ou seja, “os filhos dos homens” tiveram
”filhas eram formosa a vista” e que
os “filhos de Deus”, isto é, os descendentes de Sete, casaram-se com elas. O resultado foi uma
geração que desagradou ao Senhor. Significa que a família de Sete deixou de adorar o
Senhor quando contraíram matrimonio com a família de Caim. “Por causa da perversidade do homem” (6:3). O texto agora trata as
duas descendências com um homem, ou seja: o homem (Adam). As gerações posteriores aos casamentos das
duas famílias foram gigantes na terra, heróis daqueles dias, os “refilins” que em hebraico significa “caído”.
Aos olhos dos homens eram heróis e famosos, mais aos olhos do Senhor eram pecadores[ix]. Destarte,
concluímos que novamente a civilização se afastou do Senhor. Ficamos sem saber qual tipo de religião
praticada pelos descendentes de Caim no período pré-diluviano. Todavia, podemos
ter uma idéia através da palavra do Senhor exposta no texto: “por causa da perversidade do homem”,
isto inclui não só comportamento sexual, violência, desonestidade, etc., mas
também uma religião pagã, baseado em idolatria, feitiçaria e magia negra.
Entretanto, Deus achou ‘graça
na família de Noé’ e resolveram
contar-lhe seu intento de destruir a humanidade, devido á suas maldades. Deu-lhe um plano de salvação, através da
construção da arca poupando a família de Noé, juntamente com centenas de
animais. A família de Noé (oito pessoas ao todo) foram os remanescentes que
povoaram a Terra. Os filhos de Noé, Sem, Cam, e Jafé deram origem à humanidade.
O texto sagrado de Genesis capítulo 10
registra a descendência de família de Noé. Foram
70 os descendentes que provavelmente deram origem a 70 nações: “as 14 nações que provinha de Jafé mais as 30
e Cam e as 26 de Sem”. Do numero 70 são múltiplos o 10 e 7 duas cifras
que significam “perfeição”[x].
b) A religião no período
pré-diluviano
Não temos como saber
quanto tempo levou o período que compreende da criação do homem até o dilúvio.
Durante este período não temos muita informação da religiosidade das pessoas a
não ser por algumas informações no texto de Genesis como segue. “Também a Sete nasceu um filho,
a quem deu o nome de Enos” Nessa época
começou-se a invocar o nome do Senhor” (4:26).
É possível que por um período após a queda que a raça humana se afastou do Senhor. A família de sete parece ser a família de
Deus, pois, Enoque[xi] um descendente de Sete, “andou com
Deus e Deus; e já não podia ser encontrado, pois Deus o havia arrebatado”
(5:24).
No Genesis percebemos que as
primeiras manifestações com o sagrado. Aconteceu
no campo com Abel e Caim. Quanto à religião, monoteístas;
quanto à atividade, agro-pastoril. Abel
com a atividade pastoril e Caim um agricultor. A atividade religiosa no campo
não favorece seu crescimento. O fato é que a religião tende a formar
comunidade. É natural que pessoa que professam a mesma fé se aglomere em torno
da divindade ou da crença. Este fato “impede
que o sentimento religioso se dissolva em sentimentalismo individual e incoerente[xii]” É fato histórico que a vida dos primeiros
seres humanos começou no campo, viviam da caça e da pesca e coleta de
alimentos. Andavam em grupos de 20 ou 30
pessoas. ,´pois, eram nômades, isto é, não se fixava no mesmo lugar. Caim foi
“vagabundo” na terra até que resolveu se fixar.
c) A urbanização
da religião
Observando o texto de Genesis 6 e 11
encontramos a formação das primeiras cidades, os primeiros pólos sociais, as
cidades-estados, com leis, governo e cultura
social. Caim construiu a primeira cidade e possivelmente outras foram construídas
antes do dilúvio. Após o dilúvio muitas
cidades foram edificadas.
