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DESTAQUE

A ESCRAVIDÃO NA BÍBLIA.

Este texto e parte integrante  de um artigo maior postado neste blog: A TEOLOGIA PRESENTE NOS DISCURSOS DA IGREJA CATÓLICA       NO FIN...

29/08/2019

A MOTE DE HERODES AGRIPA I - ATOS 12:20-23


A morte de Herodes Agripa I
Texto bíblico: Atos 12:20-23 



Herodes Agripa I era um perseguidor dos Cristãos.
Herodes não é um nome, e sim um titulo, cujo significado é "heroico"; e Agripa, significa "Como herói". Agripa era filho de Aristóbulo (que não é mencionado na bíblia) com Berenice. Neto de Herodes, o grande (aquele que mandou matar as criancinhas); sua avó era Mariana, neta de Hircano. Portanto, Agripa tinha descendência dos hasmoneus, ou seja Macabeus.  Seu pai, Aristobulos foi assassinado a mando do seu próprio pai Herodes acusado de conspiração. Agripa teve cinco filhos, entre eles Agripa II e Berenice (At 25:13). Estes ouviram o testemunho de Paulo em Cesaréia, ou seja os últimos descendentes dos da família Herodes tiveram a chance de ouvir o Evangelho e de crer em Cristo (At.26):
28Então, Agripa se dirigiu a Paulo e disse: Por pouco me persuades a me fazer cristão.29Paulo respondeu: Assim Deus permitisse que, por pouco ou por muito, não apenas tu, ó rei, porém todos os que hoje me ouvem se tornassem tais qual eu sou, exceto estas cadeias.

Força Politica.
Flavio Josefo informa que ele era amigo do jovem Caio César, apelidado 'Calígula'. O qual lhe nomeou governador dos territórios de Betaneia e Traconitides. Acusou seu tio Herodes Antipas de tramar contra contra o império ao se juntar com o império Parta. Antipas confessou o crime ao imperador e foi exilado. Como recompensa Caligula o colocou como governado dos territórios de Antipas, Galiléia e Peréia.  

Herodes Agripa no reinado do imperador Caligula (37-41dC)
No final do reinado de Caligula, o qual teve um inicio glorioso de muito progresso, porém um final trágico, principalmente depois de se recuperar de sua doença grave, mudou seus modos de governar, e no final já estava em decadência, devido aos seus gastos exagerados e a fome recorrente no império, impôs que sua estatua deveria ser colocada nas sinagogas e no Templo em Jerusalém para ser adorado com um 'deus'. Isto causou grande revolta na Judeia. Aconselhado por Herodes Agripa, o imperador declinou do seu desejo. Caligula acabou sendo assassinado pela guarda pretoriana em 37 dC.

Herodes Agripa no reinado do imperador Claudio (41-54dC).
Berenice, a mãe de Herodes Agripa, gozava de amizade com Antônia, mãe do imperador Claudio (41-54) sucessor de Calígula e graças a essa amizade Claudio o nomeou rei na Judeia em 41 dC, o qual durou ate sua morte. Seu território atingiu a mesma proporção de seu avô, Herodes. Agripa, o grande, como gostava de ser chamado é o Herodes de Atos, reinou  a Judeia de 41-44 d.C. 

A morte de Agripa I . Acometido da mesma doença que seu avó, Herodes, o grande, morreu aos 54 anos. Após a sua morte em 44 d.C. a Judeia passou a ser novamente governada por procuradores romanos. Seu filho Herodes Agripa II foi nomeado pelo imperador Claudio rei da província de Felipe e Lisânias. Portanto, Herodes Agripa I foi o ultimo rei da Judeia.  

Agripa, perseguidor dos cristãos.
Justo Gonzalez (1995, p.35) informa que a perseguição aumentou contra todos os cristãos logo depois que o Imperador Calígula concedeu o titulo de rei da Judeia para Herodes Agripa I* (de 37-44 d.C.), Ele matou a Tiago, o irmão de João e percebeu que essa atitude agradou aos Judeus prendeu também Pedro e pretendia depois da Pascoa leva-lo a julgamento público (v.3,4). Mas naquela noite o anjo de Senhor libertou Pedro da prisão enquanto muitas pessoas estavam na casa de seu parente João Marcos orando (At. 12:1-22).

