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A ESCRAVIDÃO NA BÍBLIA.

Este texto e parte integrante  de um artigo maior postado neste blog: A TEOLOGIA PRESENTE NOS DISCURSOS DA IGREJA CATÓLICA       NO FIN...

08/12/2019

A INFLUENCIA DA TRADIÇÃO E DA CULTURA NA RELIGIÃO BÍBLICA.



A TRADIÇÃO E A CULTURA: Uma visão critica.


A influência das tradições históricas na cultura brasileira

As Tradições fazem parte da cultura de um povo ou de uma sociedade.  Diversidade cultural implica em diversidade de tradições. Por exemplo, no Brasil devido o predomínio religião católica, a qual reina soberana no Brasil por mais de 500 anos, temos diversas datas comemorativas ligados ao catolicismo. São feriados exclusivamente católicos, o qual comemoram dias santos  não tendo nada a ver com o calendário oficial do estado ou com outras religiões. Algumas datas comemorativas já fizeram parte do calendário de feriados oficial do país, instituída e protegida lei, como é o caso do dia 12 de outubro (LEI No 6.802, DE 30 DE JUNHO DE 1980). Exte exemplo serve para exemplificar como, no Brasil,  o catolicismo vinha determinando o estilo de vida de todos os brasileiros, inclusive daqueles que não professa a fé católica. A intensão foi, de alguma forma,  utilizar o governo para institucionalizar a religião católica e mostrar sua força sobre as demais religiões em crescimento naquela década. A CF-1988 juntamente com a abertura politica associado ao crescimento do protestantismo no Brasil pós fim a este comportamento do governo militar; no entanto o feriado católico continua exercendo força sobre toda população e na economia do país,  ainda que seja ponto facultativo nas instituições públicas. Os feriados catolicos são “guardado” pelos católicos praticantes e esperado pelo restante da população, inclusive os evangélicos,o qual aproveitam da data para alguma atividade extra em suas igrejas. Aliás, que não quer um dia de descanso no meio da semana ou um final de semana prolongado. Isso é cultura brasileira, E, portanto, uma tradição no país aceita por todos.   






As festas municipais também são ditadas pela religião católica. Somente recentemente, divido ao crescimento do protestantismo no Brasil, começaram a instituir datas religiosas protestantes, como o dia da Bíblia. A Lei Federal 10.335 instituiu o segundo domingo de dezembro para a celebração do Dia da Bíblia em todo o território nacional. Foi um conquista da bancada evangélica no Congresso. Esta data não foi escolhida por acaso, mas devido a uma tradição europeia do século XVI quando se dava ênfase especial a Palavra de Deus no segundo domingo devido a aproximação do Natal.
No entanto, os católicos reservara o dia 30 de setembro como o dia da Bíblia em Hhonra  a São Jerônimo, o qual traduziu o manuscrito do grego para o latim no  inicio do séc. V DC. Esta tradução ficou conhecida como Vulgata (comum) , a qual se tornou a Bíblia oficial da igreja Católica, pondo fim aos muitos textos em latim já existente. Note que a tradição, especialmente a de origem religiosa,  dita as normas e a moral  por séculos dentro em determinado grupo, povo ou raça..
O uso do estuário: Roupa branca no Ano Novo,  uso de bombacha no RS e o Chapéu de couro no Nordeste. Nos vocabulário, o uso das jíriias: ‘Põ, Meu’ (paulista); ‘...Más Bá, tchê’(gaúcho); ‘...Visse’, oitio (oito), no nordeste e “vamos comer um trem” ou “oh trem bom sô”, em Minas Gerais; as músicas e as danças regionais, todos estes comportamentos caracterizam um povo.  Cada etnia (povo, nação) possui suas tradições, determinadas pela sua cultura, a qual  resiste ao tempo.

A influência das Torá  na cultura judaica


Não poderia ser diferente no mundo bíblico, antes e depois de Cristo.  No Israel Antigo (AT) havia as três grandes festas religiosas instituída pela Lei de Moises, a saber: a festa da Páscoa, a festa das Barracas (tabernáculos) e a festa do Pentecostes.  O apostolo Paulo, mesmo depois de sua conversão, retornava a Jerusalém para adorar a Deus nestes dias festivos (Atos 20.19). Na última viagem para Jerusalém Paulo foi acusado de  levar os judeus da diáspora (i.e. que viviam entre os gregos) a deixarem de seguir os costumes da Lei (Atos 21.21).  Paulo foi meio que obrigado pelo grande bispo de Jerusalém Tiago, irmão de Jesus, a fazer um voto de retratação para resgatar a confiança dos judeus convertidos a Cristo mas que ainda eram judaizantes, isto é (i.e) guardavam certos costumes da Lei.
         Os judeus conservavam, por séculos, tradições herdadas de seus antepassados considerando serem preceitos ordenados por Deus. E outras tradições foram agregadas ao longo de sua historia originárias das relações com povos vizinhos e das interpretações  que fizeram das seus livros sagrados. Por exemplo, a religião dualista dos Persas, o zoroastrismo, que concebia a ideia do bem e o mal sempre em oposição e inexistência de sacrifício de sangue. Não aceitaram dela a ideia de não haver sacrifício de sangue, mas receberam forte influencia do dualismo.   
         O Talmund (estudo), semelhante a uma enciclopédia, é muito reverenciada até os dias de hoje e autorizados por muitos judeus de hoje. Abrange leis religiosas e civis e está dividida em: 1) Mishna- lei oral e 2) a Guemara, comentário.
Segundo explicações judaicas encontradas, a Torá oral (Torá she-be’alpê) foi entregue no Sinai por Deus ao Profeta Moisés, são leis orais que não foram registradas na Torá escrita (Torá she-bichtav) ou seja, o Pentateuco, mas foi passada por tradição oral e permaneceu entre a comunidade hebraica até após a destruição do segundo Templo em 70 d.C.  Para que essas tradições e ensinamentos não se perdessem  houve a necessidade de registrá-la, vem tarde no século II, para explicar  tais tradições.
        