A civilização pós-diluviana se
estabeleceu na Mesopotâmia, região que hoje é a Síria, Jordânia e Iraque. A
Mesopotâmia é o berço da civilização pós-diluviana. Desta região do planeta encontramos uma
riqueza incontável de achados arqueológicos de civilização anterior há 5 000
anos a. C. Os mais antigos habitantes da Mesopotâmia foram os sumérios (Sinear
na bíblia). Esta civilização construíram grandes cidades-estados (cada
cidade possui sua própria administração
e governo) poderosas e independentes. Dentre as grandes cidades com a ajuda da
arqueologia temos: Quis, Laraque, Acade, lagas, Ereque e Ur. (Gn. 10.10).“Saindo os homens do oriente,
encontraram uma planície em Sinear e ali se fixaram” [xiii]
Os sumérios é a mais antiga
civilização que podemos identificar; Descobertas arqueológicas atestam isso. Foi
nesta região, a Mesopotâmia, que a
narrativa bíblica diz que aquela civilização construiu uma torre com objetivo
de religiosidade: “que toques os céus”. Possivelmente um esforço humano de alcançar a Deus. Esta torre
pode ser os templos mesopotâmicos tem a forma dos Zigurates com uma escadaria que ia do solo ate o
cume. Esta construção ficou conhecida na
escritura como “Torre de Babel” pode ser a primeira construção com fins místico
que já fora registrado.
A
urbanização favorece a religião.
A aparição e o
desenvolvimento das grandes religiões universais estão associados à aparição e
desenvolvimento da cidade, sendo que a oposição
entre a cidade e o campo marca uma ruptura fundamental na história da religião e, concomitantemente,
traduz uma das divisões religiosas mais importantes em toda a sociedade afetada
por esse tipo de oposição morfológica
(BOURDIEU, 1992, p. 34).
A forma de vida, a dependência e o
contato com a natureza, o isolamento propiciado pela vida no campo são fatores
contrários a uma racionalização das práticas religiosas, nas quais a
sazonalidade das atividades e as características já citadas dificultam as
trocas econômicas e, em conseqüência, um contato com outras pessoas,
contribuindo para o não desenvolvimento de uma consciência coletiva e os benefícios
que esta traria.
Os centros
urbanos, ao contrário, possibilitam maior contato entre pessoas, com aumento das atividades
econômicas, políticas e sociais e de crenças, no caso da religião. As atividades urbanas, no
caso do artesanato, independem da sazonalidade
do campo e, por outro lado, possibilitam uma convivência com um número maior de pessoas que, pelas atividades
desenvolvidas e modo de vida, se livram das
tradições e vigilância para cumprimento daquelas atividades. Desta forma, propiciam atitudes mais racionais para as
demais atividades, incluindo a religiosa.[xiv] [xv]
d) As primeiras
formas religiosas
I.
Animismo: filosofia primeira da religião.
O
animismo [xvi]
parece ser o mais antigo sistema religioso.
Como animismo se entende:
1.
Os objetos físicos possuiriam vida ou
espíritos próprios, não havendo tal coisa como matéria inanimada.
2.
Os objetos físicos possuiriam
espíritos, mesmos inanimados, e quando estes objetos fossem destruídos os
espíritos continuariam vivos.
3.
Os espíritos manifestam-se
esporadicamente por meio das pessoas, ou por meio dos objetos físicos ou de lugares específicos. Podendo tratar-se de
“puros espíritos” , podendo ser espíritos não humanos, espíritos de
antepassados e espíritos de pessoas que já
faleceram.