Prestigio Politico.
Agripa alcançou prestigio politico forra e dentro da Judeia. Mostrou ser fiel aos imperadores, ao mesmo tempo que defendia os interesses de sue povo judeu. Porque procurava agradar os imperadores fazendo homenagens a eles e agradava os judeus perseguindo os cristãos. Mas não sem buscar primeiros seus interesses.  A visita que fez a Cesareia narrada por Lucas em Atos 12:20-23 relata um entrave entre ele e seus clientes de Tiro e Sidom, porque este se abastecia dos produtos do rei. Mostrava misericórdia, mas não sem interesse. Ele era venerado pela sua esperteza e sagacidade comercial e politica. Por isso era visto 'como um herói': Agripa, o grande.
Julgamento Divino
Lucas atribui a morte de Herodes a um julgamento divino, afirmando que foi um anjo que o feriu logo após ter aceitado honras divinas. No dia da grande festa em homenagem ao agora imperador Claudio Cesar na cidade de Cesareia* litorânea. Vestiu-se com roupas resplandecentes e aceitou as honrarias do povo que diziam ser o discurso dele como “a voz de Deus e não de um homem” (At.12:19-24). Vestiu-se com roupas resplandecentes e aceitou as honrarias do povo que diziam ser o discurso dele como “a voz de Deus e não de um homem” (v.22).  Alguns estudiosos tentam obscurecer este relado de Lucas citando o historiador judeu, contemporâneo de Lucas, Flavio Josefo (37-100 d.C.) o qual relata com riqueza de detalhes o episodio, porquanto atribui sua morte ao cumprimento de certo presságio recebido durante sua permanência em Roma.

Mau presságio.
Flavo Josefo tem outra versão para a morte do rei Agripa I.  O historiador judeu, contemporâneo de Lucas, Flavio Josefo (37-100 d.C.) relata com riqueza de detalhes o episodio, mas atribui sua morte ao cumprimento de profecia recebida durante sua permanência em Roma. Ele registrou que Herodes depois das honrarias olhou e viu uma coruja pousada numa corda estendida e tomou isso como um mal pressagio. Durante o tempo em que viveu em Roma teria ouvido de um vidente, enquanto esteve preso em Roma, de si que dizia que quando visse a coruja teria inicio a sua desgraça. Após ver a coruja começou a sentir fortes dores no estomago e morreu dias depois. Daí a expressão de Lucas comido por vermes. Morreu aos 54 anos e sete de reinado. “Foram quatro anos sob o imperador Caio (Caligula), dos quais nos três primeiros ele governou apenas a tetrarquia que pertencera a Filipe, sendo-lhe acrescentada no quarto ano a de seu avô Herodes. Nos três anos em que reinou sob Cláudio, esse imperador deu-lhe também a Judeia, Samaria e Cesareia” (JOSEFO, Antiguidades Judaicas. p. 828).


Considerações finais
               Nos dois relatos notamos como os historiadores, um cristão e outro judeu, viram o acontecimento, ou seja, Lucas estava convencido, pelos fatos anteriores, que Deus estava dirigindo os acontecimentos e que as verdades espirituais se materializavam de tanta presença do Espirito.

Flavio Josefo não viu, é claro, a verdade espiritual por trás da historia, pois atribui como causa da doença de Herodes o fato dele ter visto uma coruja pousada numa corda logo acima; entendendo isso como um mau presságio, porque se lembrou da profecia que ouvira em Roma de um homem quando esteve sob custodia do rei. O augúrio afirmava que ele iria alcançar seus desejos de sucesso e poder, o que realmente acontece, não há duvidas disso,  mas quando estives na mais alta gloria avistaria uma coruja, então começaria ali sua queda. Sim, somente seu avô alcançou tamanho reinado, mas não conseguiu o carinho dos judeus; Agripa conseguiu o que seu avô mais desejava: ser reconhecido pelos judeus como rei da Judeus. 

Pois bem: Deus não divide sua gloria com ninguém. Agripa, o Herói dos heróis, recebeu sua justa recompensa daqueles que é o Rei dos reis.


   


28/08/2019

OS CARGOS ECLESIÁSTICOS NA IGREJA




 
OS CARGOS ECLESIÁSTICOS.

por José M Vieira Rodrigues (1)
 
         



Licão 09

Para Memorizar.
“Fiel é a palavra: se alguém aspira ao episcopado, excelente obra almeja.” (1 Tm 3:1).

Verdade Aplicada.
Cremos que os cargos de diácono, presbítero, bispo e ancião, foram dados à Igreja pela direção do Espirito, para o beneficio da Igreja e crescimento do Reino de Cristo na terra.

Texto Base.
“Pastoreiem o rebanho de Deus que está aos seus cuidados. Olhem por ele, não por obrigação, mas de livre vontade, como Deus quer. Não façam isso por ganância, mas com o desejo de servir. Não ajam como dominadores dos que lhes foram confiados, mas como exemplos para o rebanho. Quando se manifestar o Supremo Pastor, vocês receberão a imperecível coroa da glória” (1 Pe 5:2-4).

Objetivo da Lição.
Informar sobre as origens dos os cargos (ofícios) na Igreja;
Esclarecer quais as responsabilidades desses cargos;
Apontar sugestões para o exercício dos cargos eclesiásticos.

