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DESTAQUE

A ESCRAVIDÃO NA BÍBLIA.

Este texto e parte integrante  de um artigo maior postado neste blog: A TEOLOGIA PRESENTE NOS DISCURSOS DA IGREJA CATÓLICA       NO FIN...

20/04/2020

O ALTAR DO SACRIFÍCIO - LIÇÃO 06

LIÇÃO 06


O ALTAR DO SACRIFÍCIO


Texto para memorizar
 “Desfaço as tuas transgressões como a névoa e os teus pecados como as nuvens. Torna-te para mim, porque eu te remi” (Is. 44; 22).

Textos básicos
1 Farás também o altar de madeira de cetim; cinco côvados será o comprimento, e cinco côvados, a largura (será quadrado o altar), e três côvados, a sua altura. 2 E farás as suas pontas nos seus quatro cantos; as suas pontas serão uma só peça com o mesmo, e o cobrirás de cobre. 3. Far-lhe-ás também as suas caldeirinhas, para recolher a sua cinza, e as suas pás, e as suas bacias, e os seus garfos, e os seus braseiros; todos os seus utensílios farás de cobre. 4. Far-lhe-ás também um crivo de cobre em forma de rede, e farás a esta rede quatro argolas de metal aos seus quatro cantos, 5 e as porás dentro do cerco do altar para baixo, de maneira que a rede chegue até ao meio do altar. 6. Farás também varais para o altar, varais de madeira de cetim, e os cobrirás de cobre. 7 E os varais se meterão nas argolas, de maneira que os varais estejam de ambos os lados do altar quando for levado. 8 Oco, de tábuas, o farás; como se te mostrou no monte, assim o farão” (Ex. 27:1-8 - ARC).

 “Aqueles que confiam na sua fazenda e se gloriam na multidão das suas riquezas, 7 nenhum deles, de modo algum, pode remir a seu irmão ou dar a Deus o resgate dele 8(pois a redenção da sua alma é caríssima, e seus recursos se esgotariam antes)” (Sl. 49:6-8).

“ Nisto está o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou seu Filho para propiciação pelos nossos pecados”. (1 Jo 4.10). 


Introdução
         A Cristologia é o ramo da Teologia Sistemática que estuda Jesus Cristo em todos os seus aspectos. Tanto o lado humano ou como o lado divino (Deus). A hamartiologia estuda a queda do homem e suas consequências, é o estudo do pecado; enquanto que a soterologia estuda a salvação através do sangue de Cristo.  Todos estes ramos da Teologia Sistemática podem ser visto no Tabernáculo.
         Após a saída do Egito, depois da Páscoa (Ex. 12) quando os primogênitos israelitas foram poupados pelo sangue aspergido nos umbrais das portas da casa dos filhos de Israel; foram levados ao deserto, pela passagem do Mar Vermelho. No deserto o Senhor criou um sistema sacerdotal regido por leis que deveriam cumprir e seguir.  Estabeleceu com eles Aliança (At. 11:46) selada com sangue de animais e cujo principal estatuto era que Yahweh seria o único Deus de Israel e eles seriam o povo escolhido entre as nações para serem testemunhas de Deus (Is. 43:10). O Tabernáculo no deserto era o lugar de encontro e reconciliação com Deus quando este povo pecasse e ofendendo assim esse Deus santo. O pecado é sempre uma ofensa a Deus e por isso deveriam trazer vítimas puras para darem em sacrifício em troca de suas próprias vidas e apresentar o sangue no Altar, por meio de um sacerdote.
         Este texto pretende-se analisar o serviço no Altar de Bronze e sua representação no AT em analogia com a obra vicária de Cristo e associação com a reconciliação, santificação e justificação apresentada no NT.

1)                Altar de Bronze: Etimologia, estrutura e historia

·       Etmologia: o termo em português ‘altar’ vem do latim ‘altare e altus’ (elevar); no hebraico a palavra mais usual é ‘misbeah’, ‘lugar de sacrifício’. Deriva do verbo radical ‘zabah’ que significa ‘matar, sacrificar.
·       Estrutura: O altar de bronze ou Altar do Sacrifício era uma caixa, sem fundos, medindo 5x5x3 côvados e revestido de bronze. Com chifres nas quatro cantos; havia uma grelha suspensa a meia altura da caixa, o qual fazia com que os sacrifício /ofertas ficassem suspensos enquanto a lenha queimava-se por baixo. Era carregada por varas transpassadas em argolas nas duas laterais. Os utensílios utilizados para o serviço (5 no total) também era de bronze.  O Altar de Bronze foi colocado logo á frente da grande Porta, portanto as primeiras figuras que se via ao entrar no patio eram: o altar e o sacerdote, a lenha e o fogo, a vítima e o sangue (Ex. 27:1-8; 31:1-5).
·       Historia: Durante o primeiro templo construido por Salomão (2 Cr; 4-5: 1), o altar foi reparado diversas vezes (Asa: 2 Cr. 15:8; Acaz (2 Rs. 14:17; Ezequias: 2 Cr. 29:18-24 e Manassés: 2 Cr. 33:16). Este ultima, a principio ignorou o altar, porém mais tarde reconsiderou e o reformou. Destruído pelos babilônicos (586 A.C.), reconstruído por Zorobabel; existia nos dias de Jesus e destruido totalmente em 70 D.C. pelos romanos. Desta data em diante os Judeus não fazem mais expiação pelos seus pecados sobre o altar.

2)                Ministração sobre o altar de bronze

§ Lugar santo que santifica. Apos a consagração do altar (Nm. 7; Ap. 4:4, 10) e dedicação do altar: “o altar será santíssimo; tudo o que o tocar será santo”. A consagração com sacrifícios e unção com azeite o tornou santíssimo, de forma que tudo que nele tocasse se tornava santo (Ex. 29:36, 37,44; 30:28; 40:10; Lv. 8; Nn. 7:10-88). De onde surgiu a pergunta de Jesus aos Fariseus cegos: ‘Qual é mais importante a oferta ou o altar que santifica a oferta’ (Mt. 23:19). Nossa vida deve ser posta sobre o altar!
§ Lugar exclusivo para queimar ofertas e sacrifícios: As ofertas especificas (cinco no total) e os sacrifícios espontâneos deveriam ter seu sangue apresentado somente nele (Lv. 17:3-7) e em nenhum outro lugar; mas também um lugar de refugio para os acusados de assassinatos (1 Rs. 1:50: 2:28). No sistema sacrificial e sacerdotal levitico o altar era fundamental.  O Sacerdote não poderia seguir adiante no seu serviço de entrar no Lugar Santo e santíssimo sem ministrar primeiro por si no Altar do Sacrifício (Lv. 16).    
§ Lugar de fazer expiação pelo pecado: Diante da porta, o adorador convicto de seus pecados era recebido pelos sacerdotes levitas. Com seu substituto (oferta) à mão o caracterizava como adorador arrependido e poderia ter acesso ao recinto sagrado. O sacerdote recebia a oferta/vítima viva; em seguida o pecador impunha a mão sobre cabeça do animal e confessava o seu pecado (Lv. 5:5; 16:21) e imolava/degolava o animal com uma faca. O sacerdote coletava o sangue em uma bacia de bronze (Ex. 27:3) e apresentava a Deus, aspergindo nas pontas do altar e derramando o resto do lado do altar. A gordura dos intestinos, os rins e sua gordura, a melhor gordura do figado era queimada no fogo do altar (Lv. 5:1-13).  Todas essas iguarias eram para expiação de pecado.
         O termo expiação (heb. כפרkippur’) significa ‘cobrir’ (com betume) ou ‘passar uma camada por cima’.  No NT aparece o termo ‘αγιαζω - hagiazo’ e suas variações com sentido de purificar, santificar, separar das coisas profanas: Com efeito, quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e, sem derramamento de sangue, não há remissão” (Hb. 9:22)

§ Lugar de comunhão e reconciliação: Somente os sacerdotes ungidos e purificados estavam autorizados a ministrar e apresentar o sangue sobre o altar e fazer expiação pelo pecado do povo; nenhuma outra pessoa, nem mesmo o pecador poderia ministrar no altar. E ninguém toma para si essa honra, senão o que é chamado por Deus, como Arão" (Hb. 5:4). O sacerdote era o único mediador entre o homem e Deus. Assim o pecador estava perdoado: “e o sacerdote fará propiciação por ela, e lhe será perdoado o pecado." (Lv. 4:31b). Também se alimentavam dos manjares (cerais) e da carne oferecidos a Deus (Lv. 6:16: 8:31).           

