xtraído da revista O Tabernáculo no Deserto
Autor: José Maria Vieira Rodrigues
LIÇÃO 03
Texto para memorizar
“Como eu amo o Teu Templo, ó Deus
Todo-poderoso! Como eu gostaria de estar ali! ” (...) felizes são os que moram
no templo. Sempre cantando louvores a ti! (...) Melhor é passar um dia no Teu
templo do que mil dias em qualquer outro lugar! ” (Sl. 84; 1-3)
Textos básicos
“E habitarei no
meio dos filhos de Israel e lhes serei por Deus, e saberá que eu sou o Senhor, seu Deus, que os tenho tirado da terra do Egito,
para habitar no meio deles; eu, o Senhor,
seu Deus” (Ex. 29:45, 46).
“Vocês são como um edifício e estão colocados sobre o alicerce que os apóstolos e os profetas
puseram. E o próprio Cristo Jesus é a pedra fundamental desse edifício. É Ele
quem mantém o edifício bem ajustado e o faz crescer como templo dedicado ao
Senhor. Assim também você, unido com Cristo, são construídos, junto com os
outros, para se tornarem uma casa onde Deus vive por meio do Seu Espírito” (Ef. 2:20-22-NTLH).
Comentário
Introdução
Temos muito a aprender com este interessante projeto que
Deus entregou a Moisés. Podemos tirar muitas lições estudando o Tabernáculo,
porque ele nos fala de Cristo e de seu ministério terreno e celestial, da nossa
adoração e serviço a Deus, do viver diário na presença de Deus, da obediência
aos mandamentos e ordenanças e principalmente do nosso destino eterno na glória.
O Tabernáculo foi um templo rústico, portátil, totalmente desmontável e possível
de ser carregado nos ombros, mas de um grande valor, porque era uma casa de
ouro no deserto. Casa essa que serviu de lugar de encontro obrigatório aos
filhos de Israel para servirem e adorarem a Deus. Um lugar de adoração e de arrependimento.
Nesta
lição vamos falar qual o objetivo e desejo de Deus em ter um povo na terra para
adora-Lo e servi-lo. No passado foi o povo de Israel e atualmente este povo de
Deus é a Igreja remida pelo sangue do Senhor Jesus Cristo.
1). Servindo na Casa de Deus
Em Gênesis vemos
como Deus se dirigiu individualmente a certos homens; primeiramente Ele criou o
homem colocou-o no Jardim do Éden (i.e. “lugar
de prazer e alegria”); ali Adão poderia desfrutar de todas as delícias do Éden,
mas não sem obrigação e trabalho, porque Deus disse para ele cuidar e cultivar
aquela terra. “E tomou o Senhor Deus o homem
e o pôs no jardim do Éden para lavrá-lo e o guardar” (Gn. 2:15). Logo, implica em viver do que o Éden poderia
oferecer; assim, deveriam “cuidar do Jardim e fazer plantações”. Deus oferece o lugar (o Éden) e as
oportunidades e nós só temos que ‘lavrar’ naquilo que é Dele; ou seja, preparar
o terreno para plantação e posterior colheita de frutos para Deus.
De Abrão,
em Gênesis 12, Deus requer-lhe que deixasse a terra em que estava vivendo e se
convertesse em ‘peregrino e estrangeiro’; com isto, “esperar” uma “pátria [...]
melhor”.
“14 Porque os que isso dizem claramente (que são peregrinos) mostram que buscam uma pátria. 15 E se, na verdade, se lembrassem daquela de onde haviam saído, teriam
oportunidade de tornar. 16 Mas, agora, desejam uma
melhor, isto é, a celestial. Pelo que também Deus não se envergonha deles, de
se chamar seu Deus, porque já
lhes preparou uma cidade” (Hb. 11:14-16 –g.m.).
Nesta “nova
terra” Abraão seria abençoado e também seria uma benção para todos dali. “E far-te-ei uma grande nação, e
abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome, e tu serás uma bênção. E abençoarei os que te abençoarem e
amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra"
(Gn. 12:2, 3.).
Desta forma,
hoje, o Senhor Jesus (o Yahweh do AT), quer que homens e mulheres saiam do
mundo e se torne “estrangeiro e peregrino”, em rumo ao céu. “[...] como a peregrinos e forasteiros (i.e.extrangeiros), que vos abstenhais das concupiscências
carnais, que combatem contra a alma,"(I Pe. 2:11a. – p.m.). Quando Abrão saiu da cidade de Ur
dos Caldeus (At.7:3, 4) e tornou-se peregrino e estrangeiro em Canaã, deixou
para trás de sim um mundo inseguro; local de uma cultura politeísta, de
imoralidade contínua, inclusive seu pai vivia de fabricar ídolos (Js 24:2.). Assim
também, aquele que se autodenomina ‘peregrino
e estrangeiro’ deve fazer a devida ‘separação’ que implica o ser crente em Jesus
Cristo, ou seja, a ‘separação do mundo’ (1 Jo 2:15.).
