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DESTAQUE

A ESCRAVIDÃO NA BÍBLIA.

Este texto e parte integrante  de um artigo maior postado neste blog: A TEOLOGIA PRESENTE NOS DISCURSOS DA IGREJA CATÓLICA       NO FIN...

09/04/2020

A OFERTA PARA O SENHOR - LIÇÃO 04


Extraído da revista O Tabernáculo no Deserto  
Autor: José Maria Vieira Rodrigues

LIÇÃO 04

O cordeiro era imolado pelo sacerdote no lado norte do tabernaculo, assim como Jesus foi crucificado ao norte de Jerusalém

A OFERTA PARA O SENHOR


Texto para memorizar
“Porque Deus prova o seu amor para conosco em que Cristo morreu por nós sendo nós ainda pecadores” (Rm. 5:8).

Textos bíblicos. “Então Yahweh orientou a Moisés: 2“ Dize aos filhos de Israel que me tragam uma oferta. Recebe-a, com alegria, de toda pessoa cujo coração a compelir a cooperar. 3Eis a oferenda que recebereis do povo: ouro, prata e bronze; 4púrpura violeta e escarlate, carmesim, linho fino e pelos de cabra; 5peles de carneiro tingidas de vermelho, couro fino, e madeira de acácia; 6azeite para a lâmpada, aromas para o óleo de unção e para o incenso aromático; 7pedras de ônix e outras pedras preciosas para serem incrustadas no colete sacerdotal e no peitoral. 8Faze-me, também, um santuário, para que Eu possa habitar entre meu povo. 9Farás tudo de acordo com o modelo do Tabernáculo e as instruções para a mobília que Eu te revelar” (Ex. 25:1-9 - KJA).

Comentários
Introdução

No monte Sinai Deus revelou a Moisés Seu excelente plano.  Ele iria morar no meio do povo de Israel. Por isso deveriam trazer deliberadamente materiais como oferta para a construção do Lugar Sagrada. Todos que amavam ao Senhor e estavam dispostos a serem adoradores, compareceram diante de Moisés trazendo presentes para o Senhor. A fé os movia para aquele local fazendo deles pessoas obedientes à vontade do Senhor. Antes de comparecermos perante o Senhor nós devemos ter consciência de que devemos oferecer-lhe algo que nos custe.
         Neste texto analisaremos o que devemos dar ao Senhor quando comparecemos à Sua presença. A finalidade da oferta como pedido de Deus e o estado do coração daquele que oferece algo ao Senhor e as providencias de Deus para que possamos ofertar. 

           1)                A finalidade da oferta


         No deserto, Deus pediu ao povo que levassem até Moises ofertas de diversos tipos ali relacionadas para que pudessem levantar um Santuário ao Senhor. Isso implica que toda oferta levada à Casa do Senhor tem uma finalidade bem definida. E não pode ser para qualquer objetivo e não pode ser qualquer oferta, mas tem que atender certos requisitos e um propósito específico. Neste caso o objetivo era construir uma casa ao Senhor para que pudesse servi de morada a Deus e servisse de local encontro com Ele. Aqui temos um princípio que rege o ato de ofertar: Edificar uma morada para Deus que sirva de lugar de encontro com Deus. Existem outros princípios, mas por enquanto por meio desse princípio, primeiramente, vamos analisar como deve se mover/comportar o ofertante. 
           2)                Ofertar é um pedido de Deus

Dize aos filhos de Israel que me tragam uma oferta" (Ex. 25:2a - KJA). Ofertar não é um mandamento se desobedecido levará ao inferno, mas revela o interior do homem e o quanto ele ama ao Senhor. Está implícito no primeiro mandamento de JESUS quando diz: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o coração [...]” (Mc. 12:20a

  3)                A oferta é ato voluntario de um coração generoso

E todos que estavam dispostos, cujo coração generosamente os motivou a doar, trouxeram uma oferta ao SENHOR, para a obra da Tenda do Encontro, para todos os seus serviços, bem como para as vestimentas sagradas” (Ex. 25:21 – KJA).
         Não foram obrigados a dar; fizeram isso impelido apenas pelo amor que os moviam a dar. Pura generosidade, despreocupados se iria faltar o valor entregue. Observe que ponto central é o ‘coração generoso’, cujo destinatário era o Senhor e o objetivo foi a obra que serviria como Tenda do Encontro e para os serviços e vestimentas do sacerdote. Na roupa do sacerdote continha ouro e pedras preciosas de grande valor, não era apenas uma roupa belíssima, mas também caríssima.  

