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A ESCRAVIDÃO NA BÍBLIA.

Este texto e parte integrante  de um artigo maior postado neste blog: A TEOLOGIA PRESENTE NOS DISCURSOS DA IGREJA CATÓLICA       NO FIN...

26/01/2015

MITO DA CAVERNA

MITO[i] DA CAVERNA
Jose M V Rodrigues

PLATÃO. A República. Tradução de Pietro Nassetti. São Paulo: Martin Claret, 2000. Livro VII. Pág 210/238.

            Na obra de Platão[ii], “A Republica”, no livro VII,   está descrito uma alegoria conhecida como   “Mito da Caverna”. Trata-se de um diálogo entre  Sócrates , Glauco e Adimato.     .
            O  filosofo grego, de forma metafórica   descreve a situação  como a   sociedade estava presa a crendices e supertições. Platão leva seus discípulos a imaginar uma história de  homens  que vivem num mundo subterrâneo, em uma caverna.  .  Estavam presas por correntes desde a infância e tudo que poderiam ver eram sombras  refletidas  na parede. Havia uma luz por detrás deles. Todo tipo de coisa  passavam em suas costas, por um caminho entre os prisioneiros  e uma alta chama como de  fogo que refletia no fundo da caverna as imagens. Para os prisioneiros as sombras na parece e as vozes e ruídos produzidos por pessoas, animais e outras coisas era tudo que conheciam e ouviam. Sócrates, no diálogo,   diz que eles discutiam entre eles o que deveria ser aquelas imagens, que chama de ídolos, e ruídos que podiam perceber pelos seus sentidos.  Até que, em certo dia dos homens rompe as cadeias se libertando das correntes  e se volta a olhar os objetos atrás de si e a luz que ofusca seus olhos e faz isso com muito esforço, mas não consegue distinguir claramente os objetos preferindo às sombras a aos objetos.  Agora esse homem é levado para fora,  para o exterior da caverna a força. Sócrates sugere que a  luz do dia ofuscará seus olhos a ponto de segá-lo,  resultado  do seu primeiro contato com a luz do sol por passar um longo  na escuridão. A medida que vai se adaptando  á luz do sol, percebe as sombras, depois a realidade dos objetos até ver perfeitamente suas formas e belezas. Inclusive a noite ver a beleza das constelações, os ruídos que antes no interior da caverna em apenas sombras e uma visão ofuscada pela luz do fogo.  Sócrates, também acrescenta que este homem poderá ver o sol e concluir que é ele que marca as estações e perceber que tudo que viu no interir da caverna foi por causa da sombra que ele produziu na parede.  No imaginário de Sócrates ele afirma se esse homem se lembrasse de sua antiga ciência no interior da caverna, de seus amigos, e tudo que sabe agora; não acha que sentiria pena deles?
Então ele resolve  voltar ao interior da caverna e contar aos seus amigos o que havia visto.

         “Que lhe aconteceria nesse retorno?  Os demais prisioneiros zombariam dele, não acreditariam em suas palavras e, se não conseguissem silenciá-lo com suas caçoadas, tentariam fazê-lo espancando-o e, se mesmo assim, ele teimasse em afirmar o que viu e os convidasse a sair da caverna, certamente acabariam por matá-lo. Mas, quem sabe alguns poderiam ouvi-lo e, contra a vontade dos demais, também decidissem sair da caverna rumo à realidade”.[iii]

            Esta alegoria de  Platão escrita em forma de diálogo entre 380-370 a.C. descreve a situação  humana condenada a uma infeliz condição. Aprisionados desde sua infância na escuridão de uma caverna e tudo que conhece sobre o mundo são as sobras refletidas na parede e não a realidade das coisas com seus coloridos e formas definidas da luz do sol (Helio, na mitologia grega erra convocado como testemunha pelos deuses).    O homem arrancado a força  da caverna  sofre ao sair e até conseguir se habituar à  nova realidade sob a luz do sol, que ampliará seus conhecimentos sobre o mundo. Esta nova realidade  o fará ser rejeitado pelos que vivem na escuridão da ignorância.
            Para Platão o universo da ciência (gnose) e o do conhecimento (epsteme), por se escancarava perante  ex-prisioneiro  da ignorância, podendo então vislumbra e se embriagar-se com  o mundo de formas perfeitas
 “Com essa alegoria, Platão divide o mundo em duas realidades: a sensível, que se percebe pelos sentidos, e a inteligível (o mundo das ideias)”. O primeiro é o mundo da imperfeição, do visível  em que a maioria da humanidade está presa. Iludida que as sombras são as realidades e o segundo mundo é o inteligível encontraria nele  toda a verdade possível para o homem  que rompe com os ferros da ignorância e se ergue para uma esfera maior da luz em busca de uma essência maior das ideias morais que regem a sociedade: o bem(Agathón),   o belo(Kalón) e a justiça.
( dikaiosyne).
              “Assim o ser humano deveria procurar o mundo da verdade para conseguir atingir o bem maior para sua vida”.  .
            Com esta alegoria o filosofo grego quis mostras algumas coisas que eram realidades nos seus dias e que, também podem ser nos dias de hoje:
ü  Sempre doloroso chegar ao conhecimento e que este tem caminhos bem definidos;
ü  É difícil romper com a inércia da ignorância (agnosis) que requer sacrifícios;
ü  No primeiro instante tem que defrontar com a opinião (doxa) quando se ergue das profundezas, pois não vê claramente.  Está impressionado com nova realidade.
ü  O conhecimento (epsteme) vem com a persistência de um olhar inquisidor que poderá ver o objeto com toda integralidade.
            O conhecimento, segundo Platão traz desconforto, pois o ser que esteve em contato com o mundo dominado por “Hélio”, inteligível, epistêmico, voltar á caverna, ou seja, junto daqueles que vivem na ignorância; este  poderia não ser bem recebido e seus conhecimentos rejeitados e possivelmente até poderia ser morto. Este homem poderia ser considerado um doido, um extravagante, um fora da lei ou um herege.

FONTE BIBLIOGRÁFICAS.

CHAMPLIN, R.N.   Enciclopédia de bíblia, teologia e filosofia. 11 ed.  São Paulo: Agnus. Vol. 04. 2011


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REFERÊNCIAS.

[i] Mito. A palavra mito vem do grego, mithos, que indica qualquer ideia expressa somente por palavra oral, em contraste com  érgon, “trabalho”, “ação”. Assim , um mito é algo sobre o que os homens falam, mas sem base na realidade.  Está em foco algum assunto de conversa, alguma estória, alguma fabula. De fato no grego mithéo significa “contar”, narrar uma ficção. (CHAMPLIN, vol.4.p.320)
[ii] Platão empregava mitos como meio de ensino, tal como Jesus usou as parábolas e alegorias. (ibid, 322)

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