            Introdução
No inicio da Igreja, à medida que os apóstolos foram divulgando o Evangelho para todos os cantos do mundo, houve a necessidade de organizar a igreja para atender os convertidos em suas necessidades espirituais e materiais; e por isso surgiram alguns cargos (ofícios) na Igreja de gerencia, governo e honra. Para o ofício de gerência o diácono; para o oficio de governo, o bispo. O presbítero ou ancião assumiu certa posição honrosa por respeito a sua experiência e maturidade ou pelos serviços prestados à comunidade cristã. É claro que esses ofícios (cargos) surgiram de forma espontânea e pela direção do Espirito Santo.
             Inicialmente devemos esclarecer alguns pontos:
Deus planejou que o NT servisse de guia perfeito para a Igreja no que concerne ao governo da Igreja, mas o NT não apresenta homogêneo quanto à questão do governo eclesiástico e não apresenta linhas mestras absolutas e claras, mas apenas uma sugestão.
            Esta lição irá dissertar sobre os significados desses cargos ou ofícios e suas ocupações em relação ao Reino de Deus e a igreja local. Com o proposito de trazer a lume o real sentido e significado bíblico dos cargos com a finalidade de nos orientarmos para o ministério atual.

1
      01- OS DIÁCONOS DA IGREJA.
O diácono foi o primeiro cargo que surge na igreja pela necessidade aos atendimentos aos novos convertidos em suas necessidades materiais.

1.a. Definição: O substantivo nominativo ‘diácono’ (διακονος) que significa ‘alguém que presta serviço a outros; seja como atendente, ajudante, cooperador, obreiro ou até ministro (Mt. 20:26; 22:13; Jo 2:5, 9). Em Atos 6:1-3 o termo aparece no vv. 01 como ‘diakonía’ (serviço) traduzido como ‘distribuição’; no vv.02 o verbo ‘diakonéo’ como ‘servir’ (Mt. 8.15; Mc 1:31). A igreja precisou de pessoas para gerenciar as atividades sociais, porque a comunidade cristã aumentava cada dia mais e os apóstolos não poderiam deixar o trabalho de pregar e orar (vv. 1-6). Os apóstolos, no inicio, atuavam como presbíteros e bispos; sendo que o apostolado era uma função que executavam no mundo. Assim em 1 Co 3:5 Paulo se diz diácono do Evangelho, termo traduzido como ministro.Ou seja, Paulo era um servente, um ajudante de Cristo, ainda que fosse um apóstolo ao mundo gentílico.

1.b. Propósito do cargo: A intensão inicial era que os diáconos (serventes) se ocupassem do serviço social, na distribuição diária de alimentos para as viúvas e pobres e ‘servir à mesa’(ceia), que naquele tempo era um grande banquete de comunhão (1 Co. 11:17-22). Neste ultimo caso, o diácono atuava como um ‘garçom’(Jo. 2:5, 9), ou poderia ser atendente ou assistente de um mestre. Em At 19:22 (cooperador), atuava como aqueles que estavam servindo de ajudante de Paulo; ou em 1 Tm 3:10 (exercia o diaconato) e em Mt. 22:13 como ‘servos’ a serviço de um rei (pl. diakonois - serventes).
            A necessidade de serventes para o ministério da pregação fez surgir o cargo de diácono que dizia respeito a “um empregado da mesa. Empregado igual a qualquer um que executa algum serviço, até mesmo um administrador ou gerente” (SOUTER, 1917. p.62). No Evangelho o melhor exemplo está em João 13:15 quando Jesus se põe a lavar os pés dos discípulos e afirma: “Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também”.
            Por conseguinte, no Reino de Deus, no qual a Igreja está inserida, cumpre ao diácono a missão de ‘fazer a obra’, como servente ou cooperador que executa um serviço; que administra negócios, um gerente, no sentido de cuidar dos negócios do Senhor: “Servindo de boa vontade como ao Senhor, e não como aos homens”. (Ef. 6:7).

1.c. Destaques: Alguns diáconos se destacaram no ministério da evangelização e episcopado, como, por exemplo,  na pregação do Evangelho.
            O diácono Felipe (At. 8:4-8) percebeu de imediato não somente a pobreza material, mas a miséria espiritual que viviam as pessoas no seu tempo e se destacou na pregação da Palavra. Levantou a poeira da obra missionaria e foi pregar o Evangelho na Judeia e Samaria. O diácono Estevão (At. 6:8-15), além de servir a igreja local de Jerusalém deu grande testemunho se consagrando, o primeiro mártir, em defesa do Evangelho.  A tradição informa que Procômoro, um dos sete diáconos (At. 6:5) tornou-se bispo na Nicomédia.

1.d. A relevância do cargo:
No segundo século os diáconos eram muito honrados; além de atender às pessoas e organizar o culto, também ministravam e pastoreavam.  Num documento do séc. II chamado Didaquê  está registrado:
 “Escolha bispos e diáconos dignos do Senhor. Eles devem ser homens mansos, desprendidos do dinheiro, verazes e provados, pois também exercem para vocês o ministério dos profetas e dos mestres. 2Não os despreze porque eles têm a mesma dignidade que os profetas e os mestres” (DIDAQUÊ, cap. XV, vv1).

‘Exercer o ministério dos profetas e dos mestres e ter a mesma dignidade dos profetas e mestre’ significava que executavam serviços semelhantes; ou seja, se ocupavam também da pregação e do ensino da Palavra de Deus; por isso deveriam ser muito respeitados pela igreja, era o ensinamento para a igreja do segundo século.