O teórico pioneiro deste assunto,
animismo, foi Edward Burnett. Taylor[xvii]
(1832-1917) antropólogo, que definiu
religião como “crença em seres espirituais”. Ao fazer esta definição observando
crenças de tribos atrasadas na indonésia
e nos arquipélagos indico, cuja
expressão religiosa denominou animismo. Para ele o animismo é a mais remota
forma de expressão religiosa que fala de uma continuação histórica e cultural
que ascende e envolve “até chegar à
cultura moderna” Taylor considerou o
animismo ser a primeira fase do desenvolvimento
das religiões. . Para Taylor “o homem
desejando compreender os sentidos dos sonhos, da alucinação e da morte, cria a
idéia de uma alma ou de uma personalidade interior e projeta sobre os animais, plantas e objetos
inanimados, adorando uma concepção animista de seres espirituais. Taylor desenvolveu a teoria da sobrevivência
que resumidamente descrevo:
‘processo, costumes e opiniões, e assim por
diante, que foram desenvolvidas pela força do habito para um novo estado de
sociedade diferente daquela em que eles tiveram na sua terra de origem, e,
portanto, permanecem como provas e exemplos de uma condição mais antiga de
cultura de que um mais novo tem evoluído’
O estudo da sobrevivência auxilia os
etnógrafos na reconstrução das caracteristicas
culturais anteriores e possivelmente reconstruir a evolução da cultura. ( o
curioso que Taylor “acreditava que "a investigação sobre a história e pré-história do homem .. . poderia ser usado como uma base para a reforma da sociedade britânica”)
II.
O totemismo
Vamos tomar como exemplo, o totemismo, analisado-a sob o ponto de
vista sociológico. Posteriormente
analisaremos a origem da religião sob o ponde de vista antropológico
teológico.
O totem é qualquer objeto, animal ou planta que seja cultuado como deus ou equivalente por uma sociedade organizada em torno de um símbolo ou por uma religião, a qual é denominada totemismo. Os clãs identificam-se com um totem, que é a
representação da divindade de que se dizem descendentes. O totem costuma ter a
figura de um animal, uma planta ou um objecto, que não podem ser mortos,
comidos ou destruídos, porque são sagrados. Em suma é
o culto a natureza.
O grande estudioso dessa matéria foi
o sociólogo Emile Durkhein (1958-1917). Segundo, o este teórico, “o
totemismo é a religião mais simples “(Aron,
2008 p 504), isto não significa
ser a religião mais antiga. Estudando a
religião existente entre os aborígenes
australiano, formulou sua teoria “segundo
o qual a origem da religião reside na
distinção entre o profano e o sagrado, e segundo a qual as forças anônimas,
difusa, superior aos indivíduos e próxima dele e, na verdade, o objeto de
culto”. Segundo ele, esta motivação
pelo sagrado é imposta e provocada pelo clã, no caso das religiões primitivas,
ou pela sociedade no caso das religiões atuais. Sobre clã e totem Durkheim define:
O clã é um grupo de parentesco
não constituido por laços de sangue. É um grupo, talvez o
mais simples de todos que exprime sua identidade tomando como referencia uma
planta ou animal. Nas tribos australianas estudadas por Durkhein, cada totem
tem seu emblema e seu brasão. Em quase todos os clãs encontramos seus objetos,
pedaços de madeira ou de pedra polida, que representa ficugradamente o totem e
participam do seu carater sagrado. (Aron. 2008, p 505),
Champlin, assim define o totemismo:
A palavra totem vem de uma língua primitiva da America do Norte,
algonquiana, da tribo dos Ojibwa.
Nesse idioma a palavra é ototeman. que provavelmente, significa “ele é um parente meu”
(...) “parentesco fraternal”. (...)“Encontraram-se provas e evidencias de
totemismos em muitos lugares do mundo, onde houvesse povos primitivos; mas as
manifestações mais dramáticas e ricas ocorriam entre os aborígenes australianos. Essas tribos representavam as culturas mais
primitivas que o homem moderno já conheceu (...)
Referem –se a objetos como plantas,
animais(embora este ultimo muito raro) e outros objetos naturais que , segundo
aqueles ameríndios acreditavam tinham significado para sua tribo. Todas elas
estavam relacionadas a laços ancestrais e eram coisas importantes para o clã, a
família e para a sociedade em geral, conforme dá a entender o vocábulo básico,
literal (Champlin, vol.6, 2011. p 459, 460)..
