A influência das tradições históricas na cultura brasileira
As Tradições fazem parte
da cultura de um povo ou de uma sociedade. Diversidade
cultural implica em diversidade de tradições. Por exemplo, no Brasil devido o predomínio religião católica, a qual reina soberana no Brasil por mais de
500 anos, temos diversas datas comemorativas ligados ao catolicismo. São feriados exclusivamente católicos, o qual comemoram dias santos não tendo nada a ver com o calendário oficial do estado ou com outras religiões. Algumas datas comemorativas já fizeram parte
do calendário de feriados oficial do país, instituída e protegida lei, como é o
caso do dia 12 de outubro (LEI No 6.802, DE 30 DE
JUNHO DE 1980). Exte exemplo serve para exemplificar como, no Brasil, o
catolicismo vinha determinando o estilo de vida de todos os brasileiros, inclusive
daqueles que não professa a fé católica. A intensão foi, de alguma forma, utilizar o governo para institucionalizar a
religião católica e mostrar sua força sobre as demais religiões em crescimento
naquela década. A CF-1988 juntamente com a abertura politica associado ao crescimento do
protestantismo no Brasil pós fim a este comportamento do governo militar; no entanto o feriado
católico continua exercendo força sobre toda população e na economia do país, ainda que seja ponto facultativo nas
instituições públicas. Os feriados catolicos são “guardado” pelos
católicos praticantes e esperado pelo restante da população, inclusive os evangélicos,o qual aproveitam da data para alguma atividade extra em suas igrejas. Aliás, que não quer um dia de descanso no meio da semana ou um final de semana
prolongado. Isso é cultura brasileira, E, portanto, uma tradição no país aceita
por todos.
As festas municipais também são ditadas pela
religião católica. Somente recentemente, divido ao crescimento do
protestantismo no Brasil, começaram a instituir datas religiosas protestantes,
como o dia da Bíblia. A Lei Federal 10.335 instituiu o segundo domingo de dezembro para
a celebração do Dia da Bíblia em todo o território nacional. Foi um
conquista da bancada evangélica no Congresso. Esta data não foi escolhida por
acaso, mas devido a uma tradição europeia do século XVI quando se dava ênfase
especial a Palavra de Deus no segundo domingo devido a aproximação do Natal.
No entanto, os católicos reservara o dia
30 de setembro como o dia da Bíblia em Hhonra a São Jerônimo, o qual traduziu o manuscrito
do grego para o latim no inicio do séc.
V DC. Esta tradução ficou conhecida como Vulgata (comum) , a qual se tornou a
Bíblia oficial da igreja Católica, pondo fim aos muitos textos em latim já
existente. Note que a tradição, especialmente a de origem religiosa, dita as normas e a moral por séculos dentro em determinado grupo, povo
ou raça..
O uso do estuário:
Roupa branca no Ano Novo, uso de
bombacha no RS e o Chapéu de couro no Nordeste. Nos vocabulário, o uso das jíriias:
‘Põ, Meu’ (paulista); ‘...Más Bá, tchê’(gaúcho); ‘...Visse’, oitio (oito), no nordeste
e “vamos comer um trem” ou “oh trem bom sô”, em Minas Gerais; as músicas e as
danças regionais, todos estes comportamentos caracterizam um povo. Cada etnia (povo, nação) possui suas
tradições, determinadas pela sua cultura, a qual resiste ao tempo.
A influência das Torá na cultura judaica
Não poderia ser diferente no mundo bíblico, antes e depois de Cristo. No Israel Antigo (AT) havia as três grandes festas religiosas instituída pela Lei de Moises, a saber: a festa da Páscoa, a festa das Barracas (tabernáculos) e a festa do Pentecostes. O apostolo Paulo, mesmo depois de sua conversão, retornava a Jerusalém para adorar a Deus nestes dias festivos (Atos 20.19). Na última viagem para Jerusalém Paulo foi acusado de levar os judeus da diáspora (i.e. que viviam entre os gregos) a deixarem de seguir os costumes da Lei (Atos 21.21). Paulo foi meio que obrigado pelo grande bispo de Jerusalém Tiago, irmão de Jesus, a fazer um voto de retratação para resgatar a confiança dos judeus convertidos a Cristo mas que ainda eram judaizantes, isto é (i.e) guardavam certos costumes da Lei.
Os judeus conservavam, por séculos, tradições herdadas de
seus antepassados considerando serem preceitos ordenados por Deus. E outras
tradições foram agregadas ao longo de sua historia originárias das relações com
povos vizinhos e das interpretações que
fizeram das seus livros sagrados. Por exemplo, a religião dualista dos Persas, o
zoroastrismo, que concebia a ideia do bem e o mal sempre em oposição e inexistência
de sacrifício de sangue. Não aceitaram dela a ideia de não haver sacrifício de
sangue, mas receberam forte influencia do dualismo.
O Talmund (estudo), semelhante a uma enciclopédia, é muito
reverenciada até os dias de hoje e autorizados por muitos judeus de hoje.
Abrange leis religiosas e civis e está dividida em: 1) Mishna- lei oral e 2) a
Guemara, comentário.
Segundo explicações judaicas
encontradas, a Torá oral (Torá she-be’alpê) foi entregue no Sinai por Deus ao
Profeta Moisés, são leis orais que não foram registradas na Torá escrita (Torá
she-bichtav) ou seja, o Pentateuco, mas foi passada por tradição oral e
permaneceu entre a comunidade hebraica até após a destruição do segundo Templo
em 70 d.C. Para que essas tradições e
ensinamentos não se perdessem houve a
necessidade de registrá-la, vem tarde no século II, para explicar tais tradições.