A imfluência do Talmud na cultura judaica

O Talmude começou a ser compilada por Rabi Jehuda (Yehudá ha-Nassi), por volta de 188 d. C. , produzindo a Mishna (ou Mixena) – Lei Oral, originalmente escrita em hebraico.
A Mishna Compõe-se de uma série de declarações, organizadas por assunto e tópico, que ensinam as leis, a tradição e a história judaica. Os estudiosos judeus explicam que a Mishna compreende a lei, a explicação direta e concisa da lei oral transmitida por Deus a Moisés no Deserto e que foi passado por tradição oral.  
A Gemara é um  comentário e elucidação da Mishna escrita em um jargão hebraico-aramaico. Escrita ao longo do tempo tornando-se “um conglomerado de milhares de anos de sabedoria, história, legislação, lendas e filosofia judaica’. No entanto, é considerada tão divinamente inspirada que nada difere da Torá escrita.

“Ademais (o Talmud), mistura, - entre outras áreas do conhecimento - as ciências à lógica, aconselhamento prático, lições e relatos extraordinários, palavras de perspicácia e inspiração e, até mesmo, ocasionais toques de humor”.

Talmudé uma mescla de arte e ciências: é o livro da legislação judaica - técnico e preciso - mas é também uma enciclopédia e uma obra magistral de sabedoria, jamais igualada na história da humanidade.

Quanto às declarações atribuídas aos mestres (sábios) ou à escola de pensamento que as elucidou e difundiu. Afirma que estes sábios talmúdicos foram mais do que simples ‘cadeia de transmissão’ que remonta ao Profeta Moisés. Pois destes mestres, está escrito que atingiram tão elevado nível espiritual que conseguia até ressuscitar os mortos. Em si, esses mestres, personificaram a Vontade de Deus; portanto, cada aspecto de sua conduta e cada uma de suas palavras foram marcadas por absoluta precisão e orientação Divina.

 “Talmud define e dá forma ao judaísmo, alicerçando todas as leis e rituais judaicos. Enquanto o Chumash(o Pentateuco, ou os cinco livros de Moisés) apenas alude aos Mandamentos, o Talmud os explica, discute e esclarece. Não fosse este, não entenderíamos e muito menos cumpriríamos a maioria das leis e tradições da Torá e o judaísmo não existiria”.  Para o judeus o Talmud é o único livro que interpreta corretamente a Torá’[i].

Feitas estas incisões constatamos que as tradições judaicas tem origem nas explicações extraídas da Torá pelos mestres (rabinos) judeus.  As praticas judaicas tradicionais antigas e atualmente advem de sucessivas interpretações e reinterpretações da Torá escrita e Torá Oral. Esta ultima presente no Talmud.
Segundo narrativas judaicas a origem do Talmud  acontece em 188 a. C.  com a compilação da Mischa pelo Rabi (do Talmud) Yehudá ha-Nassi e no séc IV d. C. um ‘importante sábio babilônico’, Rav Ashi, iniciou a compilação de todo o Talmud e seus discípulos e os alunos deram continuidade em redigi-lo esta grande obra.

Rav Ashi, importante sábio babilônico, iniciou a compilação de todo o Talmud. Seus discípulos e os alunos destes deram continuidade à gigantesca obra de redigi-lo. No entanto, diferentemente da Mishná, o Talmud foi oficialmente completado por nenhum erudito em particular; daí dizer-se que “ainda está por ser terminado”. Através dos séculos, suas palavras e ensinamentos foram meticulosamente analisados, interpretados e explicados por incontáveis sábios, estudiosos e mestres. É geralmente comparado ao oceano sua vastidão é tremenda, mas sua profundidade é incomensuravelmente maior. De fato, é um fiel testamento da Infinita Torá de D’us.
  

Há outras coletâneas de diretrizes e ensinamentos, que são parte integrante da Torá Oral: Sifra e Sifri,Tosefta e Bareitot, além dos Midrashim, que também foram preservados por escrito, muitos dos quais dentro da própria Guemará. No entanto, a Mishná tem precedência sobre os demais ensinamentos da ToráOral. Isto significa que sempre que houver uma aparente contradição entre um ditado da Mishná e qualquer outro ensinamento da Lei Oral, caberá àGuemará buscar a verdade na qual se fundamenta o tema, com base na própria Mishná.


Considerações finais
É notável e surpreendente como os escritos de um religião conservam e perpetua a tradição de um povo.  E quando dentro de um mesma região ou país existem duas grande religiões, como é o caso do Brasil e Israel,  estas religiões estão sempre em disputa pra conseguir lugar de destaque. Em Israel, judeus e árabes disputam espaço territorial e religioso. A Mesquita de Omar, também conhecida com “Dona da Rocha” é um importante templo religioso dos muçulmanos ocupando o espaço onde já foi o principal lugar de adoração dos judeus.  No Brasil, católicos e neo pentecostais  disputam seguidores utilizando meios sincréticos, muitas vezes anti-bíblicsos. O suntuoso Templo de Salomão na Avenida Celso Garcia faz frente a Basílica de Aparecida; tudo isso, é claro, feito em nome de Deus e para Deus; sem considerar que “Deus não habita em templos construído por mãos humanas”.
Por outro lado, a tradição tem seus benefícios, mas esse assunto ficara para outra ocasião.




[i]  http://www.morasha.com.br/leis-costumes-e-tradicoes/o-que-e-o-talmud.html

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