1.e. Abrangência do ministério diaconal.
Diácono do Evangelho: O apostolo Paulo se declarava ser ‘diácono do Evangelho’ em 1 Co 3:5; geralmente a palavra ‘diaconoi’ é traduzida como ‘ministros e servos’ como segue: “Pois, que é Apolo, e que é Paulo, senão ministros pelos quais crestes, e isso conforme o que o Senhor concedeu a cada um?”. Todo diácono é um ministro no Reino de Deus; seja servindo como ajudante, atendente, socorrendo ou pregando e ensinando a Palavra. Ao assumir a tarefa deve, o diácono, gerencia-la entendendo que ele é um “‘Ministro’ do um Novo Testamento” (2 Co 3:6).

1.f. As qualidades do diácono:
·  O desempenho de Estevão tinha uma razão de ser. Ele era:
·  Cheiro do Espirito Santo e fé (At. 6:1-3);
·  Possuía qualidades pertinentes ao diaconato (1 Tm 3: 8-11);
·  Era marido fiel e governava bem sua casa (1 Tm 3:12);
·  Destacou-se no serviço diaconal e por esta razão foi-lhe concedido o dom da Palavra: “ [...] pois os que desempenharem bem o diaconato alcançam para si mesmos justa preeminência e muita intrepidez na fé em Cristo Jesus” (vv.13).

 A tarefa do diácono pode-se dizer que é comparável ao do ‘servo da corte do Reino’ cuja incumbência (missão) é ajudar ao Rei a cuidar dos cidadãos do Reino que estão com dificuldades para se estabelecer como salvos e a alcançarem saúde física e espiritual e amadurecimento na fé. Doutra forma, Todos os salvos são cidadãos do Reino de Deus, e alguns receberam um especial chamado para ser servos (diáconos) do Senhor Jesus Cristo. Este especial chamado é identificado naquela pessoa que está sempre solicita, disposta a doar-se aos outros com amor e entende o real significado de servir ao Rei Jesus e obedecer as orientações do Senhor: “Melhor coisa é servir do que ser servido” (Mc 10:42-45).  
   
2   2.      OS PRESBÍTEROS DA IGREJA.

            A carta a Tito são orientações do Apóstolo Paulo ao seu obreiro Tito, a quem chamava de o seu ‘companheiro e cooperador’(diácono) (2 Co 8:23), de qual seria a sua incumbência na Ilha de Creta: Ele deveria ‘estabelecer’ ou ‘constituir’ presbítero em cada cidade da ilha.  Na semelhança do que fez Paulo em sua primeira viagem missionaria pela Ásia Menor: “E, promovendo-lhes, em cada igreja, a eleição de presbíteros, depois de orar com jejuns, os encomendaram ao Senhor em quem haviam crido” (At 14:23).

2.a. Definição: O termo presbítero (elder) vem do substantivo grego ‘πρεσβύτερος’ (presbytero) que significa: ‘ancião’ ou ‘pastor mais velho’ (1 Tm 5:1,2; At. 11:30, 14:23). A distinção que fazemos hoje entre presbítero e ancião como cargo, parece não ocorrer na igreja primitiva; ou seja, o presbítero geralmente era o mais velho e mais experiente. A palavra ‘presbytero’ parece designar tanto o oficial eclesiástico mais velho (com alguma exceçaõ – Timóteo), como homem idoso e experiente.

2.b. Proposito do cargo: Tito foi enviado à ilha de Creta para constituir presbíteros nas igrejas locais, logo esses presbíteros iriam atuar como pastor. A função pastoral é cuidar e zelar, proteger e alimentar o rebanho e se preciso dar a vida por ela (Jo. 10:11, 14).

2.c. Relevância do cargo: Cabia aos presbíteros consagrar jovens obreiros, a exemplo de Timóteo (1 Tm 4:14); no entanto, o próprio Timóteo e Tito exerceram funções de bispos quando eram enviados para solucionar problemas, como em Corinto e supervisionar e organizar como Tito em Creta.
            Atualmente nas igrejas evangélicas existem diferentes modelos de governo eclesiástico e em algumas o cargo de presbítero não existe, mas outro oficial assume a mesma categoria eclesiástica.

2.d. A responsabilidade do presbítero:
O apostolo Pedro auto intitulou ‘presbítero de Cristo’ significando que o ministério pastoral fazia parte do ministério apostólico; ele nos informa qual deve ser a responsabilidade do presbítero e como deve agir com o rebanho de Deus e qual será a recompensa no final.
“Pastoreiem o rebanho de Deus que está aos seus cuidados. Olhem por ele, não por obrigação, mas de livre vontade, como Deus quer. Não façam isso por ganância, mas com o desejo de servir. Não ajam como dominadores dos que lhes foram confiados, mas como exemplos para o rebanho. Quando se manifestar o Supremo Pastor, vocês receberão a imperecível coroa da glória” (1 Pe 5:2-4 - NVI).

