A
ELEIÇÃO CONDICIONAL E O PENTECOSTALISMO
INTRODUÇÃO
Este texto trata de duas doutrinas bíblicas a “Eleição
e Predestinação”; temas que foram muito discutidos entre os reformadores. E claro,
que até hoje ainda existe divergências entre os protestantes sobre estes assunto, divergencia esta que não vamos tratar aqui.
Este artigo trata também da natureza da
evangelização pentecostal relacionando com a eleição e a predestinação e por
fim, como a oração e sua eficácia podem
colaborar para a evangelização.
Uma
das características do pentecostalismo é a livre interpretação da bíblia sem
muito apego às regras da hermenêutica bíblias. Especialmente porque se espiritualizam por demais os textos. Exemplo bem simples é o texto de Ezequiel 28, o "vale de
ossos secos" é o povo de Israel, o qual na interpretação
livre ganha outro sentido e aplicação e pode
se visto como qualquer problema relacionado à vida cotidiana do crente, e que Deus
deseja restaurar.
No entanto, a interpretação livre pentecostal não tem qualquer conflito com as principais doutrinas essenciais das Escrituras e para a unidade
do Corpo de Cristo. Os primeiros missionários pentecostais tinham
ótima preparação doutrinaria e formação teológica (2 Tm. 3:17) graças ao grande
numero de seminários e universidade teológicas existentes na América do Norte e
Europa.
O pentecostalismo Clássico do inicio do
sec. XX encontrou a Teologia em sua forma final; não foi como os reformadores
que tiveram refazer a teologia existente idealizada pelos teólogos e liderança
da Igreja Católica. O pentecostalismo apenas teve que enfatizar as operações do
Espirito Santo como o (1) Batismo do Espirito Santo e os (2) dons do Espirito
como ferramentas ao crente e a (3) necessidade de empreender missões mundiais.
O
pentecostalismo sempre esteve presente de alguma maneira, em alguma parte nas
Igrejas, mais precisamente em lideres e pregadores. Não era um movimento como o do inicio
do Séc. XX iniciado no inicio nos Estados Unidos que se espalhou pelo munto, incluse no Brasil, mas certo tipo de avivamento local do dons do Espirito que
se traduzia em reformas e mudanças na vida pratica da igreja local. Apartir do séc. II o movimento o Espirito Santo iniciado no dia de Pentecostes, meio que foi perdendo força devido as perseguiçoes romanas (até inicio do séc. V), disputas doutrinárias e eclesiasticas (os Concilios). O tempero da igreja nao estava no mover do Espirito, mas na resistencia às heresias e aos inimigos da igreja. Os dons espirituais muitas vezes era visto como heresia, porque era praticado entre as concideradas seitas, como o Montaqnismo, por exemplo. Sobre este assunto carecia de uma investigaçao mais apurada e um artigo separado.
O Movimento pentecosntal estava presente entre os Reformadas e protestantes discidentes como os anabatistas. Os anabatistas acreditavam que “as Escrituras como a autorizada Palavra de Deus e pelo Espírito Santo o guia infalível para conduzir o homem à fé em Cristo e guiá-los na vida de discipulado cristão". Assim como tambem, criam que a pessoa tem livre arbitrio em crer em Deus e não na escolha incondicional de Deus.
O formalismo religioso e
insinceridades eclesiásticas era um obstáculo para qualquer sinal de vida
espiritual. O pietismo aparece na Europa nesse contexto. Idealizado por Fillipp Jakob Spener (1635-1705), o ‘pai do
pietismo’, certo ministro Luterano, que ajudou a
fundar a Universidade de Halle e desenvolveu reformas na vida pratica da igreja
e na teologia reformada. Mentor dos pequenos grupos de estudo como era comum
entre os pietistas; mais tarde este sistema seria melhor organizado pelo
metodismo de John Wesley. O pietismo
fez mudanças profundas na vida religiosa nas Igrejas da Europa, inclusive entre os Morávios.
Pioneiros na evangelização mundial; foram os missionários morávios que influenciaram
profundamente a vida e o ministério de John Wesley e seu perfeccionismo
arianismo. Noll (p.241) afirma que “As
influencias que se irradiaram a partir de Halle, Wurttemberb e os Morávios afetaram
profundamente o protestantismo em toda a Europa e no Novo Mundo”. Nas ilhas
Britânicas o Metodismo dos Wesley e de
George Whitefild (1714-1770) ajudou a espalhar ‘O Grande Despertar’ nas
Ilhas Britânicas. Nova Inglaterra e colônias inglesas na América também.
1.
O
REAL SENTIDO DE ELEIÇÃO
A salvação tem sua iniciativa em Deus em direção ao homem e só
pode ser entendida a partir de Jesus Cristo. A salvação para ser
compreendida realmente é preciso crer que ela ocorreu e como foi
realizada na historia. Por isso não podemos separar cristologia e soteriologa.
Somente pela experiência com Deus não
podemos dizer que o conhecemos e conceitua-lo, porque toda a experiência humana
é um fenômeno captado pela percepção e pelo
pensamento. Será que Deus pode ser objeto de experiência humana? Toda a
experiência de Deus consiste em estarmos voltado para Ele no querer conhece-lo
e num querer concreto. Esta vivencia se tematiza em conceitos orientado pelo
próprio Deus. De fato Ele é o hermeneuta de nossas interpretações. Mas o que isso tem a ver com Eleição? A
eleição é uma dessas interpretações interiores que fazemos, resultado de nossa relação com Deus. Ele mesmo traz a lume
que somos eleitos: “O mesmo
Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Rm. 8:16).
Paulo de Tarso recebeu estas comunicações do Espirito assim: “(...) nos elegeu nele antes da fundação do mundo (...) nos
predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo (...) nos fez
agradáveis a si no Amado. Nele
(...) quem fomos feitos herdeiro (...) Com o fim de sermos para louvor da sua glória, nós os que
primeiro esperamos em Cristo” (Ef. 1:4-6;11,12-grifo meu). A hermenêutica que Paulo recebeu do Espirito
era toda inclusa em Cristo; foi a sua experiência o levou a isso. Essa
convicção interior de eleição em Cristo é somente para “nós os que primeiro
esperamos em Cristo”. Os que não têm ainda essa convicção precisam ouvir: “ Sabendo,
amados irmãos, que a vossa eleição é de Deus (1 Tes. 1:4). E ainda
outros precisam ser exortados: “Portanto,
irmãos, procurai fazer cada vez mais firme a vossa vocação e eleição;
porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis” (2 Pe. 1:10).
Logo, os eleitos são os que já estão convictos de sua salvação em Cristo; são
os salvos. Em Marcos 13:20 Jesus faz uma distinção entre ‘toda a carne’ e os
‘eleitos escolhidos’ dentre todo mundo. Outra vez Paulo conclama os colossenses
a se verem como eleitos de Deus: “Revesti-vos,
pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de
misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade” (Cl. 3:12
– grifo meu). É assim que todo cristão
deve ver a questão da eleição.
Segunda maneira de ver a eleição:
considerando que ninguém merece ser salvo (Rm. 3:23) e que a justificação é gratuita pela graça de Deus na redenção que
há em Cristo Jesus’ (v.24) e acontece no crente que tem fé no sangue de Cristo
(v.25); portanto, a salvação ‘é dom de
Deus, (e vem) por meio da fé’ (Ef. 2:8) e assim ‘estamos sendo edificados para morada de Deus no Espirito’ (v.22). Logo,
a eleição não abole a necessidade da evangelização, ou seja, a necessidade de
ouvir e crer no Evangelho e confessar Jesus como Salvador (Rm. 10:9-11). Saber quem são os eleitos é
prerrogativa e assunto de Deus, e não do Homem. Só Deus sabe quem é. Alguns se apoiam na ‘eleição incondicional’ baseado no texto de Romanos 9:11-24), porém o
texto continua até o verso 30. Há aquele escolhido por Deus como Jacó em vez
de Esaú, assim como há um ‘povo que não
era povo’ que vieram pelo Evangelho que foram
“eleitos segundo a presciência de
Deus (...) que nos gerou de novo para uma viva esperança...”(1 Pe. 1:2a). Estes
‘estrangeiros’ para quem Pedro escreveu são: “Chamarei meu povo ao que não são
meu povo (...) aí serão chamados filho do Deus vivo” (25a,26b).
‘Os
gentios alcançaram a justiça que vem pela fé’, enquanto ‘os judeus não
alcançaram a justiça’ porque ‘fizeram pelas obras da Lei’. A resposta está na graça e na fé agindo
juntos: “(...) e todo aquele que crer nela não será confundido’ (v.30b) (Jo.
3:18). A eleição baseia-se no exercício
da graça e da misericórdia do Deus soberano, não no mérito de quem quer que
seja.
A
doutrina da ‘eleição incondicional’ afirma que Deus determinou salvar algumas
pessoas. Mas não é isso que as
Escrituras afirmam: Deus deseja que todos sejam salvos (1 Tn, 2:4; Jo. 3:16;
Lc. 6:36 ).
A
eleição divina e a salvação pela fé são duas verdades paralelas nas Escrituras
que precisam ser aceitas pela fé. A primeira pertence a soberania e presciência
de Deus em saber quem são os eleitos a segunda é a vem da necessidade de a
pessoa crer para ser salvo. E, muitos são os que optam por rejeitar a verdade
que lhe é anunciada, assim continuam nos seus pecados separados de Deus
(Jo.3:36; 8:24; 8:34; 15:22,23; Rm
8:8; 2 Ts. 1:5-12; 2 Ts. 2:5-8).
2.
O
REAL SENTIDO DE PREDESTINAÇÃO
No Novo
Testamento há três palavras coirmãs: Eleitos, chamados e predestinados. No
chamado envolve a vontade humana, a livre iniciativa em atender ao apelo de Deus. Chamado significa ‘ser despertado, ‘fazer
levantar’, ‘acordar no sono’, mas também o sentido de ‘ser convocado para uma
festa ou para uma função’. “Muitos são chamados, mas poucos escolhidos”.
“Cumpra o seu chamado”. Na predestinação é a vontade de Deus que prevalece:
‘Ele nos predestinou’ para a salvação, cujo alvo é o céu; e, para sermos
conforme a imagem de seu Filho (Rm. 8:28-30; Ef. 1:5,11; Fp. 3:20,21)
3.
A
NATUREZA ABRANGENTE DA EVANGELIZAÇÃO
Em 1 Tm. 2:3-6
está escrito: “...Deus deseja que todos sejam salvos e deseja que cheguem ao
pleno conhecimento da verdade... Cristo Jesus, homem o qual a sim mesmo se deu
em resgate de todos”. Strong (3956)
afirma que a palavra ‘todos’ (gr. ‘Pas’) significa tanto ‘cada um, como todos e tudo’, porém não
no sentido completo. Exemplo: “Então, saíam a ter com ele Jerusalém e toda a
Judeia”. É claro que nem todos todos de Jerusalém e todos da Judeia estavam lá!
Strong ainda exemplifica afirmando que “As palavras são geralmente
usadas para significar que Cristo redimiu alguns de todas as classes — alguns
judeus, alguns gentios, alguns ricos, alguns pobres, e não restringiu sua
redenção a judeus ou gentios ... (C.H. Spurgeon de um sermão sobre a Redenção
Particular)”. Logo, como diz o
louvor: “de todas classes, povos e
línguas muitos virão te adorar...”. Não
vamos no iludir com a ideia de que podemos ganhar o mundo para Cristo e que
todos serão salvos. Assim o "mundo tomará" conhecimento de Cristo e virá a crer se cada um fazer a sua parte; começando com a sua família, no bairro e
depois na cidade. Outra forma é o engajar em um trabalho missionáriao. Procure o líder de evangelismo da Igreja e some força para o
trabalho missionário. Estude missões e se prepare no estudo da Palavra.
4.
A
ORAÇÃO QUE MUDA AS COISAS
Nossa
relação com Deus começa com oração. Orar é falar com Deus, mas parece que isso
é um tabu a ser vencido por muitos crentes. Qual é o segredo para uma oração
vitoriosa? Aquele que ora muitas horas? Eu diria que é o quanto nossas orações
estão de acordo com o principio de oração. Se observarmos a oração do “Pai
Nosso”, um modelo de oração ensinado por Jesus verificarmos o quanto nossa
oração está fora do principio de oração.
Pai
Nosso – Jesus mudou a forma de se dirigir a Deus. No Novo Testamento Deus é
pai. Amoroso, humano, sensível, cuidador, etc. Não é só meu pai ele é ‘nosso’,
meu e seu, estamos juntos na mesma família.
que
está no céu –
santificado
seja o teu nome – a oração deve ter adoração: “como seu nome é santo”.
Santificar o nome é coloca-lo acime de qualquer outro nome.
Venha
a nós o vosso reino - expressa o desejo
de ter o governo de Deus. ‘Venha a nós’ – o reino não é só para mim, mas para
nós.
Seja
feita a tua vontade, assim na terra como no céu – eis um ponto extremamente
importante. A vontade de Deus! Vontade feita onde? Em mim, em nós. O desejo que
a vontade seja feita em nós da mesma forma que é realizada no céu, me faz
pensar em extrema submissão e dependência de Deus e obediência aos seus
mandamentos. Isso me leva a orar mais e mais. A buscar a Deus diariamente.
‘Como é feita no céu’ – já se perguntou como ele é feita no céu ?
‘Perdoa
nossa ofensas, assim como...’ – reconhecimento que pecamos igual aos outros e
por isso também perdoo meu próximo. ‘Nossas ofensas’... a quem nos tem
ofendido’. Pedir perdão e oferecer perdão. Muitas orações são broqueadas porque
falta perdoar alguém.
Não
nos deixes cair em tentação – significa que não somos impecáveis, por isso
precisamos de Deus para nos livrar das tentações. Traduz um interesse de
melhoria da santidade. Muitos oram, mas não querem mudança de vida. Então Deus
não ouve. ‘mas nos livra do mal’ – o mal esta sempre ao redor, e muitos em vez
de resistir ao diabo anda abraçado com ele.
‘Porque
teu é o poder e o reino e a gloria para sempre’. Por que? O poder é de Deus e
não podemos assumir seu lugar, devemos deixar Deus ser Deus. ‘O Reino’ não é o
diabo que manda. Oram a Deus, mas tudo quanto é desgraça atribui ao diabo. Deus
está governando até quando tudo vai mal. ‘A gloria para sempre’. No principio
de oração é preciso crer que Deus tem poder, que governa, é que a gloria ele
não divide com ninguém. Amém.
Fonte de consulta:
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BIBLIA
NOVA VERSÃO INTERNACIONAL (NVI). São Paulo: Vida, 2003
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CHAMPLIM,
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EVANS, Tony. A promessa. São Paulo.
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GINGRICH,
F. Wilbur. DANKER, Frederick W; Lexico do
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CONSULTA A WEBSITR:
http://jornaltochadaverdade.blogspot.com/2011/04/anabatismo-doutrinas-basicas.html
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