3)                A rotina do santuário          

         O trabalho no santuário começava ao alvorecer com o ‘apagar das luzes do castiçal’ e com a primeira oferta queimada, quando um cordeiro era imolado* pela mão do sacerdote e seu sangue aspergido* nas pontas do altar (1 Sm. 3:3; 2 Cr. 13:11). O incenso do altar no santo lugar era trocado diariamente.  E dava-se inicio ao atendimento aos israelitas com suas ofertas. E ao anoitecer outro cordeiro era queimado no altar e o castiçal aceso. Esta rotina mudava em dias especiais e santas convocações quando era oferecido maior numero de vítimas e os holocaustos voluntários e ofertas de manjares dos israelitas (Nm. 29:11). A condição financeira determinava o tipo de vítima: ‘cujo adorador a mão não alcançava’ podiam oferecer pássaros (pombinhos ou rolinhas) em vez de oferta mais cara que deveria ser retiradas do seu próprio rebanho.

4)                Imposição de mãos

         A imposição de mão sempre sobre a vítima viva: O Israelita se aproximava diante da porta com sua vítima e ao lado do altar colocava suas mãos sobre a cabeça do animal, significando a passagem de seus pecados para animal substituto em seguida degolava com uma faca e o sacerdote coletava o sangue e aspergia nas pontas (chifres) do altar e o restante do sangue lançava ao lado do altar. Depois a cerimônia continuava conforme o propósito da oferta (Lv. 4:15; 8:14; 8:22; 16:21).       “Ao colocar as mãos sobre o animal, o ofertante estava se identificando com ele e solenemente ‘designando a vítima como estando em seu lugar’ e alguns estudiosos (...) veem a imposição de mãos como transferência simbólica de pecados” (STOTT, p.124).

5)                Unção com azeite 


Embora haja uma ampla explicação referente a azeite neste estudo se faz necessário falar especificamente sobre o azeite da unção.
         O Azeite separado para ungir somente os sacerdotes era azeite puro de oliva.  Há relatos na Bíblia de pessoas que receberam unção com azeite como reis e profetas, portanto não era um rito usado de forma banal. Não deveria ser derramado sobre animal, carne sacrificada ou pessoas de qualquer origem. Moisés chamou a atenção de Arão sobre ‘o azeite que foi derramado sobre sua cabeça’ (Lv. 10:6). O que nos revela ser uma unção diferente para um ofício diante de Deus e de suma importância: “Foi isso o que o Senhor quis dizer quando disse: “Os que chegam perto de mim devem respeitar a minha santidade, e o meu povo deve me honrar” (v.3). Logo, devemos considerar que a separação para Deus deve ser levada a sério.  
         Nos chama a atenção para o Ungido, Cristo, Messias Jesus Cristo que recebeu o oficio de Salvador do mundo.  Não devermos pensar ser a unção do Espirito vinda ‘sobre toda a carne’ como promessa de Deus (Joel 2:28), mas a ocorrida em Atos 2 que encheu de poder o recinto e levantou pessoas como Pedro, depois mais tarde Paulo e outros no decorrer da historia da Igreja para executar serviços para o Reino. Hoje em dia muitos reivindicam para si esta unção, mas o que se vê é a unção derramada sobre toda a carne. A unção com Azeite no VT reservava a pessoa para Deus para cumprir Sua vontade a serviço do Senhor (Mt. 26:42). Jesus adivertiu severamente: “O empregado que sabe qual é a vontade do patrão, mas não se prepara e não faz o que ele quer, será castigado com muitas chicotadas” (Lc. 12:47). A unção com azeite revela quão grave foi o nosso pecado, pois Jesus Cristo sendo perfeito em fazer a vontade de Deus, sofreu castigo severo do ‘patrão’ por causa da nossa desobediência.

6)                Os tipos de ofertas do Altar

         No altar eram apresentadas as ofertas especificas e o sacrificios especiais voluntários dos Israelitas que poderiam ser de origem animal e vegetal, escolhido por Deus e devia seguir as orientações corretamente, pois teriam significado. Os animais puros (macho ou fêmea) escolhidos eram: caprinos (ovelha, carneiro, e cabra), bovinos [novilho, vaca e bezerro] e pássaro (rolinhas ou pombinhos); todos regulamentados pela lei levítica (Lv. 11:2-23; Dt. 14:4-20). Nenhuma oferta que tivesse fora do estabelecido não seria aceita pelo Senhor (Lv. 22: 19-22; 23:11; Is. 60:17). ‘Aceitar’ significa ‘receber com alegria’ (Gn. 4:4s). Deus aceitava a oferta e consequentemente já havia aceitado o pecador se este fizesse com fé e o declarava justo (Hb. 11:7). 

          Cinco eram as ofertas específicas que ministrava no altar, a saber: O 

Holocausto, oferta de mangares (ou cereais), oferta pelo pecada, oferta pela culpa, oferta de paz (ou das graças).  Todas essas ofertas serviam para diversas situações e ocasiões: perdão de pecado, purificação, pacificação, justificação, comunhão/adoração e consagração.  Todas regidas por leis que estão descrita nos livros de Levíticos e Números.  Lembrando que tudo o que era oferecido sobre o altar se tornava ‘coisa santíssima’. Foi dado pelo Senhor aos sacerdotes para que comessem.

5.1           O Holocausto (Lv. 1; Lei: 6:8-13; Nm. 29)

Oferta ‘totalmente queimada’ (do hebr. ‘Kalyl’, matar, morrer, ‘queimar totalmente’), a raiz da palavra sugere o sentido de ‘força, poder’.  A lei do holocausto (Lv. 6:8-13) afirma que: “O fogo arderá continuamente sobre o altar; não se apagará” (v.13); isto é, dia e noite: ‘um estatuto perpétuo’. Duas ofertas por dia: uma ao alvorecer e outro ao anoitecer (Nm. 28:3) – macho e sem defeito – carneiro, cordeiro, bode ou novilho. Sobre a vítima acrescentava-se todas ‘as gorduras das ofertas pacificas’ (v. 12; Lv. 3:3, 9,14).
O propósito do holocausto era a propiciação, mas esse conceito é unido a outro, a plena consagração do adorador (...). Esse era o sacrifício normal do israelita de aliança adequado com Deus. Este ritual demonstrava a futura oferta de Cristo por si mesmo sem mácula a Deus cumprindo a vontade divina com alegria, mesmo a ponto de morrer (BAXTER, p.28).
 
Quantas metáforas se encontram nesse quadro a respeito de Cristo revelado no NT!  “Cristo ‘entregou a si mesmo’ por nós, como oferta (prosphora) e ‘sacrifício (thysia) a Deus” (Ef. 5:2); Cristo se ‘entregou a si mesmo’ (Gl. 1:4) ou ‘a si mesmo se ofereceu’ (Hb. 9:14) por nós; às vezes afirma que ele ‘morreu pelos nossos pecados’ (1 Pe. 3:18, Rm. 8:3). Em geral, a epístola aos Hebreus afirma que Cristo cumpriu perfeitamente as ‘sombras’ do AT.  Pois ele se sacrificou a si mesmo (não animais), uma vez por todas (não repetidamente) e assim assegurou-nos, não apenas a purificação cerimonial e a restauração à comunidade da aliança, mas purificação de nossa consciência e a restauração à comunhão com Deus” (STOTT, p.121). 
 