     3.   OS BISPOS DA IGREJA.
“Esta é uma declaração digna de todo crédito: Se alguém almeja o episcopado, de fato, deseja algo excelente.” (1 Tm. 3:1-KJA).

3.a. Definição: No NT encontramos o cargo de Bispo - ‘Episkopos’  que significa: supervisor, guardião, vigia (1 Pe. 2:25). No NT o bispo é um supervisor eclesiástico (At. 20:28).

3.b. As qualidades do bispo.
Na primeira carta pastoral a Timóteo (3:1-7) o apostolo Paulo descreve como deve ser o caráter e qualidade daquele que deseja ser bispo. Inclusive ser ‘irrepreensível’ (gr. . ‘anepilémptos’) cujo significado é: sem censura, nunca pego fazendo nada errado. Quando alguém tenta apreender contra o caráter dele não encontrará nenhuma questão para acusa-lo, exceto se for infundada.  O bispo não pode ser ‘neófito’, isto é, novo convertido.  No grego neófito é ‘recém-plantado’ no sentido de algo sem raiz profunda para se sustentar das adversidades, por isso a recomendação: “para não suceder que se ensoberbeça e incorra na condenação do diabo. Pelo contrário, é necessário que ele tenha bom testemunho dos de fora, a fim de não cair no opróbrio e no laço do diabo” (v.6,7).

3.c. Responsabilidade do cargo de bispo: Conforme Atos 20: 28 a responsabilidade do bispo é cuidar de todo o rebanho sobre o qual o Espirito Santo o constituiu como vigia e guardião; apascentar o rebanho. O bispo é como uma sentinela, um guarda que ‘vigia todo’ o rebanho para não se dispersar e ser consumido pelo chacal. Atualmente o bispo é aquele que supervisiona um campo eclesiástico ou governa os pastores de diversas igrejas locais. Em alguns casos é apenas um titulo para dar status á pessoa.

3.d. Diferença entre Presbítero e bispo:
O apostolo Paulo não fazia distinção entre presbítero (presbyteros), bispo (episkopos) e pastor (poimém), eram ofícios intercambiáveis, porque ao descrever as qualificações dos “presbíteros” ele afirma: “Porque convém que o ‘bispo’ seja irrepreensível como despenseiro da casa de Deus [...]” (Tt. 1:5-9). Em Atos 20:28 o Apostolo já havia recomendado aos presbíteros da Ásia: “Olhai. por vós e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispo para apascentardes a igreja de Deus”. Tanto Timóteo em Éfeso (1 Tm 1:3) como Tito em Creta (Tt. 1:5) atuaram como representantes temporários e ajudantes (diáconos) do time de Paulo para plantarem igrejas (Tt 3:12). Timóteo e Tito sempre eram enviados para resolver situações difíceis nas igrejas. Basta ler a carta a Tito e a de I e II Coríntios e verificar que não foi uma tarefa fácil. Em Creta, por exemplo, havia estranhas aberrações judaicas e discussões estupidas sobre a falsa ciência e genealogias (Tt.3:9) (PFEIFFER et al., 1949).

4    4.      OS ANCIÃOS DA IGREJA

            No NT um homem é ancião devido a sua experiência e maturidade espiritual. Poderia ocupar os ofícios de pastor/presbítero ou bispo, porque cuidava de uma igreja local; ou supervisionava algumas congregações. No Oriente antigo e no judaísmo se fazia distinção ente ‘anciãos’ que ocupavam cargos de liderança religiosa e politicas (heb.  šār)) de homens idosos (heb. zaquém) (Nn. 22:15; Lv.19:32). . O sinédrio, espécie de senado judaico, era composto por anciãos (šār).
            Atualmente se faz distinção entre os ofícios de ancião, presbítero, bispo e pastor. Dependendo do modelo de governo da denominação só existe pastor, ou só ancião; e outras têm presbítero e pastor; ainda outra, o apostolo e bispo, como oficiais da igreja.  Esta confusão tem explicação. Primeiro, porque pensam governar e gerenciar a igreja em termos dos modelos existentes no mundo e comparam-no com o que se apresenta no NT. Ocorre que no NT não está absolutamente claro essa questão, porque era uma Igreja em formação; e desta forma, abrem-se oportunidades para diversas interpretações confusas. Segundo, que a autoridade de Cristo sobre a igreja vem sendo usurpado, devido a vários fatores; entre eles, a democratização nas igrejas quando o cargo é preenchido por eleição, com isso a tradição bíblica é deixada de lado. Outras vezes, por imposição do líder religioso que se auto denomina apóstolo, bispo, e pasmem, profeta. O resultado é uma geração de oficiais que não respeitam a experiência, a sabedoria e a maturidade espiritual dos mais velhos e experientes. Como ocorria no inicio da Igreja em que havia o conselho formado por anciões das igrejas para tomar decisões importantes: “Então, se reuniram os apóstolos e os presbíteros (ancião) para examinar a questão”.(At. 15:6 g.m.). O exemplo claramente revela que os anciãos tinham um lugar de honra entre os apóstolos e muitos deles se destacaram como verdadeiros homens de fé.
            Os apóstolos foram os primeiros anciãos da igreja que dirigiram territórios eclesiásticos e também podiam ser chamados de bispos (supervisores). João foi bispo em Éfeso, mas se dizia ‘o ancião’ (2 Jo 1.1), algumas versões trazem ‘o presbítero’ (Elder em inglês). João teve um discípulo chamado Policarpo (69-155 DC), foi bispo em Esmirna e morreu bem velhinho. No dia do seu martírio, um sábado, obrigaram ele adorar a César e acender incenso ao imperador, o qual se negou. O Próconsul insistiu que ele considerasse sua idade, então pediu que negasse que era cristão e maldissesse a Cristo, então ele afirmou: “Vivi oitenta e seis anos servindo-lhe, e nenhum mal me fez. Como poderia eu maldizer o meu Rei que me salvou?” (GONZALES, p.70).