Na pratica os objetos totemicos provocam comportamento tipicos da religião nos
individuos como abster-se de comer ou tocar no totem, ou demonstrar devoção
pelo objeto sagrado. O sagrado é o
principio do totemismo. O objeto totemico
é o “objetivo palpavel” representativo da divindade. A fé no “que
acreditam estar por traz” deste objetos é “subjetivo abstrato”. Acretitam
existir uma uma força sobrenatural e impessoal
formada consciente religioso de cada individuos, motivada pela crença
coletiva da sociedade que de alguma forma de traduz em experiencia cotidiana com o sagrado. Para durkheim o totem não se trata do objeto
em si. Nao se trata da adoração de certas imagens,
Eles
creem numa força absolutamente destinta de todas as forças materiais, que agia
de multiplas maneiras, seja para o bem , seja para o mal, e que o homem tem o
maior interesse de ter nas maõs e dominar. É um forma, de ordem imaterial e num
certo sentido sobrenatural ; mas é na materia que ela se manifesta. Não se fixa
sobre um objeto determinado , embora possa ser levado sobre qualquer tipo de
coisa, seja para proveito proprio, seja para proveito de outrem.
“mas uma especie de força anonima e impessoal que encontramos em cada um
destes seres, sem que se confundam com
nenhum deles. Ninguem a possui interamente, e todos dela participam. É
de tal forma independent dos sujeitos particulares em ue se manifeta, que os prece e sobrvive a eles. Os individus morrem, as geraçoes passam, os
individuos são substituidos por outros. Mas esa força permanece atual, viv e
semelante a sim mesma. Anima a geraçao
presente como animou a de outrem e como
dará vida à de amanhã .(...) mas é um deus impessoal, sem nome, sem histoia,
imanente ao mundo, difuso numa plualidade inumeravel de coisa”. (Aron. 2008, p
507).
Para
Champlin esta matéria, totemismo, “foi objeto de estudo entre o mais
renomado enciclopedista, antropólogos,
teólogos e estudante de religião, como Robtson Smith, Émilie Durkhein, J.G. Frazer, e até Segmund Freud,
prosseguindo ate a década de 1920”.
Sendo que para estes estudiosos, diz Champlin, “no totemismo australiano havia unidade orgânica entre os elementos constitutivos
dos padrões culturais ali encontrados, havendo duas seqüências intimamente
relacionadas entre si 1. A necessidade de encontrar explicações teóricas para
as diferenças, por ventura encontrada em outros lugares; e 2 o conceito de certo
“estagio” dentro da evolução religiosa, de onde deve ter derivado todos os
elementos constitutivos que podem ser
encontrados isoladamente ou em combinação, em qualquer parte do mundo”
Analisando os estudos de Durkhein, Raymon Aron, afirma que houve uma evolução na religião:
Se Durkhein afirma que o totemismo é a
religião mais simples e elementar, admite implicitamente que há um processo de
desenvolvimento da religião a partir de
uma origem única (...).a experiência bem escolhida, no caso o
totemismo, revela o fenômeno comum a
toda a sociedade (...) A teoria da religião de Durkhein não foi elaborada a
partir do estudo de um grande numero de fenômenos religiosos. A essência de um
fato religioso é aprendida em um caso particular, supostamente revelador do que é essencial em
todos os fenômenos do mesmo gênero (...). No estudo de Durkhein, cada totem tem seu emblema
e seu brasão ao lado de cada totem foram encontrados objetos sobre os totens
australianos um totem poderia
representar um individuo, clã, ou grupo social (Ibid, p.505)
O estudo conclui, a partir da
analise dos elementos constitutivos do totemismo, que as religiões primitivas em muito se
assemelhavam entre sim. A teoria totêmica deixou de lado as diversidades de
culturas religiosas e estabeleceu certo padrão para a origem da religião, ou
seja: “a busca pelo sagrado”. Onde a sociedade é a responsável e produtora do profano e do sagrado impondo ao
individuo religiosidade. O qual se vê
quase que obrigado a contribuir com a
vontade dessa sociedade. Resumidamente a
religião tem origem na sociedade.
Capitulo V
1) UNIDADE DA RAÇA HUMANA.
I.
Quem somos?
A
antropologia teológica afirma que o
homem descende de um único casal.[xviii] O apostolo
Paulo fundamentou sua doutrina na unidade orgânica da raça
humana. [xix]
.