5.2           A oferta de mangares (Lv. 2; lei: 6:14-18)


 uma oferta de vegetal para comunhão com Deus (ceia com o Senhor) consistia ‘bolos’ de farinha de cereal (trigo, centeio ou sevado) amassado com azeite e sal (no heb. ‘ninha oferta de oblação’) e pães asmos amassados com azeite e sal; porém todos sem fermento. O sal não poderia faltar e o fermento não podia existir nas ofertas de manjares (v.11, 13).  Uma parte era queimada no altar sobre o holocausto e outra reservada para alimento dos sacerdotes. Era como ‘cheiro suave’ ao Senhor. Ceia do Senhor para os sacerdotes: ‘se comerá no lugar santo, no patio da congregação’. Tudo que era oferecido no altar pertencia ao Senhor e fora dado aos sacerdotes e seus filhos (Lv. 18:8-11). Essa oferta expressava a mais alta comunhão com Deus. O ‘comer das coisas santas’ e o ‘sentar-se a mesa’ com Deus, no mundo judaico, era a mais alta expressão de comunhão com Deus ou como os homens (Ap.3:20). O texto diz que era um memorial (Lv. 2:2, 9,16; 5:12) que temporariamente deveria ser realizado, até que viesse o verdadeiro alimento.

a)    O sal e o fermento (v.11, 13):  Para Jesus ‘fermento’ era o ensinamentos dos fariseus e saduceus que os discípulos deveriam ficar alertas e tomar cuidado (Mt. 16:6, 11, 12) e ‘sal da terra’ são aqueles que sofrem insultos, perseguições e calunias por seguirem Jesus (os discípulos) (Mt. 5: 11-13) que não podem tornar-se insípidos senão serão pisados pelos homens. Para o Reino de Deus os maus ensinamentos são tão prejudiciais quanto os seguidores de Jesus que não perseveram pelo caminho da fé. A presença das falsas doutrinas prejudica a pregação da Palavra da Verdade e o mau testemunho mancham as vestes e segam os olhos não deixando ver a importância do sangue que selou a Nova Aliança. O presente Reino de Cristo na terra está enfraquecido com o muito fermento e o pouco sal puro. As nossas ofertas ao Senhor devem ser sem fermento, mas com o puro sal.

5.3           Oferta pelo pecado (Lv. 4, lei: 6:24-29)

Destinava-se para perdoar (expiar) os pecados do indivíduo, da nação e do sacerdote que cometera ‘sem perceber’ ou pecados cometidos sem intenção ao contrario dos pecados cometidos de forma ativa.
         O animal separado (novilho, bode) era trazido pelo pecador arrependido diante do sacerdote. O pecador colocava a mão na cabeça do animal e depois o degolava e separava suas partes (gordura dos rins e figado e os rins como na oferta pacifica). O sacerdote recolhia o sangue e aspergia nas pontas do altar e incenso e aspergido sete vezes diante do Véu e o restante do sangue lançado nas bases do altar do pátio. Parte da carne deveria ser comida no lugar reservado/sagrado pelo sacerdote.  O Restante da vítima (couro e outras partes) deveria ser queimado fora do arraial.

5.4           Sacrifício pecado do povo (Lv. 16) 

O bode expiatório e o bode emissário. Nesta cerimônia temos duas diferenças das outra oferta pelo pecado de um indivíduo. São dois bodes e a imposição de mãos pelo sacerdote e confissão de pecados. O pecado do povo tornava imundo o próprio povo, o santuário e o sacerdote e sua família separava dois bodes, que lançado sorte sobre eles, um era oferecido como expiação (bode expiatório), na semelhança da oferta pelo pecado, exceto que seu sangue era aspergido sobre o propiciatório da Arca diante da face do Senhor. Servia de expiação pelo santuário, pelos sacerdotes e sua família e pelo povo; ninguém deveria aproximar-se da tenda da congregação enquanto o sacerdote tivesse dentro dela; e o outro (bode emissário):
 “Aarão porá ambas as mãos sobre a cabeça do bode vivo e sobre ele confessará todas as iniquidades dos filhos de Israel e todas as suas transgressões, segundo todos os seus pecados; e os porá sobre a cabeça do bode e enviá-lo-á ao deserto, pela mão de um homem designado para isso. Assim, aquele bode levará sobre si todas as iniquidades deles à terra solitária; e o homem enviará o bode ao deserto” (v.21,22).
         Especulação a parte para o significado do bode emissários (Azazel). O fato é que ambos eram para a expiação de pecado do povo, as diferenças básicas era que um era sacrificado e seu sangue coletado e aspergido sobre o propiciatório e ou outro levado para longe do arraial, carregando para sempre o pecado do povo.  Ensinam-nos que Cristo não somente nos resgatou com seu sangue, mas que também sumiu com os nossos pecados: “(...) Diz o Senhor; porque perdoarei a sua maldade e nunca mais me lembrarei dos seus pecados (Jr. 31:34b).
         Segundo Baxter (p.29) esta oferta entre os hebreus era que o conceito da propiciação e da expiação do pecado era notado de forma mais distinta.
As veste do sacerdote e os objetos manchados pelo sangue deveriam ser lavados e quebrados.
5.5           Oferta pela culpa (ofensas e transgressões Lv. 5; 1-6: 7; lei: 7:1-10). Esta oferta era para tirar a culpa. Além da gordura e os dois rins é acrescentado o ‘lombo’ nesta oferta. O termo ‘lombo’ (hebr: ‘Kecel’), cuja desta palavra expressa: ‘estupidez e tolice’. Designada um pecado cometido por pura estupides e ignorância do indivíduo (Lc. 23:34) contra a pessoa ofendida, ou contra Deus. Neste caso deveria primeiro restituir o prejuízo e acrescido de mais um quinto para a pessoa ofendida ou ao sacerdote se fosse contra Deus; para depois realizar a oferta pelo pecado. “Este ritual prefigura a reconciliação de Cristo pelo dano causado pelo pecado; tem em vista nem tanto a culpa pelo pecado, mas o dano causado” (ibidem). Considerando que a ofensa cometida pelos nossos pecados foi altíssima contraindo uma divida impagável a Deus e nos tornamos escravos do pecado e a maldição da Lei pesava sobre nós; desta situação que Cristo nos resgou, pagando toda dívida. (Col. 2; 13-15; Ef. 2:15, 16).

5.6           Oferta de paz (ou de comunhão) - Lv. 3; lei: 7:11-21) 

Consistia de bolos amassados de farinha misturada com azeite; juntamente com pães levedado. Mas acompanhava sacrifício de animal. De todas as ofertas, somente esta que o adorador poderia comer os bolos e pães em comunhão com o sacerdote ministrante. Deveria ser consumida no mesmo dia.
         Revela nossa relação de amizade, compromisso e comunhão com Deus promovida pelo sacrifício de Cristo e pela presença do Espirito Santo enviado à Igreja no dia de Pentecoste.  Esta oferta tinha três sentidos: oferta de agradecimento (louvor), oferta votiva (voto) e oferta de livre vontade (comunhão). Cada um delas caracterizava o sentido da oferta. Dar graças por uma benção recebida, num sentido de agradecimento; demonstrar um voto cumprido e demonstrar gratidão de um coração alegre.  Uma ‘espécie de louvor’a Deus pelos benefícios recebidos. Tinha o sentido de comunhão, compromisso com Deus e amizade.  Em Leviticos 23:20 afirma que deveria ser oferecido somente na festa do Pentecostes. E quem deveria fazê-lo deveria apresentar espontaneamente conforme seu coração se movia (Lv. 19:5) durante a Festa do Pentecostes somente. 
         Informa que devemos tudo entregar a Deus (Rm. 12:1), pois Jesus disponibilizou o Reino dos Céus, as riquezas do Pai a nós. Como afirma o Evangelho de Lucas 15:31, 32: “E ele lhe disse: Filho, tu sempre estás comigo, e todas as minhas coisas são tuas. 32 Mas eram justo alegrarmo-nos e regozijarmo-nos, porque este teu irmão estava morto e reviveu; tinha-se perdido e foi achado”.