2). O povo de Deus na Terra
Em Êxodo Deus nos mostra que Ele não se dirige somente a pessoas
individualmente, mas deseja ter um povo na “terra”. A este povo Ele,
primeiramente os libertou do poder do inimigo (Faraó), livrou-os do juízo por
meio do sangue do cordeiro (da páscoa, Ex. 12), separou-os do mundo (Egito)
mediante o Mar Vermelho (batismo) e os conduziu ao deserto em direção à Terra
Prometida. No deserto, Deus se revelou como Aquele que deseja habitar no meio
de seu povo: “E me faarão um
santuário, e habitarei no meio deles” (Ex. 25:8). “E habitarei no meio dos filhos de Israel
e lhes serei por Deus, e saberão que eu
sou o Senhor, seu Deus, que
os tenho tirado da terra do Egito, para habitar no meio deles; eu, o Senhor, seu Deus” (Ex. 29:45, 46).
Um
dos propósitos da Criação foi que Ele queria habitar com o homem (Gn. 3:8), por
sua vez, o homem precisava desejar o mesmo; porém a desobediência de Adão, ou
seja, o pecado do homem adiou os Planos de Deus. Desde então, o Senhor vem
‘trabalhando’ para reestabelecer seu projeto inicial (Jo. 5:17). O Senhor queria transformar aquele povo que
acabara de ser libertado da escravidão no Egito, um povo que não tinham
conhecimento real e nenhuma experiência com o verdadeiro Deus; porque, por
quatrocentos anos estavam habituados com a religião idolatra dos egípcios e não
sabiam nada a respeito do poder do Todo Poderoso (El Shaday) que se revelou a
Abrão (Gn. 17:1). Esta transformação, de dentro para fora, o Senhor faria
através: primeiro, com Sua Presença, começando ali mesmo, no deserto. Segundo,
pelo sangue concedido em substituição pela vida dele (... e lhes darei o sangue.); e terceiro, pela sua Lei que os organizou
como povo de Deus. E por fim, concedendo-lhes um território onde pudessem servi-lo
e representa-Lo diante das nações. Para que
um povo seja de fato de Deus é necessário: ter a Sua presença, ser redimido
pelo sangue de Cristo, viver orientado por uma Lei e ter uma pátria como
destino.
3). A Igreja e o povo de Deus
Da mesma forma,
hoje Deus habita no meio dos seus ‘resgatados’, que formam um todo: a Casa
de Deus, a Igreja, –
composta de “pedras vivas”, tal como
vemos em I Pe. 2:5: “Vocês,
também, como pedras vivas, deixem que Deus os usem na construção de um Tempo
espiritual onde vocês servirão como sacerdotes consagrados a Deus. E isso por
meio de Jesus Cristo ofereçam sacrifícios que Deus aceite”. Portanto, a Igreja, que são os salvos que
foram tirados do mundo e resgatados da escravidão do pecado, forma hoje o lugar
que Deus habita através do Espírito Santo.
O povo salvo congregado é o lugar de sua manifestação de poder e sua
presença (shekináh); onde nós participamos de suas delícias e dos Seus
prazeres.
“Vocês são como um edifício e estão colocados sobre
o alicerce que os apóstolos e os profetas puseram. E o próprio Cristo Jesus é a
pedra fundamental desse edifício. 21É Ele quem mantém o edifício bem
ajustado e o faz crescer como templo dedicado ao Senhor. 22Assim
também você, unido com Cristo, são construídos, junto com os outros, para se
tornarem uma casa onde Deus vive por meio do Seu Espírito”. (Ef. 2:20-22. NTLH).
No deserto, a Tenda Sagrada,
funcionava como uma igreja/edifício para reuniões e ministrações. Os
Israelitas, com suas tribos acampandas ao redor da tenda, formavam o povo de
Deus.
Quando compareciam à ‘ampla porta’ deveriam
ter à mão uma vítima (oferta) para ser oferecido ao Senhor em substituição pela
sua vida. Atualmente, os crentes, nos seus templos e salões, comparecem para
adorar a Deus e ouvir a Sua Palavra e levam diante do Pai sua vida, como
vitima, a qual morreu com Cristo na cruz.