Na
antropologia[xx]
, dentre as suas muitas subdivisões, principalmente a antropologia cultural[xxi], esta ciência,
aponta a origem do homem para uma família comum. Concorrendo com conceito bíblico da originalidade do homem.
Dentro da
antropologia cultural o que interessa para a Teologia gira em torno da ética.
Muitos dos antropólogos defendem o chamado relativismo cultural, isto é, a
idéia de que cada cultura desenvolveu os seus próprios conceitos éticos,
dependendo das forças que atual ali (Champlim, vol.1. 2011. p 199).
A dificuldade reside no fato de que
no decorrer dos séculos a humanidade se
espalhou ao redor globo terrestre, se
desenvolveu culturalmente e estabelecendo-se
em diversos lugares e formando
famílias, clãs, tribos e reinos ou países. Conseqüentemente, hoje, chegar a um veredicto da origem da
religião destas comunidades desenvolvida
e espalhada pelo mundo, sem dúvida, será uma tarefa exaustiva e inconclusa do
ponto de vista da ciência natural; embora , teologicamente seja mais palpável e conclusiva.
O
desenvolvimento sócio-cultural foi fator determinante para o surgimento
de miríades religiões em diversas sociedades ao redor do mundo no decorrer da história. E
muitas destas religiões se extinguiram por motivos diversos: cataclismo[xxii]
ambiental, conquistas territorial por outros povos impondo-lhes outras
religiões, por extinção epidemiológica, etc.. Através da antropologia social, que faz um estudo comparativo dos costumes tradições, organização social,
moral, governo, família, comunidade e
economia nas diferentes culturas,
compreendemos porque qualquer padrão discernível de certo ou errado se
perde. Partindo do principio que cada cultura estabelece o seu
padrão ético, desenvolve seus valores morais, seus próprios hábitos e sua forma de crença, o que é bom para uma não é bom para a
outra. Destarte, “terminamos com muitos padrões de conduta moral, sendo
aprovados até mesmo os sacrifícios humanos enquanto que o adultério e a
promiscuidade são sancionados” (Champlim. 2011. vol.1. p199).
Strong cita
quatro argumentos apresentados aqui que fundamentam as declarações das Escrituras sobre a origem
do homem:
1.
A
historia: Até onde se podem delinear a historia das nações
e tribos dos dois hemisférios, as evidencias apontam uma única origem e uma só
ancestral ma Ásia Menor. Reconhece-se que as nações
européias surgiram de sucessivas ondas migratórias vindas da Ásia Menor. Há um consenso entre os etnólogos modernos
que as raças de índios das Américas derivam de fontes mongólicas da Ásia
Oriental, ou da Polinésia ou das ilhas Aleutes.
2.
A
língua: A
filologia comparativa aponta para uma única
origem comum de todas as línguas mais importantes e não descarta a possibilidade que as línguas menos
importantes também não sejam derivadas
delas.
3.
A
psicologia: A
existência de características mentais e moral
comum entre as famílias da humanidade, tendências e capacidade na
predominância de tradições semelhantes e na aplicabilidade universal de uma
filosofia e religião, explica-se mais facilmente com base na teoria de uma
origem comum.
4.
A
fisiologia: É juízo
comum entre os fisiólogos que o homem é uma só espécie. E as diferenças
existentes entre as varias famílias humanas devem ser consideradas como
variedades dessas espécies. Assim podemos afirmar:
a.
As inúmeras gradações intermediariam
que estabelecem conexão entre as assim chamadas raças umas com as outras.
b.
A identidade ascencial de todas as
raças nas características cranianas,
osteológicas e dentais.
c.
A fertilidade de uniões entre
indivíduos dos mais diversos tipos e a continua fertilidade do produto destas
uniões. (STRONG, 2003 p.37)
O
apostolo Paulo diz com razão que Adão é “o primeiro homem” [xxiii]
Através
da antropologia social, que faz um estudo comparativo dos costumes tradições,
organização social, moral, governo, família, comunidade e economia nas
diferentes culturas, compreendemos porque qualquer padrão discernível de certo
ou errado se perde. Partindo do principio
que cada cultura estabelece o seu padrão ético, desenvolve seus valores morais,
seus próprios hábitos e sua forma de crença, o que é bom para uma não é bom
para a outra. Destarte, “terminamos com
muitos padrões de conduta moral, sendo aprovados até mesmo os sacrifícios
humanos enquanto que o adultério e a promiscuidade são sancionados” (Champlim. vol.1.2011.p199).