5.7            As ofertas ou sacrifícios especiais

Eram oferecidos espontaneamente por um indivíduo ou pela a nação; eram: (a) ofertas diárias (Nm. 3:8); (b) todos os sábados (Nm. 28:9, 10; Lv. 24:8); (c) na lua nova (Nm. 28:11-15); (d) na Páscoa ou Pães Asmo (Nm. 28:16-25); (e) Festas das Primícias, Pentecoste ou Festa das Semanas (Lv. 23:15-25; Nm. 28:26-31); (f) Festas das Trombetas (Lv. 23:23-25; Nm. 28:1-6 comparar com Is. 18:3; 27:12, 13), (g) Dia da Expiação (Lv. 23:26-32; Nm. 29:7-11) e (h) Festa dos Tabernáculos (Lv. 23:33-44: Nm. 29:13ss).
         A condição financeira e social (se era pobre ou príncipe) não era obstáculo para se apresentar à porta para fazer expiação por si e buscar a paz com Deus oferecendo uma vítima inocente para remissão dos seus pecados. O pobre poderia levar duas rolinhas e dois pombinhos e fazer expiação pelo seu pecado (Lv: 5:7). No entanto, em regra deveria ser um animal doméstico da linha dos animais puros; manso, sem defeito, sem manchas (i.e. de uma unica cor).

5.8           Dia do perdão (Lv. 16:29-34; 23:27: Nn. 29:7)

‘O Dia’, como era chamado. Era um dia especial no ano para o perdão dos pecados daquele ano. No dia dez (10) do sétimo mês (Tishrei) havia ‘santa convocação’; quanto nesta data: se fará expiação por vós, para purificar-vos; e sereis purificados de todos os vossos pecados, perante o Senhor” (16:30.).   Neste dia se fazia expiação pelo santuário, pela tenda da congregação, pelos sacerdotes e pelo povo. É um dia sabático de jejum e descanso. Neste dia o Sumo Sacerdote estava autorizado a entrar no Santíssimo Lugar diante da Arca da Aliança para fazer expiação pelo pecado da nação. O diferencial deste dia era que o Sumo Sacerdote entrava quatro vezes no Santíssimo Lugar.  A primeira, para levar o incensário diante dos Querubins da Arca; a segunda para levar o sangue do novilho pelo seu pecado e de sua família e pela santificação do santuário; a terceira vez para levar o sangue do carneiro (bode expiatório) em favor do povo e por ultimo para retirar o incensário diante de Deus.   As simbologias desta imagem são inúmeras, destaco apenas algumas: a) O dia da Expiação era um tipo da obra expiatória de Cristo; b) o próprio Cristo é o Sumo Sacerdote (Hb; 9,10); c) o sangue do sacrifício é o seu próprio sangue (Ef. 1:17; Col. 1:20); d) não fez expiação pelo seu próprio pecado por que não tinha pecado (Hb. 7:27; 1 Pe. 2:22); e) Sua expiação tem efeitos nos céus, estabelecendo reconciliação com Deus (Hb. 9:11, 12); f) troca radical do sacerdócio Melquisedeque e Aaraônico pelo de Cristo; g) o impecílio que impedia acesso à presença de Deus foi removido, pois o pecado constituía um tão grande obstáculo; h) a entrada no Santíssimo não envolve apenas o perdão dos pecados, mas a transformação da alma.

6)                A reconciliação no Antigo Testamento.

6.a           Um Deus santo exigia um povo santo, isto é, Sua presença entre eles exigia que os filhos de Israel fossem um povo afastado de toda a imundícia/pecado, obediente aos mandamentos e adorador do único Deus. Provisoriamente Yahweh concedeu o sangue por expiação dos pecados individuais e da nação. Por ‘decreto perpétuo’ Yahweh estabeleceu:
 “Porque a alma da carne está no sangue, pelo que vo-lo tenho dado sobre o altar, para fazer expiação pela vossa alma, porquanto é o sangue que fará expiação pela alma” (Lv, 17:11).

6.b           O sangue era a evidência que houve morte; o pecador era substituido pela vítima inocente. O sangue aspergido nas pontas do altar (lugar mais alto) fazia ‘expiação’ pelo pecado cometido e propriciação pelas ofensas a Deus que estava irado pelo mal lhe causado.  Assim o adorador arrependido se apropriava do sangue para ‘cobrir’ os seus pecados e ficar em paz com Deus.

6.c            Promovendo reconciliação (expiação) e aplacando, pacificando, apaziguando (propiciação) a ira de Deus, pois Ele foi ofendido pelo pecado do homem. Satisfazendo, temporariamente, a justiça de Deus, até que viesse o ‘sacrifício melhor’ que promovesse paz entre Deus e toda a humanidade (ver Rm. 5:25; 9:22, 23).

1)                A reconciliação adquirida pela expiação proporcionava propiciação que é o aplacar/acalmar a ira de Deus. Se expiação significa ‘encobrir’ por meio de sangue. Propiciação é a reparação mediante pagamento por meio de uma morte; satisfazendo a justiça de Deus e apaziguando sua ira.  “Deus foi ofendido por causa do pecado do homem e é Ele quem deve/precisa ser satisfeito por meio de pagamento por este pecado” (PFEIFER et al, p. 1620).  Expiação e propiciação são duas palavras usadas nas Escrituras que se relaciona ao que acontece no terreno do Santuário necessário para perdão de pecados e assim alcançar a paz entre Deus e o pecador.
         É preciso informar que estes conceitos de expiação/propiciação não é toda a realidade que envolve a obra de salvação vista no Antigo Testamento, por meio do sangue de vítimas inocentes; somente no Novo Testamento, pela obra realizada por meio do sangue de Cristo é que temos melhor compreensão da dimensão da redenção.

