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A ESCRAVIDÃO NA BÍBLIA.

Este texto e parte integrante  de um artigo maior postado neste blog: A TEOLOGIA PRESENTE NOS DISCURSOS DA IGREJA CATÓLICA       NO FIN...

26/11/2018

O IDIOMA QUE JESUS DE NAZARÉ FALAVA



O IDIOMA QUE JESUS DE NAZARÉ FALAVA

           
Por Jose Maria V. Rodrigues.
Qual era o idioma que Jesus de Nazaré ensinava? Parece estranho essa pergunta, porque sabemos que em Israel se falava hebraico, inclusive até hoje. Mas você sabia que Jesus não se comunicava com os discípulos e com outras pessoas falando hebraico? Nem mesmo quando ensinava  e conversava com o povo da Galileia? Foi com as pessoas mais humilde que Ele passou toda a sua vida na terra. Logo qual era o idioma que aquelas pessoas ao redor do Mar da Galileia falavam? Identificar o idioma que Jesus falava não é uma tarefa fácil e requer um estudo detalhado. Porque na Palestina (Judéia, Samaria e Galileia e região) falavam-se, no tempo do Novo Testamento, quatro (04) idiomas diferentes. E Deus usou todos esses idiomas para se revelar aos homem e transmitir-lhe toda a sua vontade. Naquele tempo, aquela região já tinha sido dominada por três (03) grandes impérios diferentes, a saber: o Babilônico, o Persa e o Grego e, nos dias de Jesus, o Romano. Cada invasor impôs sua língua e deixou suas marcas culturais na região.  Hoje em Israel se fala o Hebraico moderno, resgatado pelo movimento sionista, oriundo daquele hebraico antigo, falado pelos hebreus antes do cativeiro Babilônico que ocorreu entre 593-515 a.C. aproximadamente. 
     Os Patriacas (Abraã, Isaque e Jacó), durante sua permanência em Canaã e depois, seus descendentes,  no Egito, por quatrocentos (400) anos, receberam ainfluencia da língua Cananéia. Durante a peregrinaçao por Canaã, depois da saída do Egito (Êxodo), consolidou-se um idioma, o qual veio a ser o Hebraico Antigo. Basicamente esse hebraico antigo era a lingua falada em Canaã. 
Não existe nenhuma narrativa no Pentateuco  de que havia alguma dificuldade de comunicação entre os cananeus e os israelitas.  O idioma cananeu tem como raiz a família da língua semita e se desenvolveu ao longo dos séculos até gerar o idioma hebraico. Vamos entender melhor explicando cada passo do desenvolvimento.   

SUMÉRIO-ACADIANO-CAMITA
A família linguística para a Mesopotâmia, Canaã e Sinai é a Semita; da qual originou todos os idiomas da região da Ásia Menor. As primeiras línguas que se desenvolveu na Mesopotâmia, após a confusão das línguas (Gn 11) foram os idiomas sumério-acadiano (Gn 10:8-10) em cerca de 6 a 4 mil AC. Era a idioma falado pelos Caldeus e Arameus (Gn 11:22); possivelmente já com alguma evolução. Em Canaã se falava um idioma parecido que tinha origem no idioma fenícios ou dos Ugaríticos, povos que vivia no litoral norte do Mediterrâneo (atual Síria); com ligação com a língua semita com algumas variações; Semelhante às variações existente entre o Espanhol e Português por exemplo. A língua de Canaã (Cam) vem do Ugarítico. Abrão não teve dificuldade de se comunicar em Canaã, possivelmente pela semelhança entre as línguas dos caldeus com dos cananeus. Esse idioma Fenicio-Ugaritico só é possivel conhecer pelas escritas encontradas. Para maiores informaçoes sobre esse idioma acesse esse link:

O ARAMAICO.
            Abraão (c.2100 AC) na Caldeia falava uma língua conhecida como Sumério-acadiana (caldaico); uma evolução da língua suméria, falada ao sul da Mesopotâmia (hoje Iraque), também da família da língua semítica (Sem). Essa língua se desenvolveu na região ao longo dos séculos devido às muitas emigrações e conquistas da Assíria, situada ao norte, misturando-se e se  compondo com acadiano, como era comum naqueles tempos que o povo conquistado passasse a falar a língua do conquistador e devido a uma miscigenação de raças. A fusão destas línguas deu origem ao Aramaico Assírio-babilônico. 
 O Aramaico era o idioma falado desde o séc. XIV AC na Assíria e na Babilônia, mas tornou-se amplamente conhecido somente no séc. VIII AC graças aos mercadores assírios e babilônicos que circulavam pela região. Por ocasião do exílio babilônico (VI A.C.) os judeus ao passarem por lá, durante 70 anos, adotaram o idioma aramaico por vários motivos que lhes interessavam: por ser a língua local a qual facilitava a comunicação; pela flexibilidade e riqueza linguística e de vocabulário maior e melhor, bem diferente do hebraico que tinha um vocabulário pobre e de pouca flexibilidade verbais e adjetividade. Nessa passagem pela Babilônia, os judeus absorveram o idioma aramaico e passaram utilizá-lo, inclusive, adotaram o alfabeto aramaico na escrita. Com a escrita “Quadrática Babilônica” escreviam o idioma hebraico (hoje conhecido como hebraico antigo). Assim como utilizamos o alfabeto latim para escrever os idiomas europeus (Português, o Inglês e o Francês, por exemplo). Quando retornaram da Babilônia vieram falando o Aramaico, desta forma ouve a necessidade de traduzir os escritos do Antigo Testamento do "hebraico antigo" (aquele idoma procedente dos cananeus) para o aramaico. Durante a leitura, o orador, traduzia os escrito hebraico que estava lendo para o aramaico, porque esta língua passou a ser a língua recorrente na palestina do pós-exílio. Além disso, houve um fato anterior ocorrido na região da Galiléia.  Após a invasão Assíria sobre Samaria (722 AC), consequentemente cativeiro e desterro da população de Samaria para a Assíria, outros povos foram trazidos da Assíria para habitar a região da Samaria e Galileia (2 Rs 17:27, 28). Logicamente que esses assirio falavam aramaico e  povo  levado para assiria passaram a falar aramaico tambem. embroa a Bíblia nao fale de seu retorno. Possivelmente os samaritanos conquistados adotaram a cultura assiria definitivamene e aqueles que voltaram passaram a viver  em Judá, reino do sul.  
               A língua hebraica saiu de uso de entre a população israelita devido aos exílios e permaneceu restrita entre os rabinos, sacerdotes e nobres para a leitura da Torá (lei) que fazia todos os sábados nas sinagogas e no templo, havendo necessidade de traduzi-la para os mais jovens e indoutos..

A cadeia evolutiva da língua semítica:
Ugarítico
Acádio
Babilônico
Sumério
Fenícia - Canaã
Assírio
Aramaico
Medo-Persa
Hebraico 



Exemplo: Latim> Italiano > Espanhol > Português.

O IDIOMA HEBRAICO
            O Idioma original dos israelitas (o proto-hebraico) após a saída do Egito é um desenvolvimento do ramo da língua semítica originaria do norte-ocidental da Ásia Menor (Ugarite) que se escrevia com um alfabeto não pictográfico. Ela desenvolveu-se entre os Fenícios e povos de Canaã. Assim o hebraico falado pelos Israelita era a língua de Canaã.

TRANSIÇÃO DO DIALETO HEBRAICO PARA O IDIOMA ARAMAICO.
            Os patriarcas (Abraão, Isaque e Jacó) e seus descendentes, na sua passagem pela região, de Canaã absorveram o idioma local e o conservaram durante sua estadia no Egito. Pela proximidade e comércio fluente entre Canaã e Egito conservaram o idioma entre eles e após sua saída do Egito (o Êxodo) e caminhada pelo deserto durante 40 anos consolidara-a como idioma oficial. Tambem desenvolveram uma escrita rudimentar (o proto-hebraico) sem vogais e não pictográfica. Durante a formação do Estado de Israel, o reino unido (Saul, Davi e Salomão) e reino dividido mantiveram o idioma; mas pelos idos do séc. VII AC passaram a ter mais contato com o Idioma Aramaico devido ao grande fluxo de mercadores do Oriente Médio: Síria, Babilônia e Assíria. Com crescimento das grandes potencias (principalmente Assiria) o Aramaico tornou-se um idioma internacional do comércio e da diplomacia (2 Rs 18:26-28). Apesar dessa influência da vizinhança os judeus conservaram o dialeto hebraico (2 Cro 32:18) até os exílios assírio (722 AC) e babilônico (605-586 AC) quando foram levados cativos e passaram a falar o Aramaico.
            Quando retornaram da Babilônia vieram falando o Aramaico, mas havia os nacionalistas e conservadores que restauram o dialeto hebraico por meio da leitura da Torá (lei) que fazia nas sinagogas e no templo após o exílio.
Como afirma Champlin (2010): “O Hebraico antigo, quanto a sua escrita, foi transformado e usado na literatura rabínica e revivido pelo movimento sionista já nos tempos modernos [...] . Nas páginas do AT o hebraico é chamado de ‘língua de Canaã’ (Is. 19:18 e Ne 13:24). Embora os hebreus seja um povo semita, seu idioma é tipicamente cananeu”. O termo hebraico para designar o idioma somente foi usado bem mais tarde por volta do séc. I AC por Bem-Ziraque" (CHAMPLIN, 2010, p.42)(grifo meu).