4). O desejo de Deus
Deus sempre quis habitar com seus
escolhidos; convivendo com o homem em harmonia diariamente; desfrutando das
delícias de sua presença e o tornando abençoado e para fazer dele uma benção para
os outros. Portanto, é nosso dever preservar
seu templo em nós e depois cuidar da Sua morada conosco, a Sua Igreja. O Éden representava
a pessoa de Cristo. É na Igreja que Ele está “completamente presente”. Por isso nós temos como missão cuidar
e proteger a família de Deus e cultivar nelas nossas vidas, ‘dando a Deus o
que é de Deus’. Só assim Jesus
agirá de forma abundante, se proteger e cultivarmos o que é Seu. Há uma palavra
muito séria do Apóstolo Paulo, sobre o significado do que seja Igreja: “Assim
se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá”, porque o templo de Deus
é santo, e vocês mesmo são o Seu templo” (I Co. 3:17).
5). Jesus, morada de Deus
Numa visão
geral o Tabernáculo ‘tipificava’ Jesus. Cada objeto, material e cores falavam
como enigma aos israelitas, porém eles ainda não entendiam qual o significado
daqueles signos. O santuário serviu como morada temporária no deserto e durante
toda a peregrinação no deserto Deus conduziu os hebreus até a chegarem à Terra
Prometida. Posteriormente o Templo de Salomão serviu de morada temporária de Yahweh,
até que se revelasse o ‘varão perfeito’ que serviria de morada de Deus na Terra
e por ele Deus completaria seu plano.
Jesus era Deus andando na terra em forma humana. Deus se tabernáculou em
Jesus, Seu Filho. E mediante o sangue de Jesus Cristo, o ‘caminho’ se abriu. E
hoje seguindo ‘o caminho do sangue’ podemos também entrar na presença do Pai. Não
é possível se chegar a Deus se não for por meio de Cristo (Jo. 14:6; At. 4:12).
Assim como
Jesus serviu de morada de Deus, também em nós o Espirito Santo deseja fazer
morada (1 Co. 3:9, 16). Mas para isso ocorrer é necessário que nos apresentemos
diante da ‘porta das ovelhas’ a qual é Jesus e Ele nos levará ao Pai. “Eu sou a porta;
se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens” (Jo.
10:9).
No deserto a
Tenda Sagrada foi o lugar escolhido por Deus para que os israelitas adorassem
ao Senhor e fizessem expiação pelos seus pecados. Jesus Cristo é meio dado por
Deus para que nossos pecadodos sejam redimidos e possamos e assim possamos
entrar na presença do Pai.
6). Considerações finais
Neste texto vimos como Deus
procurou pessoas individualmente para carregar seu plano e depois organizou um
povo (Israel) para representá-lo, orientado por Sua Lei e para dar testemunho
Dele na Terra (Is. 43:10). Como todos falharam em servir ao plano eterno de
Deus. Jesus Cristo veio da parte do Pai e no corpo humano de Jesus de Nazaré viveu,
porque Ele era a morada perfeita. E sua perfeição fez Dele o Cristo de Deus, o
qual se fez pecador, embora sem pecados, para ser o remidor de muitos irmãos.
Pelo sangue de Jesus Cristo temos acesso ao Pai. E assim, nos tornaremos ‘semelhante’
a Jesus servindo de morada de Deus se aceitar pela fé que Ele é Senhor e
Salvador.
Vimos
também que a tenda foi
edificada para ser um lugar de habitação para Deus e lugar de reunião com Deus.
Nos
dias de hoje este lugar é a
Igreja, composta por todos os resgatados pelo sangue de Cristo (o cordeiro). Jesus Cristo habita em nós e no meio de nós,
Sua IGREJA. Lembrando que “Igreja não é uma organização e sim um ‘organismo’.
Não é um “edifício” e sim, um ‘corpo’” (WERREN). Igreja é composta por todos
aqueles que foram salvos pelo Senhor. Jesus é o Emanuel, Deus conosco, que habita na congregação e
está entronizado no meio dos louvores. A congregação reunida louvando e
adorando a Deus com toda sua força é o trono de Deus. Os salvos trabalhando na
obra do Senhor são os servos do Senhor.
Questionário
1. A ordem de
Deus para construção do Tabernáculo se encontra em qual parte da bíblia?
2.
Qual
é o desejo de Deus, segundo esta lição?
3.
Por
que Jesus é a morada de Deus?
4.
Resuma
o que você entendeu desta lição.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA.
Extraído da revista O Tabernáculo no Deserto
Autor: José Maria Vieira Rodrigues
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA.
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