MITO[i]
DA CAVERNA
Jose
M V Rodrigues
PLATÃO.
A República. Tradução de Pietro Nassetti. São Paulo: Martin Claret, 2000. Livro
VII. Pág 210/238.
Na obra de Platão[ii],
“A Republica”, no livro VII, está descrito
uma alegoria conhecida como “Mito da
Caverna”. Trata-se de um diálogo entre Sócrates
, Glauco e Adimato. .
O
filosofo grego, de forma metafórica descreve a situação como a sociedade estava presa a crendices e
supertições. Platão leva seus discípulos a imaginar uma história de homens
que vivem num mundo subterrâneo, em uma caverna. . Estavam
presas por correntes desde a infância e tudo que poderiam ver eram sombras refletidas na parede. Havia uma luz por detrás deles. Todo
tipo de coisa passavam em suas costas,
por um caminho entre os prisioneiros e
uma alta chama como de fogo que refletia
no fundo da caverna as imagens. Para os prisioneiros as sombras na parece e as
vozes e ruídos produzidos por pessoas, animais e outras coisas era tudo que
conheciam e ouviam. Sócrates, no diálogo,
diz que eles discutiam entre eles o que deveria ser aquelas imagens, que
chama de ídolos, e ruídos que podiam perceber pelos seus sentidos. Até que, em certo dia dos homens rompe as
cadeias se libertando das correntes e se
volta a olhar os objetos atrás de si e a luz que ofusca seus olhos e faz isso
com muito esforço, mas não consegue distinguir claramente os objetos preferindo
às sombras a aos objetos. Agora esse
homem é levado para fora, para o exterior
da caverna a força. Sócrates sugere que a luz do dia ofuscará seus olhos a ponto de
segá-lo, resultado do seu primeiro contato com a luz do sol por
passar um longo na escuridão. A medida
que vai se adaptando á luz do sol,
percebe as sombras, depois a realidade dos objetos até ver perfeitamente suas
formas e belezas. Inclusive a noite ver a beleza das constelações, os ruídos
que antes no interior da caverna em apenas sombras e uma visão ofuscada pela
luz do fogo. Sócrates, também acrescenta
que este homem poderá ver o sol e concluir que é ele que marca as estações e
perceber que tudo que viu no interir da caverna foi por causa da sombra que ele
produziu na parede. No imaginário de
Sócrates ele afirma se esse homem se lembrasse de sua antiga ciência no
interior da caverna, de seus amigos, e tudo que sabe agora; não acha que
sentiria pena deles?
Então ele resolve voltar ao interior da caverna e contar aos
seus amigos o que havia visto.
“Que
lhe aconteceria nesse retorno? Os demais
prisioneiros zombariam dele, não acreditariam em suas palavras e, se não
conseguissem silenciá-lo com suas caçoadas, tentariam fazê-lo espancando-o e,
se mesmo assim, ele teimasse em afirmar o que viu e os convidasse a sair da
caverna, certamente acabariam por matá-lo. Mas, quem sabe alguns poderiam
ouvi-lo e, contra a vontade dos demais, também decidissem sair da caverna rumo
à realidade”.[iii]
Esta
alegoria de Platão escrita em forma de
diálogo entre 380-370 a.C. descreve a situação humana condenada a uma infeliz condição.
Aprisionados desde sua infância na escuridão de uma caverna e tudo que conhece
sobre o mundo são as sobras refletidas na parede e não a realidade das coisas
com seus coloridos e formas definidas da luz do sol (Helio, na mitologia grega
erra convocado como testemunha pelos deuses). O homem arrancado a força da caverna sofre ao sair e até conseguir se habituar à nova realidade sob a luz do sol, que ampliará
seus conhecimentos sobre o mundo. Esta nova realidade o fará ser rejeitado pelos que vivem na
escuridão da ignorância.
Para Platão o universo da ciência
(gnose) e o do conhecimento (epsteme), por se escancarava perante ex-prisioneiro da ignorância, podendo então vislumbra e se
embriagar-se com o mundo de formas
perfeitas
“Com essa alegoria, Platão divide o mundo em
duas realidades: a sensível, que se percebe pelos sentidos, e a inteligível (o
mundo das ideias)”. O primeiro é o mundo da imperfeição, do visível em que a maioria da humanidade está presa. Iludida
que as sombras são as realidades e o segundo mundo é o inteligível encontraria
nele toda a verdade possível para o
homem que rompe com os ferros da
ignorância e se ergue para uma esfera maior da luz em busca de uma essência
maior das ideias morais que regem a sociedade: o bem(Agathón), o belo(Kalón) e a justiça.
(
dikaiosyne).
“Assim
o ser humano deveria procurar o mundo da verdade para conseguir atingir o bem
maior para sua vida”. .
Com esta alegoria o filosofo grego
quis mostras algumas coisas que eram realidades nos seus dias e que, também
podem ser nos dias de hoje:
ü Sempre
doloroso chegar ao conhecimento e que este tem caminhos bem definidos;
ü É
difícil romper com a inércia da ignorância (agnosis) que requer sacrifícios;
ü No
primeiro instante tem que defrontar com a opinião (doxa) quando se ergue das profundezas,
pois não vê claramente. Está
impressionado com nova realidade.
ü O
conhecimento (epsteme) vem com a persistência de um olhar inquisidor que poderá
ver o objeto com toda integralidade.
O conhecimento, segundo
Platão traz desconforto, pois o ser que esteve em contato com o mundo dominado
por “Hélio”, inteligível, epistêmico, voltar á caverna, ou seja, junto daqueles
que vivem na ignorância; este poderia
não ser bem recebido e seus conhecimentos rejeitados e possivelmente até
poderia ser morto. Este homem poderia ser considerado um doido, um
extravagante, um fora da lei ou um herege.
FONTE BIBLIOGRÁFICAS.
CHAMPLIN, R.N.
Enciclopédia de bíblia, teologia e filosofia. 11 ed. São Paulo: Agnus. Vol. 04. 2011
PESQUISA NA INTERNET
http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=796, visto em
06/10/2014
http://educaterra.terra.com.br/voltaire/cultura/caverna.htm,
Visto em 06/10/2014
http://www.usp.br/nce/wcp/arq/textos/203.pdf, visto em 06/10/2014
REFERÊNCIAS.
[i]
Mito. A palavra mito vem do grego, mithos, que indica qualquer ideia expressa
somente por palavra oral, em contraste com
érgon, “trabalho”, “ação”. Assim , um mito é algo sobre o que os homens
falam, mas sem base na realidade. Está
em foco algum assunto de conversa, alguma estória, alguma fabula. De fato no
grego mithéo significa “contar”, narrar uma ficção. (CHAMPLIN, vol.4.p.320)
[ii]
Platão empregava mitos como meio de ensino, tal como Jesus usou as parábolas e
alegorias. (ibid, 322)
[iii]
http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=796,
VISTO EM 06/10/2014
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