7)                A redenção no Novo Testamento

         O termo Novo Testamento já nos informa que houve uma ‘nova’ aliança entre Deus e a humanidade. Não mais ‘selada’ com sangue de animais, mas com precioso sangue de Cristo. Não era um cordeiro, mas uma pessoa que morreu por todos, ou seja, o próprio Sumo Sacerdote de nossas almas. Comprando para si pessoas de todas as nações que venceram pelo sangue (Ap.7:9; 12:11).
         A redenção em Cristo. Em termo bem simples, ‘remir’ (פדה padah) significa ‘comprar’ ‘adquirir por meio de pagamento’. A palavra ‘redimir’ (gr. Lytroo) tem o sentido de resgatar ou comprar de volta quer por transação comercial ou por meio de resgate. Enquanto que ‘redenção’ (gr. apolytrosis) que deriva da palavra ‘lytron’ (‘um resgate’ ou ‘o preço de soltura’) era um termo muito usado no mundo antigo para designar a compra de escravos.  Esse grupo de palavras acima envolve um processo de liberação mediante ao pagamento de resgate (STOTT, p. 156).  Geralmente a redenção tinha um custo altíssimo impagável para a pessoa escrava (Sl. 49:6-8) e só poderia ser realizado por um parente próximo de boas condições financeiras. O profeta Oseias vivenciou essa experiencia com usa esposa infiel (Os. 3:2) e Boaz no livro de Rute (Rt. 4:8, 9). Caso não houvesse ‘resgatador’ era necessário aguardar o Ano Jubileu que acontecia a cada 50 anos. Quando todas as suas dívidas eram perdoadas, os escravos judeus libertados e as terras vendidas ou entregue por pagamento de dívidas devolvidas ao seu original dono (Lv. 25:8-55; Lv. 27:4). Boá\ ao redimir a herdade do falecido marido de Rute a assumiu como esposa. O pecado roubou nossa herança e Jesus Cristo redimiu nossa herança e nos assumiu como esposo. Redenção está relacionada à área mercantil. “(...) nenhum deles, de modo algum, pode remir a seu irmão ou dar a Deus o resgate dele” (Sl. 49:7).  Para entender o sentido da Redenção precisa-se deixar área do santuário e se dirigir ao mercado de escravos.
         A espiritualização da redenção no NT não surge por acaso e nem é prerrogativa do Apóstolo Paulo. Mas dos mercados de escravos; “dai derivou a espiritualidade aplicada, de ser alguém comprado de seu miserável estado de servidão do pecado, a fim de receber a exaltada vida dos lugares celestiais, criaturas não mais escravizadas, mas verdadeiros filhos de Deus”. “Filho do Rei, iguais ao seu Irmão mais velho, em sua natureza e herança, que é o Senhor Jesus Cristo; o qual mediante o preço do seu sangue libertou os cativos, e através do seu Espirito Santo transformador ele os despede de seus ‘trapos’ de servidão, revestindo-se com sua própria natureza, a fim de que sejam verdadeiramente filhos, em todos os sentidos, do Pai Celeste” (CHAMPLIN, vol.5, p. 579).
 “ Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que, por tradição, recebestes dos vossos pais, 19, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado” (1 Pe. 1:18, 19).
         Ver sobre: resgate, Mc. 10:45; promessa eterna, Hb. 9:15; Ap. 7:9. Jesus nossa propiciação, 1Jo. 2:2. Pagar o preço, 1 Pe. 1:18, 19; levar nossos pecados, 1 Pe. 2:24; eleição Nele e penhor de nossa herança, Col. 1:4, 14; redenção do corpo e nova natureza, Rm. 8:23; ser de Cristo nossa redenção, justificação e santificação, 1 Co. 1:30.
         A grandeza da redenção ultrapassa o entendimento humano: “Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu e não subiram ao coração do homem são as que Deus preparou para os que o amam. Mas, Deus no-las revelou pelo seu Espirito (…)” [1Co. 2:9, 10a].  

     8)    Aplicação pessoal.
         Detenhamos um momento no sacrifício pelo pecado, tal como vemos em Levíticos 4: 27-35. Vê-se aqui, o exemplo de um israelita que havendo desobedecido a um dos mandamentos de Yahweh, “se tornou culpado” (V.M.), e que logo fica consciente de seu pecado. É o ESPÍRITO SANTO que convence do pecado por meio da Palavra. Durante muito tempo um homem pode permanecer indiferente aos pecados que cometeu, como assim também de seu estado de pecado diante de Deus, porém chega o momento em que, em Sua Graça, Deus interveem por meio de Seu Espírito para produzir nele esse sentimento de culpa. O que fazer então?  O israelita devia “trazer para sua oferta” uma cabra ou um cordeiro sem defeito (vv. 28,32). ‘Não bastava ser como se deveria proceder’, para que o pecado fosse perdoado, mas que era preciso trazer efetivamente uma oferta: ir buscar em seu rebanho um animal sem defeito e atravessar todo o acampamento para conduzi-lo até a porta do átrio para leva-lo ao sacerdote.   Chegando ali, o israelita devia por sua mão sobre a cabeça do animal (sacrifício, vítima), colocando assim sobre esta vítima inocente e sem defeito o pecado do qual se havia reconhecido culpado. Logo, ele mesmo deveria degolar a vítima.
        
 É preciso que o homem tome as seguintes decisões:
1.    Venha pessoalmente à cruz: “mas buscai primeiro o Reino de Deus e sua justiça...” Mt. 6:33a); 
2.    Reconheça seus pecados: “porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm. 3:26);
3.    Aceite que Cristo foi levado como vítima santa. “Sem mancha e pecado”: Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus: aos que creem no seu nome, 13 os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus” (Jo. 1:12, 13), ver I Pe. 1:19-22).
4.    Crer que Jesus Cristo foi castigado pelo juízo de Deus em lugar do pecador que derramou seu sangue para nos perdoar:  “12 não por meio de sangue de bodes e de bezerros, mas pelo seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção” (Hb.9:12).
O israelita terminou seu dever? Não! Ele precisava de alguém para ‘advogar’ e continuar a obra que começou. O sacerdote tomava o sangue da vítima e pingava (aspergia) sobre os chifres do altar (para que Deus pudesse ver o sangue) e o resto nos pés do altar, depois queimava a gordura sobre o holocausto que já estava queimando desde manhã e fazia propiciação pelo culpado. Este sacerdote nos fala de Cristo, quem realiza tudo pela purificação do pecador.  Se você não sabe, a ovelha pressente quando vai morrer e seus olhos começam a se lacrimejar, mas ela não berra, não foge, só chora. Em seguia o pecador que trouxe a ovelha para substituí-lo no sacrifício passa a lamina na sua garganta então ela dá seu único berro. A ultima palavra de Cristo proferiu em alta voz no alto (altar) do Calvário e no alto da cruz (o chifre) foi:  “ESTÁ CONSUMADO! ” (Jo. 19:30); ou seja: totalmente pago. Os homens, os anjos e o inferno ouviram o Cordeiro de Deus gritar: “totalmente pago”. A palavra declarada tão fortemente em duas ocasiões: ‘[...] e será  perdoado” (vv31, 35). O israelita poderia voltar em segurança para sua tenda com a certeza que seu pecado foi perdoado, não porque sentira algo em si mesma, mas porque estava escrito na Torá (Lei), a qual foi dada por Deus, ‘... e será perdoado”.





9)               Considerações finais.
A obra de Cristo nos dá a segurança da salvação, pois é a Palavra de Deus que nos dá a certeza disto: “Quem crê no Filho tem a VIDA ETERNA” (João 3:36 ver também Rm. 10:10). Se alguém não está seguro da sua salvação tome sua BÍBLIA e sobre os olhares de Deus aceite o que está escrito e creia Nele! HOJE você precisa tomar uma decisão na sua vida, se ainda não fez. Ter paz com Deus ou morrer nos seus pecados. Reconhecer que é um pecador terrível, afastado da presença e da glória de Deus (Rm. 6:23), arrepender-se e entregar-se como sacrifício vivo ao Senhor (Rm. 12:1).
         Para o holocausto (Lv. 1) o israelita que se aproximava do altar devia também “pôr suas mãos sobre a cabeça do holocausto” (v. 4).  Neste caso não se tratava e ser perdoado: aquele que trazia a oferta já estava perdoado, pois anteriormente já trouxe uma oferta pelo pecado. Oferecia este holocausto como agradecimento e adoração. De alguma maneira o mérito era da vítima e não do adorador, e este era aceito por meio daquela. Deus nos faz ‘aceito no amado’ ou ‘que Ele nos deu gratuitamente por meio do Seu querido Filho” (Ef. 1:6). Deus vê os seus filhos em Cristo e a fumaça do holocausto que sobe “a Deus em cheiro suave” (5:2). Assim, quando  você passou pelas águas do batismo você se entregou completamente a Deus como holocausto.

Questionário.
1.     Quantas ofertas havia? Fale sobre uma delas.
2.     O que é redenção?
3.     Fale sobre a reconciliação?
Fale sobre as decisões que o pecador precisa tomar


BIBLIOGRAFIA CONSULTADA.