4.a. Conselho aos jovens pastores:
Na carta pastoral de 1 Timóteo (4:12, 13) Paulo orienta seu fiel ajudante e futuro bispo de Éfeso: a.) “Não deixe que ninguém te menospreze por ser jovem”; b.) “Procura ser exemplo para os fieis: na palavra, no comportamento, no amor, na fé e na pureza” (v.12). “Enquanto aguarda a minha chegada” (pode ser entendido como a vinda do Senhor) (c.) “aplicar-se à leitura, à exortação (paraklésis = aconselhar, encorajar, ajudar, ficar ao lado para confortar e consolar) e ao ensino” (didaskalia = ensinar, instruir) (v.13); ou seja, Timóteo ainda era um jovem pastor/presbítero (Elder), mas tinha um futuro brilhante para o Reino de Deus e não poderia comprometê-lo por causa de interesses mesquinhos..

Conclusão:
            Consideramos que a Igreja é um grande rebanho do Reino de Cristo, os oficiais são os empregados do Reino, em que cada oficio tem sua responsabilidade para o bem estar e progresso do Reino.
            O apostolo Paulo orou para que os efésios conhecessem o Reino de Deis em todas as suas dimensões (Ef. 3:14-21). Logo a execução desses ofícios (gerencia, governo e honra) deve contribuir para que o ‘ministério do Espirito’ seja realidade na Igreja e não os nossos apenas. Isto é, (1) para que o dom do Espirito Santo seja concedido e recebido e (2) que a presença de Cristo seja permanente nela e entre ela (vv.14-17), sem os quais o Reino de Deus não será uma realidade perene no mundo. Segundo, como resultado, por meio da pratica e ministração que esses cargos exigem, a comunidade cristã receba ‘poder para compreender o plano divino’ e ‘poder para de conhecer o amor de Cristo’ condições indispensáveis para a vida do crente. Se não for dessa forma, a Igreja será apenas uma instituição religiosa governada e gerenciada por homens ou mulheres que estarão usurpando a autoridade de Cristo sobre Sua noiva.

Questionário.
1.      Qual era o proposito do diácono na igreja conforme o estudo:?
2.      Qual a função do presbítero?
3.      Como deve ser o caráter do bispo?
4.      O que fazia o ancião na igreja primitiva?


REFERENCIAS:

BEARA. Bíblia de Estudo Almeida Revista e Atualizada. Ed. Eletr. São Paulo:          SBB.    2005.
BEARC. Bíblia de Estudo Almeida Revista e Corrigida. Ed. Eletr. São Paulo;            SBB.    2005.
BI. Bíblia Interlinear. Bíblia em português: disponível no site    tp://bibliaportugues.com/          interlinear.
CHAMPLILIN, Russel N. Enciclopédia de Bíblia, Filosofia e Teologia. 10º. ed.       São Paulo: Ed. Hagno. Vol. 01, 02,05. 2011
GONZALES, Justo L. A história ilustrada do Cristianismo. A era       dos mártires     (Trad. Key Yuasa). São Paulo: Vida Nova, Vol.       01. 1995.
KJA, Bíblia King James Atualizada. Disponível no site:           http://bibliaportugues.com        /kja/john/6.htm
MOUNCE. William D. Léxico Analítico do Novo Testamento Grego. São Paulo: Vida         Nova. 2013.
NVI. Bíblia Sagrada Nova Versão Internacional. (Trad. SBI). São     Paulo: Ed.        Vida, 2007.
PFEIFER, C.F; VAS, H. F; REA, J. Dicionário Bíblico Wicliff (Trad. Degmar         R.        Junior). Rio de Janeiro: CPAD. 2010.
SOUTER, A. (1917). Um Léxico de Bolso para o Novo Testamento            Grego (p. 62). Oxford: Clarendon Press..

nota: este texto fará parte da Revista  Os Cargos Eclesiasticos na Igreja - Cogic / Brasil  Lição de autoria do Prof. Jose Maria Vieira Rodrigues.
(1) Bacharel em Teologia 
com especialização em  Docência do Ensino Religioso


DOUTRINA DA SANTIFICAÇÃO PLENA




A DOUTRINA DA SANTIFICAÇÃO PLENA
Por José M. Vieira Rodrigues




Introdução
Este texto pretende dissertar sobre a Doutrina da Santificação Plena atribuída a John Wesley no séc. XVIII.  Informar de forma sintética o sinificado de santificação e santidade que posteriormente se desenvolveu no meio pentecostal.

