Extraído da revista O Tabernáculo no Deserto
Autor: José Maria Vieira Rodrigues
LIÇÃO 04
A OFERTA PARA O SENHOR
Texto para memorizar
“Porque Deus prova o seu amor
para conosco em que Cristo morreu por nós sendo nós ainda pecadores” (Rm. 5:8).
Textos bíblicos. “Então Yahweh orientou
a Moisés: 2“
Dize aos filhos de Israel que me tragam uma oferta. Recebe-a, com alegria, de
toda pessoa cujo coração a compelir a cooperar. 3Eis a oferenda que
recebereis do povo: ouro, prata e bronze; 4púrpura violeta
e escarlate, carmesim, linho fino e pelos de cabra; 5peles de
carneiro tingidas de vermelho, couro fino, e madeira de acácia; 6azeite para a
lâmpada, aromas para o óleo de unção e para o incenso aromático; 7pedras de ônix
e outras pedras preciosas para serem incrustadas no colete sacerdotal e no
peitoral. 8Faze-me,
também, um santuário, para que Eu possa habitar entre meu povo. 9Farás tudo de
acordo com o modelo do Tabernáculo e as instruções para a mobília que Eu te
revelar” (Ex. 25:1-9 - KJA).
Comentários
Introdução
No monte Sinai Deus revelou
a Moisés Seu excelente plano. Ele iria
morar no meio do povo de Israel. Por isso deveriam trazer deliberadamente
materiais como oferta para a construção do Lugar Sagrada. Todos que amavam ao
Senhor e estavam dispostos a serem adoradores, compareceram diante de Moisés
trazendo presentes para o Senhor. A fé os movia para aquele local fazendo deles
pessoas obedientes à vontade do Senhor. Antes de comparecermos perante o Senhor
nós devemos ter consciência de que devemos oferecer-lhe algo que nos custe.
Neste texto analisaremos o que devemos dar ao Senhor quando
comparecemos à Sua presença. A finalidade da oferta como pedido de Deus e o
estado do coração daquele que oferece algo ao Senhor e as providencias de Deus
para que possamos ofertar.
1)
A finalidade da oferta
No deserto, Deus pediu ao povo que levassem até Moises
ofertas de diversos tipos ali relacionadas para que pudessem levantar um Santuário
ao Senhor. Isso implica que toda oferta levada à Casa do Senhor tem uma
finalidade bem definida. E não pode ser para qualquer objetivo e não pode ser qualquer
oferta, mas tem que atender certos requisitos e um propósito específico. Neste
caso o objetivo era construir uma casa ao Senhor para que pudesse servi de
morada a Deus e servisse de local encontro com Ele. Aqui temos um princípio que
rege o ato de ofertar: Edificar uma morada para Deus que sirva de lugar de
encontro com Deus. Existem outros princípios, mas por enquanto por meio desse princípio,
primeiramente, vamos analisar como deve se mover/comportar o ofertante.
2)
Ofertar é um pedido de Deus
“Dize aos filhos de Israel que me tragam uma oferta" (Ex. 25:2a - KJA). Ofertar não é um mandamento se desobedecido levará ao inferno, mas revela
o interior do homem e o quanto ele ama ao Senhor. Está implícito no primeiro
mandamento de JESUS quando diz: “Amarás o
Senhor teu Deus de todo o coração [...]” (Mc. 12:20a
3)
A oferta é ato voluntario de um coração generoso
“E
todos que estavam dispostos, cujo coração generosamente os motivou a doar,
trouxeram uma oferta ao SENHOR, para a obra da Tenda do Encontro, para todos os
seus serviços, bem como para as vestimentas sagradas” (Ex. 25:21 – KJA).
Não
foram obrigados a dar; fizeram isso impelido apenas pelo amor que os moviam a
dar. Pura generosidade, despreocupados se iria faltar o valor entregue. Observe
que ponto central é o ‘coração generoso’, cujo destinatário era o Senhor e o
objetivo foi a obra que serviria como Tenda do Encontro e para os serviços e
vestimentas do sacerdote. Na roupa do sacerdote continha ouro e pedras
preciosas de grande valor, não era apenas uma roupa belíssima, mas também
caríssima.