“A
historia da religião acompanha a historia da humanidade. Onde estiver o ser humano, ali estará,
igualmente, a religião” (Champlim. Vo. 5. 2011. p638).
2) Evidencias
bíblicas das primeiras religiões
No Primeiro Testamento parece haver
alguma evidencia dessa forma religiosa
“Caim fundou uma cidade ...chamou Enoque”.[xxiv] “Por causa da perversidade do homem meu
espírito não contenderá com ele para sempre [xxv]”“Eles
foram os heróis do passado, homens famosos”[xxvi].
Vamos construir uma cidade com uma torre que alcance os céus “Esta pedra que
hoje coloquei como coluna servirá de santuário Deus...” “Enquanto Labão tinha saído para tosquiar
suas ovelhas, Raquel roubou de seu pai os ídolos do clã (Gn. 28:22a, 31:19) [xxvii]”
Jacó e Labão viviam em contado com a
religião herdada dos sumérios, logo seria natural que trouxessem traços daquela
religião. Analisando pela teoria do totemismo de Durkhen e da substituição de Taylor a pedra que serviu de coluna e o ídolo do clã
são testemunhos que havia naqueles dias
uma religião com essas características e que tal forma era oriunda de outra
mais primitiva.
“A cristandade, em alguns aspectos, exibe vestígios dessa filosofia na veneração de
lugares sagrados ou dos espíritos ou santos que residem nesses lugares, ou pelo
menos que se manifestam ocasionalmente no mesmo” (Champlin. Vol. 1., 188)
3) A origem da
religião
A
origem da religião foi durante muito tempo , o problema dominante da historia
das religiões. Como vimos anteriormente, a religião sofreu evolução no decorrer
da história, porem traçar um caminho evolutivo não é uma tarefa fácil.
Muitos teóricos tem traçado uma
linha evolutiva das diferentes formas de religião. J. Lubdock (1870) propõe
como linha evolutiva a de fetichismo,
totemismo, antropomorfismo (idolatria), monoteísmo (Deus Criador). E.B.Taylor
(1872) propõe a seqüência animismo, manismo, fetichismo, politeísmo, monoteísmo
E. Durkhein coloca a religião dentro de
um sistema de necessidade e destaca sua função integradora. Neste sentido, o ritual religioso age em oposição às forças
do medo, do desanimo, da doença e oferece meios sociais e morais de
reintegração do grupo.
4)
O Destino do homem.
“Ao
homem está ordenado morrer uma só vez, vindo em seguida o juízo’. Hebreus 9:27.
O destino do
homem é um assunto que a ciência natural não consegue resolver, a não ser pelo
simples fato de afirmar que o homem é finito e que tudo está relacionado a esta
vida.
A ideia da eternidade da alma
não é concebível pela ciência natural, pois vê o homem apenas como um
ser material. A explicação para o destino do homem só pode ser respondido pela
Antropologia teológica:
O estudo da
antropologia teológica é o estudo do
homem, no que tange a Deus, à sua origem , à sua natureza presente, atividades,
deveres e destinos. A teologia nos ensina que o homem foi criado para
relacionar-se com Deus, para participar de seu propósito, e finalmente para
compartilhar de sua natureza divina (II Pe. 1:4), tal como originalmente foi
criado à imagem de Deus. O homem desfigurou a essa imagem e a redenção tem por
finalidade restaurá-la, mas também maximizá-la,
por meio da criação do homem espiritual, uma realização das dimensões
espirituais. Na antropologia teológica o
homem é um ser transcendental, ou pelos menos, está destinado a sê-lo. (Champlim.2011.p199).
CONTINUA- FALTA COMPLETAR.
5) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.
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Raimond. As etapas do pensamento sociológico. 7ª.Ed. são Paulo: Martins
fontes.200.
BERGER,
Peter L. O dossel sagrado: elementos para uma sociológica da religião.(Trad.Jose
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2013.
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ENCICLOPEDIA
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GUYAU,
Jean-Marie, A irreligião do futuro. São Paulo:
Martins Fontes. 2014.
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http://en.wikipedia.org/wiki/Edward_Burnett_Tylor
STRONG,
Augustus Hopkins. Teologia sistemática. São Paulo: Hangus, Vol.2. 2003
VICENTINO,
C e Dorico, G. História geral de do Brasil. São Paulo. Spione. 2010.
WILGES,
Irineu. Cultura religiosa. 18 ed. Petrópolis: Vozes. 2008
6)-
REFERÊNCIAS
[i] Fruedrucg
Scgkeuernacger *1768-1834), teologo e pregador alemão tido com fundador da moderna
teologia protestante (apud, Guyau, p4);
[ii] Ludwig
Feuerbach (1804-72) Filósofo alemão lembrado principalmente por sua influencia sobre
a obra de Karl Marx (ibid);
[iii] Eduard
Von Harmann (1842-1906), filósofo metafísico alemão nascido
em Berlim (ibid, p.5);
[iv] James
Darmesteter (1849-94), orientalista francês (ibid, p.6)
[v]
Conforme citado por HERNANDEZ, Leila
Leite. A Africa na sala de aula: visita a historia contemporânea. São
Paulo. Selo Negro. 2005. P58.
[vi] Genesis 2:4, 7
versão NVI.
[vii]
Este nome significa “instruído, iniciado, dedicado” Existem quatro Enoque na Biblia .
[viii]
Os significados dos nomes Jabal é “nestre”, Juba é “Riacho” e Tubalcaim é
“Ferreiro”.
[ix]
Comentário Bíblia NVI de Estudo, p 15
sobre Gn.6.4
[x] Comentário bíblia NVI ESTUDO P 22
[xi]
Este nome significa “instruído, iniciado, deidicado” Existem quatro Enoque na Biblia.
[xii] Wilges, IRINEU, 2008. P 16
[xiii] Gn. 11:2
[xiv]http://www.snh2011.anpuh.org/resources/anais/14/1300481474_ARQUIVO_RELIGIOESALGUMASQUESTOESTEORICAS.pdf
[xv]
Flamarion Laba da Costa Professor do
Departamento de História da Universidade Estadual do Centro-Oeste – UNICENTRO. Guarapuava
– PR
[xvi]
O termo vem do “anima” (alma, fôlego) . Tendo sido usado pela primeira vez por
Sthal (1720) para expressar um conceito filosófico da alma do mundo. Mas foi
introduzida na filosofia e na antropologia comparada pro Taylor
[xvii]
http://en.wikipedia.org/wiki/Edward_Burnett_Tylor
[xviii]
Gn. 1.27, 28; 2:7, 22;
3:20; 9:19; At. 17; 26
[xix] Rm. 5:12,19
[xx] “A palavra significa “O estudo do homem”.
Como ciência estuda o homem como organismo biológico e como um ser cultural. Há duas divisões principais na antropologa: 1)-Antropologia
física que aborda o que o homem era e é como um animal; e 2) a antropologia
cultural, que trata sobre o que o homem tem descoberto e inventado, aprendido e
transmitido como um ser social”. (Champlim. 2011. p.198, 199)
[xxi]
A antropologia cultural subdivide em: lingüística, tecnologia, arqueologia da
pré-história e antropologia social.
[xxii]
"Cataclismo" é uma forma popular.
Ao nos comunicarmos usando a língua culta, devemos dizer
"cataclismo" (com "O"): deriva-se da palavra grega
"cataclismos" que significa "inundação", "dilúvio”. (http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20060725102129AA4Yze5)
[xxiii] 1Co. 15:45
[xxiv] Gn.
4.17
[xxv] Gn. 6.3
[xxvi] Gn.6.4
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