1. Explicação Clara da Perfeição.
John Wesley desenvolveu esta doutrina quando segundo suas palavras “eu estava profundamente sensível, devotar-me todo a Deus, dar-lhe toda a alma, corpo e bens “.  Esta declaração está em seu livro “A Plain Account of Christian Perfection” de sua autoria para explicar a sua doutrina. John continua: “No ano de 1729, comecei a ler e estudar a Bíblia como a única norma de verdade e o único modelo da religião pura. Em consequência vi cada vez mais clara a necessidade indispensável de ter “a mente de Cristo” (1 Co. 2:16), e de “andar como Ele andou” (1 Jo. 2:6); de ter, não só uma parte, mas toda a mente que estava n’Ele; e andar como Ele andou, não em algumas, nem na maioria, mas em todas as coisas”.
  Para Wesley santidade ou santificação  é ser limpo do pecado, tanto da carne como do espirito; e em consequência ser revestido das virtudes que houvera em Cristo Jesus; ser renovados na nossa mente até sermos perfeitos como nosso Pai que esta nos céus é perfeito.  Para isso é preciso dar a Deus todo o coração, permitir que Deus governe todas as nossas disposições.  Não é oferecer apenas uma parte, mas tudo da nossa alma, corpo e bem a Deus! É entrega total do coração,  é amar a Deus com todo o coração e ao próximo como a nós mesmo.  A fim de possuir a mente de Cristo e andar como ele andou.  

Textos Bíblicos: Ef. 5:25,27; Mt. 5:45; Mt. 22:37; Tt. 2:11-14.

3. A “Doutrina da Santificação Plena” se encontra na obra de John Wesley intitulada  “Uma Na sua obra “Explicação Clara da Perfeição Cristã” onde fala sobre santificação e perfeição cristã.
A SANTIFICAÇÃO trata a vida crista na sua  totalidade e à restauração terapêutica ou espiritual que se dá ao longo da caminhada com Cristo. Esta santificação acontece gradualmente, mas pode ocorrer instantaneamente em alguns casos, se Deus assim quiser. Tem inicio com arrependimento de pecado (ou novo nascimento): Deus “inicia o processo de nos fazer retos e santos” (conforme a entrega de cada um; essencial para o crescimento).  O ‘crescimento na graça’ corresponde à “santificação progressiva” ou “gradual” que ocorre entre  o ‘novo nascimento’ (justificação)  e a “inteira santificação”.  A glorificação acontece entre a inteira santificação e a santificação final. 
A ‘inteira santificação’ configura-se em uma experiência mais profunda da graça de Deus  que não acontece tão cedo como a justificação, nem tão tarde tão próximo da morte. Trata-se de certo nível de maturidade cristã  possível de ser alcançado e que deve ser experimentado “agora”. No entanto, para Wesley a   ‘perfeição cristã’ não é impecável. Sua tônica estava no amor a Deus e ao próximo e não na impecabilidade. Mas acreditava que o amor derramado nos nossos corações pode destruir o pecado. A vida cristã não tinha que ser uma continua luta, pois a graça era suficiente para uma transformação vitoriosa e negar isso era colocar o pecado acima da graça de Deus.  Wesley fazia questão de diferenciar entre pecado inato (herdado em Adão, mas que não produzia culpa) e pecado real, aquele praticado conscientemente, este produz culpa. Ser justificado significa que nossos pecados estão perdoados, pois “é Deus que justifica”; a culpa é removida como o perdão. Pecado seria a transgressão voluntaria de uma conhecida Lei de Deus. O justificado deve prosseguir em santidade para uma salvação mais plena, pois pode apostatar-se  da fé. Ele deve “estarprofundamente e completamente convicto do pecado inato;  da mortificação gradual do pecado” real; “de uma inteira renovação à imagem de Deus, maior ainda quando foi justificado e de um claro testemunho do Espirito Santo” ao seu espirito. Para Wesley tanto a experiência instantânea como o crescimento gradual deve ser alvo de igual atenção. A justificação é aquilo que Deus pelo homem, a santificação é aquilo que Deus faz no homem. A santificação não significa ser ‘salvo de todo pecado’, isto corresponde na justificação, por isso deve se acrescentar as palavras “inteira, completa ou plena”. Portanto, ‘santificação plena’ envolve novo nascimento (salvação), justificação, santificação, regeneração e glorificação.  Textos Bíblicos: Ef. 5:25,27; Mt. 5:45; Mt. 22:37; Tt. 2:11-14.

(Fonte: Arminius Hoje e Ideário Arminiano; WESLEY, John. Explicação clara da perfeição cristã. Imprensa Metodista, 1933).

4. A santificação nos moldes pentecostais.
   Segundo o pastor assembleiano  Lars Eric Bergstén (1913-1999) vulgo Eurico Bergstén  (2012) a santificação na Bíblia pode ter pelo menos seis sentidos:
· Santificação como separação do mal (Lv. 20:26; 2 Co. 7:1; 1 Pe. 1:15.16);
· Santificação como separação para Deus (Jo. 17:19; 2 Co. 5:15(cf.1 Co. 6:19,20; 1 Pe. 1:18-21). Esta entrega é voluntária a Deus (Rm. 12:1,2, 2 Co. 8:5);
· Santificação como revestimento da plenitude de Cristo (Ef. 3:19, Jo. 1:16, Ef. 4:13) 
· Santificação como posição de santos em Cristo (santificação posicional) (1 Ts. 5:23; 1 Co. 1:30; 2 Ts. 2:13 cf.Hb. 10:10)
· Santificação proporcionada por Cristo que é posta em pratica (santificação experimental) (2 Co. 7:1; Hb. 10:14
· Santificação final quanto Jesus voltar (1 Co. 15:47-53; Fp. 3:20,21).

   Na pratica a santificação assume dois sentidos: Primeiro, a santificação posicional, aquela que é operada por Deus (1 Ts.5:23,  que vem de Deus (Ap. 4,10, 1 Co. 1:30). Em segundo lugar, a santificação depende da cooperação do homem, pois “é necessário que ele aceite aquilo que Deus lhe proporcionou” (Ap. 22:11) (Bergstén, p.189).
 
4.  “Esta é a vontade de Deus, a vossa santificação...” (1 Ts. 4:3).
  A santificação aqui é uma separação para Deus (veja vs 1,2).  A obra de Deus não se encerra quando recebemos a Cristo (cf. Jo. 1:12), mas é um processo que  tem inicio quando o crente  confessou Cristo como seu salvador e Senhor (Rm. 10:10) de sua vida e se entregou completamente a Cristo (Gl. 2:20), morrendo para o mundo (cf. Cl. 3:1-13),  assim o convertido se torna participante de uma nova natureza (2 Pe. 1:4); portanto,  esta obra deve ir se aperfeiçoando a cada dia: “Aquele que em vós começou a boa obra  a aperfeiçoará até o Dia de Jesus Cristo” (Fp. 1:16). O “velho homem” tinha em si “o corpo do pecado” que foi desfeito com sua morte na Cruz juntamente com Cristo (Rm. 6:6); o individuo estando “morto” está justificado do pecado: “Aquele que está morto está justificado do pecado”. (Rm.6:7 ACF).  Na concepção bíblica só esta justificado quem está e permanece ‘morto’, num sentido subjetivo, para o mundo, para si, etc.
A santificação é o meio pelo qual Deus faz com que a nova natureza recebida pela salvação domine sobre o ‘velho homem’. Para  que isto seja uma realidade na vida do crente  deve haver uma busca constante (Cl. 3:1,2: “...buscai as coisas do alto...pensai nas coisas que são de cima...”. Lc. 12:31: “Buscai antes o reino de Deus...”).  Assim, a santificação basicamente inicialmente consiste  na separação do mal:

“Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação; que vos abstenhais da fornicação; Que cada um de vós saiba possuir o seu vaso em santificação e honra; Não na paixão da concupiscência, como os gentios, que não conhecem a Deus (...). Porque não nos chamou Deus para a imundícia, mas para a santificação” (1 Ts. 4:4-5,7). O objetivo da santificação do crente é o crescimento espiritual e a maturidade na fé (Ef. 4:13; Hb 12:14). Logo a santificação num sentido é passiva (santificação posicional) operada por Deus; em outro sentido é ativa que deve ser operada pelo crente. No entanto, não se trata  de um esforço solitário, puramente humano; o Espirito Santo (paracleto) foi enviado e  “colocado ao nosso lado para  nos ajudar”.

 Para o Teólogo de Princeton, Charles Rhodge (1797-1878), conservador calvinista a santificação é uma obra da graça sobrenatural (santificação posicional). Operada por Deus sem a contribuição humana. Para ele a alma é passiva (monergismo) na regeneração, mas não na sua caminhada com Cristo quando recebeu Cristo. Ele não se refere ao novo nascimento. Hhodge afirma que é necessário a cooperação e que o crene  é ativo no processo de santificação com Cristo enquanto Ele trabalha em nos.  

Fonte de pesquisa:
Wesley, John. Explicação clara da perfeição cristã. Versão ampliada e atualizada por  Marilia Ferreira Leão, com base no original inglês “A Plain Account of Christian Perfection”. By The Epworth Press – Londres, 1952. Disponível no site: https://www.whdl.org/sites/default/files/publications/john_wesley-explicacao_clara_da_perfeicao_crista.pdf