            4)                Receber a oferta com alegria


 “Recebe-a, com alegria, de toda pessoa cujo coração a compelir a cooperar (Ex. 25:2b-KJA). Deus disse para Moisés receber com alegria qualquer oferta, não somente a de maior valor; pois o Senhor não impôs valores. De uma relação extensa Moisés deveria receber as ofertas, inclusive madeira de acácia que existia nas proximidades. Aqui temos mais um princípio da oferta: não se pode reclamar da oferta. Nem quem recebe e nem quem oferece, porque a oferta veio de Deus e é ele quem move os corações. “[...] e todos os que de fato queriam voltaram trazendo uma oferta para o Senhor, a fim de que a Tenda da Presença do Deus Eterno fosse construída” (Ex.35:21b – ARA). 

             5)                A oferta é tirada daquilo que o Senhor anteriormente já concedeu


         Vamos refletir! Por que você precisa de dinheiro? A resposta mais óbvia é: preciso me alimentar, me vestir e morar. Vamos quebrar esse paradigma? Eu preciso de dinheiro porque eu quero ofertar ao Senhor (amarás o Senhor). Construir/manter a Casa do Senhor, manter as necessidades do pastor e assim também, abençoar meus irmãos (amarás ao teu próximo), porque todas as suas necessidades já foram supridas por Deus (Mt. 6:25-33).
         Como a obra de Deus cresce? É simples, quando todos obedecem às orientações do Senhor!
Os israelitas fizeram como Moisés havia ordenado e pediram aos egípcios joias de prata e ouro e roupas. O Senhor fez com que os egípcios dessem de boa vontade aos israelitas tudo o que eles pediam. Assim o povo de Israel tomou as riquezas dos egípcios (Ex.12:35: 36. p.m.)”.

         As ofertas tiveram uma origem: ‘o Senhor fez’.  Seu esforço e aplicação no trabalho são acompanhados pelas bênçãos de Deus. Os israelitas saíram ricos do Egito, ‘tomaram as riquezas dos egípcios’ (não foi roubo ou saque), mas recompensa de Deus pelos anos que serviram os egípcios como escravos sem receber salário. Os egípcios entregaram aos israelitas e fizeram com medo por causa das pragas e se empobreceram; os israelitas fizeram por amor e prosperaram. 

           6)                Todos podem ofertar


Todos os filhos de Israel podiam trazer uma oferta, pois todos tinham recebido dos egípcios, na sua saída, diversas riquezas. Mas ninguém estava obrigado a trazer. Só traziam aqueles que tinham um espírito liberal, segundo seus corações os impulsionava. Cada um dava segundo seus meios: um ouro, outra prata, outros tecidos e outros pêlos de cabras; os príncipes ofereciam pedras preciosas; porém tinham como finalidade trazer algo para casa de Deus. Moisés não usou palavras de persuasão ou de constrangimento. 
O adorador não está obrigado a ofertar, mas quando fazê-lo deve ser com alegria.
O apóstolo Paulo deixou em 2 Co 9:7 o modelo de oferta que agrada a Deus: “7Que cada um dê conforme resolveu no seu coração, não com tristeza nem por obrigação, pois Deus ama quem dá com alegria” (g.m.). 

         7)                Deus é quem providencia a oferta


A oferta levada para Moisés a fim de construir o Tabernáculo era o resultado daquilo que o Senhor realizou nos corações dos egípcios. Se Deus resolver abençoar alguém, este deve estar disposto também a ofertar de coração na Casa do Senhor. Este é o real motivo porque Deus prospera a pessoa, seja crente ou não. De outro modo não tem sentido a riqueza, porque as riquezas não podem levar ninguém à salvação.