BEARA. Bíblia de Estudo Almeida Revista e Atualizada. Ed. Eletr. São Paulo: SBB.    2005.
BEARC. Bíblia de Estudo Almeida Revista e Corrigida. Ed. Eletr. São Paulo; SBB. 2005.
 BETESTA, Faculdade T. Doutrina de Cristo, Curso 02. São Paulo: Editora Betesda. NA.
BHS. A Revised Version of Biblica Hebraica Stuttgartensia. Stuttgart: German Bible     Society;             Westminster Seminary. 1990..
BI. Bíblia Interlinear. Bíblia em português: disponível no site         tp://bibliaportugues.com/        interlinear.
CHAMPLIN, R.N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia (10ª. Ed.) São Paulo;     Hagnos. Vol. 5 e 6; 2011.
CORNER, Kevin, J. Os segredos do Tabernáculo de Moisés. Belo Horizonte: Atos. 2004.
EASTON, M. G. No dicionário da Bíblia de Easton. Nova Iorque: Harper & Brothers.   1893.
JENSEN, Irving. L.  Êxodo Estudo Bíblicos. São Paulo. Mundo Cristão: 1980.
JFB - JAMIESON, R., FAUSSET, A. R., & BROWN, D. (1997). Comentário Crítico e             Explicativo sobre a Bíblia Inteira (Vol. 1, p. 68). Oak Harbor, WA: Logos Research    Systems,Inc.
KASCHEL, W. & Zimmer, R. Dicionário da Bíblia de Almeida, 2a ed. São Paulo: SBB,           1999.
KASCHEL, Werner; ZIMMER, Rudi. Dicionário da Bíblia de Almeida. 2ª. Ed. (versão             eletrônica) Barueri:  SSB, 2005
 KIENE, Paul. F. Das Heiligtum Gotees in der  Wuste Sinai. Zurique/Alemanha: Beröa –           Verlag Zürich. 1986,  diversas fotografias.
KJA, Bíblia King James Atualizada. Disponível no site: http://bibliaportugues.com /kja/ john/6.htm
 MOUNCE, Willian D. Léxico Analítico do Novo Testamento Grego. São Paulo: Vida. 2013.
 OLIVEIRA, Oséias G. Concordância Exaustiva Joshua. Rio de Janeiro: Central Gospel.           2012.
PFEIFER, C.F; VAS, H. F;  REA, J. Dicionário Bíblico Wicliff (Trad. Degmar R. Junior).         Rio de             Janeiro: CPAD. 2010.
 ROW, Jan. Casa de Ouro. Diadema. Dep. Literatura Cristã. 2004.
SHED, R. P. O Novo Dicionário da Bíblia. São Paulo: Vida Nova, Vol. II, pp.1553;
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STOTT, John. A cruz de Cristo (Trad. João Bastista). São Paulo: Editora Vida, 2006.
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VIRKLER, Henry A. Hermenêutica Avançada. Princípios e processos de Interpretação Bíblica (Trad. Luiz A. Caruso). São Paulo: Ed. Vida. 1992.

WERREN, Rick. Uma Igreja com propósitos (Trad. Carlos de Oliveira). São Paulo. Vida. 




16/04/2020

A PORTA DAS OVELHAS - LIÇÃO 05


Extraído do Livro: O Tabernáculo. Autor: José Maria. Vieira Rodrigues.


LIÇÃO 05

A PORTA DAS OVELHAS.

pPorta de entrada ao tabernáculo se dava por única porta. Cristo é a única porta.


Texto para memorizar.
 “Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens”
(Jo. 10:9).

Textos Básicos.
“13 Semelhantemente, a largura do pátio do lado oriental, para o levante, será de cinqüenta côvados, 14 de maneira que haja quinze côvados de cortinas de um lado; suas colunas, três, e as suas bases, três; 15 e quinze côvados de cortinas do outro lado; as suas colunas, três, e as suas bases, três. 16 E à porta do pátio haverá uma ‘coberta’ de vinte côvados, de ‘pano’ azul, e púrpura, e carmesim, e linho fino torcido, de obra de bordador; as suas colunas, quatro, e as suas bases, quatro. 17 Todas as colunas do pátio ao redor serão cingidas de faixas de prata; os seus colchetes serão de prata, mas as suas bases, de cobre. 18 O comprimento do pátio será de cem côvados, e a largura de cada banda, de cinqüenta, e a altura, de cinco côvados, de linho fino torcido; mas as suas bases serão de cobre. 19 No tocante a todos os utensílios do Tabernáculo em todo o seu serviço, até todos os seus pregos e todos os pregos do pátio, serão de cobre” (Ex. 27:13-19-ARC).

“E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança [...]. 27 E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou, macho e fêmea os criou” (Gn. 1:26a, 27a).

Mas todos nós, com cara descoberta, refletindo, como um espelho, a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória, na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor”.
(2 Co 3:18

Comentários

Introdução.
         As figuras do Tabernáculos nos ensinam que há um caminho a percorrer até a presença de Deus, como também revela o grande amor de Deus pelo ser humano.
         Até a vinda, crucificação, morte, ressurreição e ascensão de Cristo diz respeito da jornada de Deus até o homem. A paixão de Cristo abriu ‘o caminho’ até o Pai, pois o Véu da Separação se rasgou do alto a baixo (Mt. 27:51-53).
          Quando o israelita comparecia diante da ampla porta precisava atender pelo menos três condições: (1) ter em si um coração arrependido pelo pecado cometido com disposição para mudanças; (2) ter uma oferta viva (animal) à mão e (3) ter fé no que estava fazendo. Aquela oferta (rolinha, cabra, cordeiro, carneiro ou novilho) que seria sacrificada (morta pela sua mão) iria receber os seus pecados e o substituíria na morte por causa dos seus pecados cometido. Caso fizesse o sacrifício sem entendimento, sem arrependimento e sem fé, a vítima terá morrido em vão e o Senhor não aceitava a substituição; assim o israelita permaneceria nos seus pecados. Muitos estão hoje vivendo essa realidade: quantos não reconhecem que são pecados e outros estão seguindo a Deus sem entendimento do que estão fazendo e outros ainda não vivem pela fé a Graça de Deus, mas por aquilo que podem receber.
         Neste texto pretendemos analisar a obra de Deus no homem, iniciada na ‘criação’ do homem, que não se encerrou no Éden, mas continuou e continua ainda acontecendo hoje. Faremos uma analogia tentando explicar o plano de Deus para essa transformação no homem arrependido; para isso utilizaremos os objetos e figuras que simbolizam e tipificam as realidades espirituais existente no Reino de Deus.

1)                A Queda do homem.