A imfluência do Talmud na cultura judaica
O Talmude começou a ser
compilada por Rabi Jehuda (Yehudá ha-Nassi), por volta de 188 d. C. , produzindo
a Mishna (ou Mixena) – Lei Oral, originalmente escrita em hebraico.
A Mishna Compõe-se de uma série de declarações,
organizadas por assunto e tópico, que ensinam as leis, a tradição e a história
judaica. Os estudiosos judeus explicam que a Mishna compreende a lei, a
explicação direta e concisa da lei oral transmitida por Deus a Moisés no
Deserto e que foi passado por tradição oral.
A Gemara é um comentário e elucidação da Mishna escrita em
um jargão hebraico-aramaico. Escrita ao longo do tempo tornando-se “um
conglomerado de milhares de anos de sabedoria, história, legislação, lendas e
filosofia judaica’. No entanto, é considerada tão divinamente inspirada que
nada difere da Torá escrita.
“Ademais (o Talmud), mistura, - entre outras áreas do
conhecimento - as ciências à lógica, aconselhamento prático, lições e relatos
extraordinários, palavras de perspicácia e inspiração e, até mesmo, ocasionais
toques de humor”.
O Talmudé uma mescla de arte e ciências: é o
livro da legislação judaica - técnico e preciso - mas é também uma enciclopédia
e uma obra magistral de sabedoria, jamais igualada na história da humanidade.
Quanto às declarações atribuídas
aos mestres (sábios) ou à escola de pensamento que as elucidou e difundiu.
Afirma que estes sábios talmúdicos foram mais do que simples ‘cadeia de transmissão’
que remonta ao Profeta Moisés. Pois destes mestres, está escrito que atingiram
tão elevado nível espiritual que conseguia até ressuscitar os mortos. Em si,
esses mestres, personificaram a Vontade de Deus; portanto, cada aspecto de sua
conduta e cada uma de suas palavras foram marcadas por absoluta precisão e
orientação Divina.
“Talmud define e dá forma
ao judaísmo, alicerçando todas as leis e rituais judaicos. Enquanto o Chumash(o
Pentateuco, ou os cinco livros de Moisés) apenas alude aos Mandamentos, o Talmud os
explica, discute e esclarece. Não fosse este, não entenderíamos e muito menos
cumpriríamos a maioria das leis e tradições da Torá e o
judaísmo não existiria”. Para o judeus o
Talmud é o único livro que interpreta corretamente a Torá’[i].
Feitas estas incisões
constatamos que as tradições judaicas tem origem nas explicações extraídas da
Torá pelos mestres (rabinos) judeus. As
praticas judaicas tradicionais antigas e atualmente advem de sucessivas
interpretações e reinterpretações da Torá escrita e Torá Oral. Esta ultima
presente no Talmud.
Segundo narrativas
judaicas a origem do Talmud acontece em
188 a. C. com a compilação da Mischa
pelo Rabi (do Talmud) Yehudá
ha-Nassi e no séc IV d. C. um ‘importante sábio babilônico’, Rav Ashi, iniciou
a compilação de todo o Talmud e seus discípulos e os alunos deram continuidade
em redigi-lo esta grande obra.
Rav Ashi, importante sábio babilônico, iniciou a compilação de todo
o Talmud. Seus discípulos e os alunos destes deram continuidade à
gigantesca obra de redigi-lo. No entanto, diferentemente da Mishná,
o Talmud foi oficialmente completado por nenhum erudito em
particular; daí dizer-se que “ainda está por ser terminado”. Através dos
séculos, suas palavras e ensinamentos foram meticulosamente analisados,
interpretados e explicados por incontáveis sábios, estudiosos e mestres. É
geralmente comparado ao oceano sua vastidão é tremenda, mas sua profundidade é
incomensuravelmente maior. De fato, é um fiel testamento da Infinita Torá de
D’us.
Há outras coletâneas de diretrizes e
ensinamentos, que são parte integrante da Torá Oral: Sifra e Sifri,Tosefta e Bareitot, além
dos Midrashim, que também foram preservados por escrito, muitos dos quais
dentro da própria Guemará. No entanto, a Mishná tem
precedência sobre os demais ensinamentos da ToráOral. Isto
significa que sempre que houver uma aparente contradição entre um ditado
da Mishná e qualquer outro ensinamento da Lei Oral, caberá àGuemará buscar
a verdade na qual se fundamenta o tema, com base na própria Mishná.
Considerações finais
É notável e surpreendente como os escritos de um religião conservam
e perpetua a tradição de um povo. E
quando dentro de um mesma região ou país existem duas grande religiões, como é
o caso do Brasil e Israel, estas
religiões estão sempre em disputa pra conseguir lugar de destaque. Em Israel,
judeus e árabes disputam espaço territorial e religioso. A Mesquita de Omar, também
conhecida com “Dona da Rocha” é um importante templo religioso dos muçulmanos ocupando
o espaço onde já foi o principal lugar de adoração dos judeus. No Brasil, católicos e neo pentecostais disputam seguidores utilizando meios sincréticos,
muitas vezes anti-bíblicsos. O suntuoso Templo de Salomão na Avenida Celso
Garcia faz frente a Basílica de Aparecida; tudo isso, é claro, feito em nome de
Deus e para Deus; sem considerar que “Deus não habita em templos construído por
mãos humanas”.
Por outro lado, a tradição tem seus benefícios, mas esse
assunto ficara para outra ocasião.
Nenhum comentário:
Postar um comentário