8)                O sentido das riquezas

 Quando saíram da escravidão, com eles vieram muitas riquezas, suficiente para suprir suas necessidades e até mesmo para edificar uma casa para o Senhor habitar no meio deles. Da mesma forma quando o homem é liberto por Deus através da fé em Jesus Cristo ele recebe riquezas imensuráveis, suficiente para suprir sua vida espiritual, edificando uma morada para o Senhor. “Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus (Gl. 3:26).
“mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, 5 para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos. 6 E, porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai. 7 Assim que já não és mais servo, mas filho; e, se és filho,  és também herdeiro de Deus por Cristo” ( Gl. 4: 4-7-ARC).
Durante o tempo que alguém permanece “escravo” do inimigo, ela pode acumular riquezas e aparente virtudes pessoais que o inimigo usa para mantê-la presa.  Quando são finalmente libertadas dos pecados as supostas ‘riquezas e virtudes’ podem ainda se tornar obstáculo para a nova vida. Sendo necessário cumprir a exigência dos Evangelhos; perder tudo, deixar tudo e vender tudo (Mt. 13:46, 19:27, Mt. 10:39, 16:26), para que novas riquezas superiores lhe sejam acrescentadas que a capacita para viver a nova vida com Deus: “O que eu quero dizer é isto: deixem que o Espírito de Deus dirija suas vidas e não obedeçam aos desejos da natureza humana. (Gl. 5:16 BLH)”. 

          9)                Ofertando o trabalho


Por outro lado, homens e mulheres, tiveram o desejo não só de trazer algo, sentiram também de “vir” na obra para trabalhar nela (Ex. 36:2), impulsionados pelos seus corações.   “O texto de Êxodo 35:25 afirma que: “todas as mulheres habilidosas trouxeram o que fizeram”: azul, púrpura e linho fino”. Estas não só levaram algo para casa de Deus, mas também colaboraram na sua construção. Elas, provavelmente, trabalharam nos arredores ou em frente a suas tendas.
O fio que elas procuravam fazer para o Santuário tinha grande importância, pois se o fio não fosse resistente, se estivesse mal preparado, de pouco valeria o talento dos homens “habilidosos” (Ex. 36:8), de maneira que as cortinas e os Véus do Tabernáculo não ficariam perfeitos. 
Cada cristão, jovem ou de mais idade, pode em sua volta, “fiar” as diversas cores que nos falam das variadas glórias do Senhor Jesus.   Em suas conversações, em suas atitudes, na influência que exercem podem apresentar e levar algo de Cristo; de sua perfeição ou de sua glória.  Maria de Betânia estava tão comprometida com o Senhor que quando ungiu os pés do Senhor “toda a casa ficou perfumada” (Jo. 12:6). Marta estava tão preocupada com os afazeres de casa que perdeu “a melhor parte”. Ver também Mt. 26:6, 7; Mc. 14:3.
Logo outras mulheres hábeis “cujo coração as impulsionou em sabedoria fizeram tecidos de pêlos de cabra” (Ex. 25:26).  Se a “separação” praticada, da qual nos fala a péle de cabra (Hb. 11:37), não for realizada em casa, na família, nos hábitos, nas modas, nos lugares que frequenta, na educação dos filhos, etc. Como poderia ser na Casa de Deus?  Os dons mais eminentes numa igreja não poderiam trazer as bênçãos que Deus queria dar àqueles irmãos. Atuando de maneira independente do Senhor não fiariam o azul, a púrpura, o carmesim, o linho fino e pele de cabra. Isto é, não se manifesta os dons e talentos individuais concedidos pelo Espirito Santo sem a devida separação das coisas imorais e antiéticas.

           10)           Considerações finais

         Ao analisar as diferentes formas de comportamento dos filhos de Israel sobre o pedido do Senhor para levar ofertas; podemos distinguir quatro classes de pessoas entre o povo:
a)  Aqueles que não traziam nada, porque eram demasiadamente egoístas ou porque já haviam feito no caso do bezerro de ouro (Ex. 32:2, 3);
b)  Aqueles que traziam suas ofertas;
c)   Aqueles que, como consequência de um especial chamado de Deus, estavam particularmente dotados para colaborar na construção da Casa (comparar com II Co.       12);
d)  Aqueles que trabalhavam na obra.
Todos aqueles que colaboraram na obra de Deus o fizeram por amor a Ele. Se nós amamos o Senhor Jesus, sentiremos a necessidade de não viver somente da Igreja (por mais precioso que seja), mas também para a Igreja. Ajudando/doando a cada um segundo o que tem recebido; sua contribuição para o bem-estar do conjunto, de maneira dependente e segundo as instruções divinas.
         Chega o momento do qual já não se pode trazer, mas servir (Ex.36:6). Não deixemos passar nossa juventude sem sentir a necessidade de colaborar na obra de Deus segundo a graça que o senhor nos concede.

Questionário
1.     Qual a finalidade da oferta?
2.     Qual o sentido das riquezas?
3.     Fale sobre ofertar o trabalho.

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