         Precisamos explicar porque os israelitas deveriam comparecer ante a Porta com uma vítima e sacrifica-la perante o sacerdote.
         O texto de Gênesis 1-3 informa como aconteceu a queda do primeiro Adão. No Jardim do Éden Adão recebeu a imagem de Deus (Gn. 1:26; 2 Co. 3:18).  Deus ordenou a Adão que não comesse do fruto da ‘árvore do conhecimento do bem e do mal’, porque se dela comesse morreria (Gn. 2:17): “Porque no dia em que dela comer certamente morrerá”. Adão desobedeceu e comeu, juntamente com sua mulher. Eva ao conversar com a serpente no Jardim do Éden recebeu daquilo que estava na serpente, a saber: o espirito de rebeldia e oposição a Deus, gerando nela o pecado e convenceu seu marido a comer também. Logo, a Lei de Deus era: “a alma que pecar essa morrerá” (Gn. 2:17; Ez. 18:20a; Rm. 3:23); mas, eles permaneceram vivos, porém foram punidos temporariamente até que a justa condenação viesse na plenitude dos tempos e o sacrifício perfeito ocorresse para redimir completamente a humanidade. Adão interrompeu os planos do Criador quando O desobedeceu e foi expulso da presença da presença de Deus. O Éden era o lugar de sua experiência com Deus era naquele lugar através de relacionamento com Deus que a ‘semelhança’ prometida seria acrescentada. A partir dali a humanidade (אדם-’adam) vem sendo redimida por Deus por meios de processos de transformação que envolve (1) a Palavra de Deus, o Evangelho com sua mensagem que esclarece o caminho da Salvação (Jo 5:39); (2) o Espirito Santo, pois é Ele que convence o homem do pecado, da justiça e do juízo (Jo. 16:8-10) e (3) as circunstancias e situações da vida que nos ensinam a viver com Deus (Gn. 31:38-42).
          A consequência do pecado não foi removida de sobre eles e por serem os únicos representantes da espécie humana, o mal passou às gerações futuras, ‘porque todos pecaram’. Logo, vivemos na carne as consequências da Queda, que são: as doenças, o envelhecimento e a morte. E na alma, uma natureza contraria a vontade de Deus que não tem desejo natural de obedecê-Lo e o nosso espirito se tornou inoperante e insensível à voz de Deus. Mas tempo da perfeita expiação chegou por Jesus Cristo quando se realizou perfeita expiação e Deus foi propiciado de sua ira por causa dos pecados da humanidade de forma definitiva (Jo. 3:16, 17). Sobre expiação e propiciação falaremos nas próximas lições.
         Por amor ao homem, Deus adiou a sentença de morte; somete aplicou severas correções, aplicando severas punições aos envolvidos e expulsou-os de sua presença, mas não sem antes dar-lhes oportunidade de se reconciliar e providenciou-lhe um meio de salvação (Gn. 3:13-23). Deus fez-lhe veste; isto significa que uma vítima inocente foi sacrificada. (Esse sentimento de Deus está claramente expresso no Evangelho de João 3:16, 17). Jesus Cristo se entregou sofrendo a punição em substituição à sentença de morte imputada no Éden; derramando seu sangue por três vezes (no Getsêmani, nos açoites e coroa de espinhos e na crucificação) para resgatar o pecador. Jesus Cristo morreu na cruz pela humanidade em substituição ao homem e assim ‘apaziguou’ a ira de Deus e trouxe a paz entre Deus e o homem. 
         A carta aos Romanos afirma: “porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito (a graça) de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm. 6:23). Permanecendo a “paciência” de Deus em punir o pecador ficou estabelecido: Deus o ofereceu (Jesus) como sacrifício para propiciação mediante a fé, pelo seu sangue, demonstrando a sua justiça. Em sua tolerância (paciência), havia deixado impunes os pecados anteriormente cometidos” (Rm. 3:25- NVI. a.m.). Assim Jesus foi oferecido por Deus em substituição ao pecador, configurando a justiça de Deus baseada no amor.

2)                O arrependimento no Velho Testamento.

         No hebraico a palavra arrepender-se (שוב - shuwb) significa 'converter-se’, ‘retornar’, num sentido prático e não de palavras (Is. 55:6, 7). O Arrependimento que não resulta em mudança prática é apenas um sentimento de pesar.
         Os israelitas arrependidos ofereciam vítimas viva como substitutos ‘por suas vidas’, precisavam sacrificá-los na presença do Sumo Sacerdote e ao lado do Altar do Sacrifício. Era uma vida por outra, pois o Senhor havia dado o ‘sangue’, cuja vida (ou alma) estava no sangue: Porque a vida da carne está no sangue. E esse sangue Eu o tenho dado a vós, para cumprirdes o ritual de expiação sobre o altar, pelas vossas vidas; pois é o sangue que faz expiação pela vida” (Lv. 17:11 - KJA).  Porque segundo a Lei, quase tudo se purificava com sangue e “sem derramamento de sangue não há remissão de pecados” (Hib. 9:22).  
         Logo, o sangue do cordeiro morto expiava o pecado quando era derramado sobre o Altar do Sacrifício feito de madeira de acácia revestida de bronze; assim, a presença do pecador junto à Porta da Tenda, sem cordeiro (oferta) à mão, não tinha sentido para a salvação, pois configurava alguém que ainda ‘permanecia nos seus pecados’ e orgulhoso de si (Jo. 9:41; 15:22, 24).

3)                Arrependimento no Novo Testamento.

         O NT começa com um alerta do profeta João Batista: dizendo: “Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus”. (Mat. 3:2.). No NT a palavra grega (μετανοια) ‘metanoia’ significa ‘mudar de pensamento’, ‘mudança de mente’ que levasse a mudança de comportamento. Por isso João Batista insistia que para entrar no Reino de Deus, que se aproximava, era necessária certa ‘mudança de mentalidade’ que levasse a mudança de pratica. Pois, arrependimento que não leva a mudança de comportamento é orgulho.

4)                ‘Segundo a nossa semelhança’ (Gn. 1:26a).

          Outro propósito na Criação de Deus foi que Ele queria ‘fazer’ o homem ‘conforme sua semelhança’: “E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança [...]” (V.26a - g.m.). “e criou  Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou” (v. 27a - g.m.). Observe que ‘segundo a nossa semelhança’ não aparece no versículo 27, só aparece ‘criou Deus segundo a sua imagem’. “e vos vestistes do novo, que se renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou (Col. 3:10) Portanto, todos nós, com o rosto descoberto, refletimos a glória que vem do Senhor. Essa glória vai ficando cada vez mais brilhante e vai nos tornando cada vez mais parecidos com o Senhor, que é o Espírito” (2 Co. 3:18). “Imagem não tem a ver com aparecia física, inteligência ou eternidade, pois tudo isso tem os seres celestiais (diabo e anjos), mas nos dispositivos morais da alma (Ec. 7:29), mas somos informados de uma renovação segundo a imagem de Deus em conhecimento, justiça e verdadeira santidade” (Cl 3:10; Ef 4:23, 24) (JFB. Vol. 1. p.18).
          A ‘semelhança’ deveria ser ‘conforme’ um exemplar humano que haveria de ser revelado (1 Jo. 3:2).  Assim, não é algo que naquele momento deveria ser ‘formado’, isto é ‘feito’ com as mãos’, mas ‘sendo manufaturado’ conforme (1) o exemplo manifesto na obra vicária de Cristo e (2) pela ação do Espirito Santo; (3) também deveria ser desejado, buscado e respeitando o principio do livre arbítrio; envolvendo a fé e prática diária em comunhão com Jesus, o alimento diário. Portanto, “Seguindo a nossa semelhança” não é recebido simplesmente por ‘imposição de mãos’ ou no ‘derramar da unção ’ com azeite.  Veja o significado de ‘imposição de mãos’ e ‘unção com azeite' neste estudo.
         O israelita diante da Porta de linho torcido tingida tipifica a condição do homem diante de Deus: Ele era um pecador que se não arrependesse e não tivesse um substituto pela sua alma seria condenado. O homem diante da ampla porta de tecido de linho torcido tingida nas cores azul, púrpura e carmesim nos mostra a posição do homem orgulhoso diante de Deus; Deus oferece a salvação (o linho em cores) pela Graça (a ampla porta) para o homem que ‘carece de sua glória’, ou seja, que está sem salvação, consequentemente já está condenado.

5)                O caminho.

         ‘Havia três passagens (portas) no Tabernáculo. A primeira, da qual já mencionamos; dava acesso ao Átrio, conhecida como ‘O caminho’; a segunda dava acesso ao Santo Lugar, chamava-se ‘A verdade’ e a terceira dava acesso ao Lugar Santíssimo, o Véu da separação, chamavam-na de ‘A vida’. (Jo 14:6). Também havia três altares: Altar de bronze (ou Altar do Holocausto ou Altar do Sacrifício) localizado no Pátio, área das vítimas vivas, as ovelhas (pecadores), Altar de Incenso, ficava no Santo Lugar, áreas dos consagrados e purificados e o Propiciatório ou Trono de Misericórdia (KJA), colocado sobre a Arca da Aliança no Santíssimo Lugar. Sobre o ministério desses altares e sua relação com a natureza do homem analisaremos ao longo deste estudo.
          Inicialmente, entrava-se pela ampla porta que fala de Cristo e revela ‘o caminho’ a seguir, para resolver a situação do pecador diante de Deus. No Átrio, palco de decisões individuais, sacrifica-se junto ao Altar do Sacrifício (Cristo-salvador) e lavava-se na Pia de Bronze (Cristo-purificador) na presença do Sumo Sacerdote (Cristo-Mediador), entregando-lhe ‘a vida’ completamente (o cordeiro) que morrendo para o mundo e vivia para Deus: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo[1], santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional” (Rm. 12:1). Nos evangelhos, esse caminho, são as condições imposta por Jesus para entrar no Reino de Deus: vender tudo, deixar tudo e perder a vida[2].  