4) Receber a oferta com alegria
“Recebe-a,
com alegria, de toda pessoa cujo coração a compelir a cooperar” (Ex. 25:2b-KJA). Deus disse
para Moisés receber com alegria qualquer oferta, não somente a de maior valor;
pois o Senhor não impôs valores. De uma relação extensa Moisés deveria receber
as ofertas, inclusive madeira de acácia que existia nas proximidades. Aqui
temos mais um princípio da oferta: não se pode reclamar da oferta. Nem quem
recebe e nem quem oferece, porque a oferta veio de Deus e é ele quem move os
corações. “[...] e todos os que de fato queriam voltaram trazendo uma
oferta para o Senhor, a fim de que a Tenda da Presença do Deus Eterno fosse
construída” (Ex.35:21b – ARA).
5) A oferta é tirada daquilo que o Senhor anteriormente já concedeu
Vamos refletir! Por que você precisa de
dinheiro? A resposta mais óbvia é: preciso me alimentar, me vestir e morar.
Vamos quebrar esse paradigma? Eu preciso de dinheiro porque eu quero ofertar ao
Senhor (amarás o Senhor).
Construir/manter a Casa do Senhor, manter as necessidades do pastor e assim
também, abençoar meus irmãos (amarás ao
teu próximo), porque todas as suas necessidades já foram supridas por Deus
(Mt. 6:25-33).
Como a obra de Deus cresce? É simples, quando
todos obedecem às orientações do Senhor!
“Os israelitas fizeram como Moisés havia ordenado e
pediram aos egípcios joias de prata e ouro e roupas. O Senhor fez com
que os egípcios dessem de boa vontade aos israelitas tudo o que eles pediam.
Assim o povo de Israel tomou as riquezas dos egípcios (Ex.12:35: 36.
p.m.)”.
As ofertas tiveram uma origem:
‘o Senhor fez’. Seu esforço e aplicação no trabalho são
acompanhados pelas bênçãos de Deus. Os israelitas saíram ricos do Egito,
‘tomaram as riquezas dos egípcios’ (não foi roubo ou saque), mas recompensa de
Deus pelos anos que serviram os egípcios como escravos sem receber salário. Os
egípcios entregaram aos israelitas e fizeram com medo por causa das pragas e se
empobreceram; os israelitas fizeram por amor e prosperaram.
6)
Todos podem ofertar
Todos os filhos de Israel podiam trazer uma oferta, pois
todos tinham recebido dos egípcios, na sua saída, diversas riquezas. Mas
ninguém estava obrigado a trazer. Só traziam aqueles que tinham um espírito
liberal, segundo seus corações os impulsionava. Cada um dava segundo seus
meios: um ouro, outra prata, outros tecidos e outros pêlos de cabras; os
príncipes ofereciam pedras preciosas; porém tinham como finalidade trazer algo
para casa de Deus. Moisés não usou palavras de persuasão ou de
constrangimento.
O adorador não está obrigado a
ofertar, mas quando fazê-lo deve ser com alegria.
O apóstolo Paulo deixou em 2 Co 9:7 o modelo de oferta
que agrada a Deus: “7Que cada um dê conforme resolveu no seu
coração, não com tristeza nem por obrigação, pois Deus ama quem dá com
alegria” (g.m.).
7)
Deus é
quem providencia a oferta
A oferta levada para Moisés
a fim de construir o Tabernáculo era o resultado daquilo que o Senhor realizou
nos corações dos egípcios. Se Deus resolver abençoar alguém, este deve estar
disposto também a ofertar de coração na Casa do Senhor. Este é o real motivo
porque Deus prospera a pessoa, seja crente ou não. De outro modo não tem
sentido a riqueza, porque as riquezas não podem levar ninguém à salvação.
8)
O sentido
das riquezas
Quando saíram da escravidão, com eles vieram muitas riquezas,
suficiente para suprir suas necessidades e até mesmo para edificar uma casa
para o Senhor habitar no meio deles. Da mesma forma quando o homem é liberto
por Deus através da fé em Jesus Cristo ele recebe riquezas imensuráveis,
suficiente para suprir sua vida espiritual, edificando uma morada para o
Senhor. “Porque todos
sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus” (Gl. 3:26).
“mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu
Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, 5 para remir os que estavam debaixo da lei,
a fim de recebermos a adoção de filhos. 6 E, porque sois
filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama:
Aba, Pai. 7 Assim que já não és mais servo, mas filho; e, se
és filho, és também herdeiro de Deus por Cristo” ( Gl. 4: 4-7-ARC).
Durante o tempo que alguém permanece “escravo” do
inimigo, ela pode acumular riquezas e aparente virtudes pessoais que o inimigo
usa para mantê-la presa. Quando são finalmente
libertadas dos pecados as supostas ‘riquezas e virtudes’ podem ainda se tornar
obstáculo para a nova vida. Sendo necessário cumprir a exigência dos Evangelhos;
perder tudo, deixar tudo e vender tudo (Mt. 13:46, 19:27, Mt. 10:39, 16:26),
para que novas riquezas superiores lhe sejam acrescentadas que a capacita para
viver a nova vida com Deus: “O que eu quero dizer é isto: deixem que o Espírito
de Deus dirija suas vidas e não obedeçam aos desejos da natureza humana.
(Gl. 5:16 BLH)”.
9)
Ofertando
o trabalho
Por outro lado, homens e mulheres, tiveram o desejo
não só de trazer algo, sentiram também de “vir” na obra para trabalhar nela
(Ex. 36:2), impulsionados pelos seus corações.
“O texto de Êxodo 35:25 afirma que: “todas as mulheres habilidosas
trouxeram o que fizeram”: azul, púrpura e linho fino”. Estas não só
levaram algo para casa de Deus, mas também colaboraram na sua construção. Elas,
provavelmente, trabalharam nos arredores ou em frente a suas tendas.
O fio que elas procuravam fazer para o Santuário tinha
grande importância, pois se o fio não fosse resistente, se estivesse mal
preparado, de pouco valeria o talento dos homens “habilidosos” (Ex. 36:8), de
maneira que as cortinas e os Véus do Tabernáculo não ficariam perfeitos.
Cada cristão, jovem ou de mais idade, pode em sua volta,
“fiar” as diversas cores que nos falam das variadas glórias do Senhor
Jesus. Em suas conversações, em suas
atitudes, na influência que exercem podem apresentar e levar algo de Cristo; de
sua perfeição ou de sua glória. Maria de
Betânia estava tão comprometida com o Senhor que quando ungiu os pés do Senhor
“toda a casa ficou perfumada” (Jo. 12:6). Marta estava tão preocupada com os
afazeres de casa que perdeu “a melhor parte”. Ver também Mt. 26:6, 7; Mc. 14:3.
Logo outras mulheres hábeis “cujo coração as
impulsionou em sabedoria fizeram tecidos de pêlos de cabra” (Ex. 25:26). Se a “separação” praticada, da qual nos fala
a péle de cabra (Hb. 11:37), não for realizada em casa, na família, nos
hábitos, nas modas, nos lugares que frequenta, na educação dos filhos, etc.
Como poderia ser na Casa de Deus? Os
dons mais eminentes numa igreja não poderiam trazer as bênçãos que Deus queria
dar àqueles irmãos. Atuando de maneira independente do Senhor não fiariam o
azul, a púrpura, o carmesim, o linho fino e pele de cabra. Isto é, não se
manifesta os dons e talentos individuais concedidos pelo Espirito Santo sem a
devida separação das coisas imorais e antiéticas.
10)
Considerações finais
Ao analisar as diferentes formas de
comportamento dos filhos de Israel sobre o pedido do Senhor para levar ofertas;
podemos distinguir quatro classes de pessoas entre o povo:
a)
Aqueles
que não traziam nada, porque eram demasiadamente egoístas ou porque já haviam
feito no caso do bezerro de ouro (Ex. 32:2, 3);
b)
Aqueles
que traziam suas ofertas;
c)
Aqueles
que, como consequência de um especial chamado de Deus, estavam particularmente
dotados para colaborar na construção da Casa (comparar com II Co. 12);
d)
Aqueles
que trabalhavam na obra.
Todos aqueles que colaboraram na obra de Deus o
fizeram por amor a Ele. Se nós amamos o Senhor Jesus, sentiremos a necessidade
de não viver somente da Igreja (por mais precioso que seja), mas também para a
Igreja. Ajudando/doando a cada um segundo o que tem recebido; sua contribuição
para o bem-estar do conjunto, de maneira dependente e segundo as instruções
divinas.