O IDIOMA GREGO.
A populaçao da região da Palestina falava o aramaico na época da chegada da dominação do império Grego comandada por Alexandre (336-323 AC) e proseguiram falando aramaico posteriormente durante a dominação pelos seus generais, a dinastias Selêucidas (323 – 64 AC) da Asia Menor e dos Ptolomeus do Egito. Por toda sorte os gregos queriam implantar a cultura helênica na região. Os Judeus foram irredutíveis e não se deixaram dominar pela forte presença helênica. Foi nesse período que surgiram os partidos ou seitas judaicos conservadores; primeiramente os Hasidins (no tempo dos Macabeus) e depois os fariseus que significa ‘separatistas’, os saduceus da ala dos Sacerdotes, Essênios, uma ala radical do judaísmo conservador e os zelotes,  que lutava pela libertação da Judeia de seis invasores. A revolta dos Macabeus e seus descendentes, os Hasmoneus, não foram suficiente para livrar-se da influencia grega entre os judeus, especialmente entre aqueles judeus da diáspora, porque reis gregos promoveram assentamentos de judeus no Egito e em outras partes oriental do Mediterrâneo com a condiçao de que adotassem a fala grega como idioma oficial;  e ainda Ptolomeu II (287-243 AC) traduziu a Torá do hebraico para o grego para facilitar a divulgação da língua grega entre o judeus. Enquanto dentro do território judaico conservaram o Aramaico e o hebraico rabínico fora do país os judeus falavam grego, conhecidos em Atos 6:1 como 'os judeus de fala grega'. Portanto, havia em Jerusalém grupos de Judeus que falavam grego, que residiam na cidade, possivelmente vindo de outros locais de onde foram grego de onde foram expulsos e perseguidos.  Foi para esses grupos de judeus, que viviam fora da Judeia (diáspora) , que o Apostolo Paulo desempenhou esforço para conquista-lo para Cristo.
O curto período em que os judeus ficaram livres dos seus dominadores (134-63 AC) a cultura grega já tinha influenciados os judeus fora do país, embora tivessem lutado até a morte para manterem-se puros dentro do seu território. Foi durante o tempo denominado de Peródo  Inter-bíblico ou Inter-testamentário (c, 430 AC a c.50 DC); ou seja, de Malaquias (430 AC) ao primeiro livro do Novo Testamento a ser escrito (Evangelho de Marcos) que houve forte presença grena na Palestina seguida pelos Romanos de fala Latim.

O IDIOMA LATIM
            Passados os 70 anos (134-63 AC) de paz na Judeia, porque os gregos deixaram o território, único período que os judeus ficaram totalmente livres de dominaçao após o exilio; eis que aparece os romanos na vida deles (63 AC), Então o Latim entra na região, como a língua dos conquistadores romanos.  Assim na época de Jesus de Nazaré, havia quatro línguas sendo falada na Palestina: Hebraico, Aramaico, Grego Kôiné e o Latim.
Qual dessas línguas Jesus de Nazaré fez uso para transmitir o Evangelho do Reino? Depois dessa longa dissertação já é possível saber? Mas vejamos.
Sabemos por algumas passagens dos Evangelhos que Jesus utilizou algumas palavras do idioma Aramaico para ministrar. Por exemplo:
Talita cumi (Mat. 5:41); Efatá (Mc. 7:34); Eli, Eli, lam sabactani (Mc. 15:34). Também devemos ressaltar que algumas partes do Antigo Testamento foram escrito em Aramaico, a saber: Ed, 4:6-8,18; 6:18; 7:12-26; Jr. 10:11. Isto evidencia que além do hebraico, o Aramaico foi utilizado para transmitir a vontade de Deus.
Se a lingua que Jesus ensino foi o ramaico, porque não foi utilizado escrever o Novo Testamento, e sim o Grego Koinê? Por uma  questão muito simples.  
Porque o idioma Grego havia se tornado a lingua internacional; falado ao redor do Mediterrâneo. O grego era um idioma melhor que o Aramaico, e portanto melhor para a comunicação das verdades Eternas. Com amplo vocabulário, verbalização, substantivos e adjetivos. Poderiam expressar todas as ideias transmitida por Jesus de forma clara, por isso  a lingua grega foi utilizada pelos Apóstolos para divulgar o Evangelho de Jesus Cristo. Outro fator muito importande foi que toda a região a ser alcançada pelo Evanelho da Salvaçao falava-se grego.  Da Babilônia a Roma  podia se comunicar falando grego. 
Assim  o Aramaico foi uma língua de ‘transição’ do Antiga para a Nova Aliança, utilizado pelo Messias para o anuncio do Evangelho (Boas Novas) para o mundo. O Aramaico já tinha sua influencia tornando-se uam lingua local  enquanto que o o grego era uma lingua internacional e portanto, foi utiliçao para divulgaçao do Evangelho pelos Apóstolos aos confins da terra. 

CONSIDERAÇÕES FINAIS.
            Assim sendo, concluímos que mesmo passados cerca de 450 nos entre a saída da Babilônia e a vinda do Filho de Deus, Jesus de Nazaré, o Aramaica era a uma língua fluente nos territórios centrais da da Palestina, isto é ao redor do Mar da Galileia e em menor intensidade em Jerusalém onde estava centralizado o Templo, a comunidade sacerdotal e os lideres judeus. Ainda que os autores dos Evangelhos não tenham mencionados qual língua Jesus falava com seus discípulos e com a população foi o Aramaico, apenas apresentando algumas pistas, certamente o idioma Aramaico, acrescido de palavras hebraicas e gregas era a língua de comunicação do Evangelho por Jesus. Como afirma Champlim (2010, P. 255): “Jesus e seus discípulos falava o aramaico típico da Galileia”. Evidentemente que Jesus se comunicou com os professores da Lei, com os membro do Sinédrio Nicodemos e também com Poncíos Pilatos, assim como Rabino bem preparado sabia falar os idiomas das Palestina.
            O Hebraico ficou restrito entre os judeus de classe social mais alta (nobres, ricos, escribas e sacerdotes), porque nas sinagogas a leitura da Torá deveria ser lida em hebraico ou Aramaico, se esta já tivesse sido traduzida para o aramaico; mas se o livro estivese em hebraico deveria ser traduzida pelo orador ou interprete aos ouvintes
O idioma Aramaico suplantou o hebraico, e traduções do hebraico tornaram-se necessária. A principio essas traduções eram feitas oralmente, nas sinagogas; mas finalmente vieram a assumir forma escrita, nos targumins. Foi então que o aramaico tornou-se a língua comum do judaísmo pó-veterotestamentario podendo ser visto nos comentários judaicos, como a Mishnah, a Midrash e o Talmude” (CHAMPLIN, 2010, p. 255).
 
O Latim era falado entre os romanos e foi a língua de divulgação do Evangelho no norte da África e em grande parte da Europa onde o latim era conhecido. O Aramaico foi usado por Jesus Cristo para transmitir e divulgar o Evangelho do Reino. O Aramaico, embora presente, era mais popular na região norte da Palestina (Samaria, Galileia, Ituréia e Traconites, Decápois, etc.) e em toda a Mesopotâmia (Babilônia e Assíria). Depois de Cristo muitas igrejas cristãs da Asia Menor falavam o Siríaco, uma variante do Aramaico. Inclusive, existem muitos manuscritos do Novo Testamente escrito neste idioma. 

 Idioma falado nos dias de Jesus e utilizado por Deus para revelar seu plano ao homem.

 Hebraico
Aramaico
Latim
Grego
Sinagoga e templo
Língua popular da Palestina
Língua do Império Romano.
Influencia macedônia na Palestina e ao redor do Mediterrâneo.
AT: escrita e idioma dos hebreus;
Transição– divulgação do Evangelho do Reino por Jesus
Comunicação e divulgação do Evangelho na Europa.
Transmissão: Apóstolos e escrita do NT.
Recursos linguístico e internacional
 Para que a a lingua Hebraica não se perdesse no tem po   apos o seculol VI DC ,  rabinos da região de Tiberiades (Mar da Galileia) conhocido conhecidos como "massoretas"  acrescentara à Escritura sinhais consonantais que identificavam a tonalidade das vogais na escrita hebraica, aquela herdada dos babilônicos (quadratica babilonica) em que a maioria dos Escritos Sagrados já utilizavam aquele alfabeto.  Somente em tempos modernos  o movimento cionista resgatou a lingua hebraica  faladao atualmente em Israel.  

Bibliografia:
CHAMPLIN, R.N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. 10º. Ed. São Paulo: Hagnus, Vol                 01, pp.254-255.
CHAMPLIN, R.N.  Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. 10º. Ed. São Paulo: Hagnus, Vol                01,  pp.42-44.
  

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