6)                A porta.

Dimensões: 20 x 5 côvados=100cv2, um côvado equivale a 0,50 cm. Havia uma única porta, bem ampla, feita de tecido de linho e bordada em três cores. As mulheres talentosas compareceram e bordaram no tecido de linho branco torcido, com fios de cores azuis, púrpura e carmesim (ou escarlate). Cada uma dessas cores anunciava Cristo.
         O pecador arrependido ao passar pela porta maravilhosa refletia que cores seriam aquelas, o significado daquela beleza.
        
7)                As cores Branca, azul, púrpura e Carmesim.
  As cores bordadas na cortina da porta falam do ministério de Cristo apresentado nos quatro evangelhos, a saber: Jesus, o Salvador (Lucas); Jesus, o Rei (Mateus); Jesus, o Servo (Marcos) e Jesus, o Filho de Deus (João).
·                   O branco apresentava Jesus Cristo como o Filho do Homem, Sua pureza, santidade e perfeição conquistada pela obediência. Representa o homem perfeito que agrada a Deus. Revela a brancura (pureza e perfeição) do crente diante de Yahweh, que tudo julga e vé, proporcionada pela purificação realizada do sangue do Cristo.   A carne se revestindo de santidade para apresentar-se a Deus e servi-lo.
·                   O azul informava Jesus como o Filho de Deus, Sua divindade (Jo. 1:1-4) e a presença do Espirito Santo sobre Ele. O Azul representa: (veio do céu), no Evangelho de João Jesus é apresentado como “Aquele que veio do céu”, o filho de Deus (3:13, 31). “Se fez carne” (1:14). Em João 6:32, 33 é apresentado “como o pão que desceu do céu e dá vida ao mundo”. Mas não é simplesmente isso: representa o Divino assumindo a forma humana e se propondo voluntariamente levar sobre si os pecados da humanidade; por ocasião no batismo* de João Batista*, até a completa redenção sobre sua cruz. A redenção se complementa com os ministérios representados nas demais cores, púrpura e carmesim entrelaçadas ao branco do linho. O fio azul mostra a nossa salvação do pecado pelo Salvador perfeito vindo do céu o qual devemos segui-lo pelo caminho da fé e santidade, com ele, até a presença do Pai.
·                   A púrpura fala da realeza vista em Jesus Cristo como Rei (Mc. 17:20). Aquele que recebeu toda a autoridade no céu e na terra (Mt. 28:18). Realeza que Jesus-homem renunciou preferindo assumir sua missão de servo (Mc. 10:45). O fio Púrpura indica-nos a missão do crente (que segue o caminho da fé) em servir a Deus e ao próximo conforme o seu chamado.        
·                   O carmesim ou escarlate lembra o ‘sangue derramado’; ‘o sofrimento do calvário’ para remissão dos pecados da humanidade. Lembra o ‘servo sofredor’ de Isaías 53 que foi castigado e levou nossos pecados (o bode emissário); lembra o Salvador do mundo.
(Lc. 2:11; Jo. 4:42).
         Todas aquelas metáforas falavam de Cristo e sua jornada para resgatar o pecador, mas em certa medida, devem ser formas vista no pecador; pois, a jornada de Jesus Cristo pelo ‘caminho do sangue’ até o Trono do Pai é também a jornada do pecador até a presença do Pai, a ser seguida pelo ‘caminho da fé’ naquilo que o Cordeiro de Deus realizou os fios Carmesins no linho torcido, são como trilhas de sangue do Cordeiro que desceu do Céu (fios azul) para nos salvar e se entregou na cruz, morrendo pela humanidade, mas ressuscitou voltará um dia como Rei (fios púrpuras). Estas cores mostram ‘o caminho’ até o Pai.  
         Uma única porta ampla nos ensina sobre a Graça de Deus que se abre amplamente para acolher a “todos aqueles” que queiram entrar no Reino de Deus pela porta.  Cristo é a porta: “Tornou, pois, Jesus a dizer-lhes: Em verdade, em verdade vos digo: eu sou a porta das ovelhas” (Go. 10:7).
          As cores e os bordados eram muito atrativos e muitos não queriam somente olhar (Cl. 19:1-5), mas tocar (Mc. 5:27, 28) e outros, ainda de tão entusiasmado que estavam queriam gritar (Mc. 10:46, 47), mas o fato é que todos que se aproximaram de Jesus receberam dele virtude e tiveram sua vida transformada por Ele.     
         São muitos que não querem entrar pela porta, porque ainda estão com uma venda nos olhos e não consegue ver a beleza da porta maravilhosa: Em verdade, em verdade vos digo: quem não entra pela porta no aprisco das ovelhas, mas sobe por outra parte, esse é ladrão e salteador” (Jo. 10:1).
Jesus categoricamente é porta de acesso ao santuário, não existe outro caminho ou pessoa. Qualquer outra entrada não leva ao Pai e consequentemente não leva a salvação:
“Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim” (...) “Eu lhes dou a vida eterna, e jamais perecerão; e ninguém as arrebatará da minha mão” (Jo 14.6, 28).
         Naquela porta não havia um Querubim impedindo a entrada (Gn. 3:24); nem mesmo bordado no tecido da porta. Como havia no Jardim do Éden ou como havia no Véu da separação entre o Lugar Santo do Santíssimo. A porta ampla apenas informa:  “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef. 2:8).
 O propósito de Deus Pai é nos tornar semelhante a Jesus, no seu caráter e no seu Espírito. E fará isso por meio de um processo chamado de Novo Nascimento. O entrar pela porta que é Jesus é o início dessa jornada que terminará diante do Pai. É necessário irmos a Cristo para que possamos entender as coisas celestiais (João 3:12) que será revelada; ou seja, para que possamos andar no Espírito haverá necessidade de Novo Nascimento, desta vez “não do que é terreno, mas do que é celestial” (I Co 15:47-49).
8)                Considerações finais.
 Observando-se aquele painel/porta de 25m2 em sua frente o pecador arrependido admirava o bordado e refletia o que seriam aquelas cores. O mesmo acontece quando olhamos para o horror da cruz e refletimos porque um homem inocente morreu por uma sentença de criminosos. Aquelas cores representa o processo de transformação que o crente irá percorrer. Na entrada ele observava, de certa forma, ‘o mapa para sua vida’. Para chegar à presença de Deus requer santidade e perfeição, uma vida afastada do pecado (o branco); pegar sua cruz e seguir Jesus, morrer juntamente com Cristo (o carmesim/escarlate); passar a viver no espirito como filho de Deus (o azul); para que possa andar com Deus e viver uma vida de glória em glória (a púrpura). Ao olhar aquelas cores podemos ver o caminho que o Senhor Jesus passou para chegar à presença do Deus vivo. Porque este também será nosso caminho, será nossa via cruzes: o caminho do sangue Jesus percorreu disponibilizando a salvação para os que cressem.  Ele é o caminho da fé para ser salvo por Ele.  

Questionário.
De forma resumida explique:
1.     A Queda do homem.
2.     Fale sobre arrependimento no VT e NT.
3.     O que é “conforme a nossa semelhança”?
4.     O significado da cor púrpura.




[1] 12.1: 1Pe 2.5, Sl 50.14, Rm 6.13, 1Co 6.20, Hb 10.20.
[2] Mt. 13:46, 19:27, Mt. 10:39, 16:26.


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