Chega o momento do qual já não se pode
trazer, mas servir (Ex.36:6). Não deixemos passar nossa juventude sem sentir a
necessidade de colaborar na obra de Deus segundo a graça que o senhor nos
concede.
Questionário
1.
Qual
a finalidade da oferta?
2.
Qual
o sentido das riquezas?
3. Fale sobre ofertar o trabalho.
BIBLIOGRAFIA
CONSULTADA.
BEARA. Bíblia de Estudo Almeida Revista e
Atualizada. Ed. Eletr. São Paulo: SBB. 2005.
BEARC. Bíblia de Estudo Almeida Revista e
Corrigida. Ed. Eletr. São Paulo; SBB. 2005.
BETESTA,
Faculdade T. Doutrina de Cristo, Curso 02. São Paulo: Editora Betesda. NA.
BHS.
A Revised Version of Biblica Hebraica Stuttgartensia. Stuttgart: German Bible Society; Westminster
Seminary. 1990..
BI. Bíblia Interlinear. Bíblia em português:
disponível no site tp://bibliaportugues.com/
interlinear.
CHAMPLIN, R.N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e
Filosofia (10ª. Ed.) São Paulo; Hagnos.
Vol. 5 e 6; 2011.
CORNER, Kevin, J. Os segredos do Tabernáculo de
Moisés. Belo Horizonte: Atos. 2004.
EASTON, M. G. No dicionário da Bíblia de Easton. Nova Iorque: Harper & Brothers. 1893.
JENSEN,
Irving. L. Êxodo Estudo Bíblicos.
São Paulo. Mundo Cristão: 1980.
JFB - JAMIESON, R.,
FAUSSET, A. R., & BROWN, D. (1997). Comentário Crítico e Explicativo
sobre a Bíblia Inteira (Vol. 1, p. 68). Oak
Harbor, WA: Logos Research Systems,Inc.
KASCHEL, W. & Zimmer, R. Dicionário da Bíblia
de Almeida, 2a ed. São Paulo: SBB, 1999.
KASCHEL, Werner; ZIMMER, Rudi. Dicionário da
Bíblia de Almeida. 2ª. Ed. (versão eletrônica)
Barueri: SSB, 2005
KIENE,
Paul. F. Das Heiligtum Gotees in der
Wuste Sinai. Zurique/Alemanha: Beröa – Verlag Zürich. 1986,
diversas fotografias.
KJA, Bíblia King James Atualizada. Disponível no
site: http://bibliaportugues.com
/kja/ john/6.htm
MOUNCE,
Willian D. Léxico Analítico do Novo Testamento Grego. São Paulo: Vida. 2013.
OLIVEIRA,
Oséias G. Concordância Exaustiva Joshua. Rio de Janeiro: Central Gospel. 2012.
PFEIFER, C.F; VAS, H. F; REA, J. Dicionário Bíblico Wicliff (Trad.
Degmar R. Junior). Rio de Janeiro: CPAD. 2010.
ROW, Jan.
Casa de Ouro. Diadema. Dep. Literatura Cristã. 2004.
SHED, R. P. O Novo Dicionário da Bíblia. São
Paulo: Vida Nova, Vol. II, pp.1553;
SHED, R.P. O Novo Dicionário da Bíblia. São Paulo: Vida Nova, vol. I, pp. 110, 111;
SOUTER, A. A Pocket Lexicon to the Greek New Testament, Oxford:
Clarendon Press, 1917, p. 236.
STOTT, John. A cruz de Cristo (Trad. João
Bastista). São Paulo: Editora Vida, 2006.
STRONG, J.
Léxico Hebraico, Aramaico e Grego de Strong. São Paulo: SBB. 2002.
TURNBULL, M. Ryerson. Estudando o Livro de
Levíticos e a Epístola aos Hebreus. São Paulo:
Casa Publicadora Presbiteriana. 1981, pp
19;
VIRKLER, Henry A. Hermenêutica Avançada.
Princípios e processos de Interpretação Bíblica
(Trad. Luiz A. Caruso). São Paulo: Ed. Vida. 1992.
WERREN, Rick. Uma Igreja com propósitos (Trad.
Carlos de Oliveira). São Paulo. Vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário