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DESTAQUE

A ESCRAVIDÃO NA BÍBLIA.

Este texto e parte integrante  de um artigo maior postado neste blog: A TEOLOGIA PRESENTE NOS DISCURSOS DA IGREJA CATÓLICA       NO FIN...

05/12/2020

RELIGIÕES, SEITAS E HERESIAS: O QUE ELAS PENSAM A RESPEITO DE JESUS CRISTO?

RELIGIÃO,  SEITAS E  HERESIAS:

1a PARTE

 O QUE ELAS PENSAM A RESPEITO DE JESUS CRISTO?

      Alguns  anos atrás  fiz um curso de preparação para pastores e lideres   á distância no qual  uma das matérias foi  Religião, Seita e Heresias.  O autor apresenta (Denis J. Moock)  apresenta uma forma bastante interessante do assunto, principalmente com relação em como abordar uma pessoa  adepta de  "outras" crenças. ou sej, crenças de linha de pensamento diferente da Bíblia. Isto inclui, até mesmo as ditas cristã: Católica, protestantes, tradicionais e históricas. O autor pergunta: O que eles pensar sobre a verdade em Jesus Cristo? Assim o que cada crença pensa ser Jesus Cristo é o fator determinante para identificar seuma religião ou seita está fora dos ensinos bíblicos e se possue ensinos heréticos. 
Com o tempo passei a lecionar e a utilizar este matérial  em minhas aaulas. de teologia. Na verdade, o que veremos são slides da  aula com comentários após  cada um deles. 

     É claro que se trata de um estudo bastante simplificado cujo objetivo é estudar as principais  crenças religiosas existente no mudo e aquilo que elas pensam a respeito de Jesus Cristo.

  Portanto, este estudo é endereçado àqueles que desejam saber mais a respeito sobre as diferentes crenças religiosas e conseguir fazer uma abordagem evangelista aos seus adeptos enteressados em Jesus CrIsto.  Porque, segundo o Novo Testamento (NT) o  fundamental para a salvação da alma é se arrepender dos pecados e crer em Jesus Cristo e em  Sua obra salvífica oferecida por Deus. 
    Este estudo analisa as crenças de cada religião com base bíblica protestante/pentecostal  com  o objetivo de informar ao evangelista suas crenças e assim  saber pregar para cada pessoa dessas religiões ou seitas a verdade exposta no Evangelho de Jesus Cristo. Sem ofendê-los ou menosprezá-lo, repeitando sua  forma de pensar sem ferí-los por pensar diferente. Cada religião ou seita tem suas crenças e para tanto uma forma de abordagem evangelística.  
        

Comentário:  É fundamental considerarmos as Escrituras Sagradas (Bíblia) como  a base para o conhecimento de Deus e sua vontade.  Elas revelam o plano divino de salvação para homem pela fé em Jesus Cristo.  Na Bíblia está revelado quem é Jesus Cristo, a saber: o Filho de Deus, o Messias/Cristo que os Judeus aguardam, uma das três Pessoas do Deus Triúno, isto  é, a o próprio Deus em carne.

    Tendo esse pressuposto teológico como base, é importante analisar os que as diferentes crenças religiosas pensam a respeito do Filho de Deus. Ou seja,  este é um fator determinante

Comentário:  Para Jesus éra importante saber  o que as pessoas pensavam a respeito dele e muito mais  o quê seus discipulos pensavam. A multidão via Jesus como um "grande profeta" enviado por Deus, como a maioria das religiões hoje. mas seus discipulos deveriam saber a Verdadde a respeito Dele. 

“E, chegando Jesus às partes de Cesaréia de Filipe, interrogou os seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do homem?” (Mateus 16:13-ACF).

    As pessoas diziam, principalmente, que Jesus era um profeta nos moldes antigos, assim  acontece até hoje em muitas religiões. Jesus é apenas um profeta. Mas... Jesus estava mais interessado no que  seus discípulos diziam.  E somente  aos seus discípulos foi revelado a Verdade a respeito de quem Ele era.  Isto significa que um relacionamento superficial com Deus não proporciona conhecimento verdadeiro. Muitas pessoas que se dizem "seguir uma  religião" ou que se denominar se de "tal religião", não sabe nada a respeito da sua crença. Estão enganando a si mesmo ou procuranto apenas um "messias" para salvá-las dos apuros da vida. 


COMENTÁRIO: 

"E sabemos que já o Filho de Deus é vindo, e nos deu entendimento para que conheçamos ao Verdadeiro; e no que é verdadeiro estamos, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna". 1 João 5:20.

a vinda de Cristo trouxe o conhecimento, a revelação de quem é o Verdadeiro Deus e qual foi a sua misão: "...buscar e salvar o que se havia perdido" (Lc 19:10)


Comentário: portanto, qualquer ato que se faça: com palavras (oração, frase preparada, pronta, repetida), com gestos e ações (oferenda, altar, ramos na orelha, agua benzida, etc.), com um objetivo ou direcionado a uma entidade/espirito ou pessoa já morta (Buda, S. Pedro, Maria, etc) se configura como sendo ato religioso. 
Rligião é ato de adoração e serviço a alguém (viva  ou morta), material ou imaginária. Geralmente esse "alguém" é possuidor um poderes sobrenaturais ou com grandes privilêncios que poderão ser usados em favor daquele que acredita.  


Comentário: Esse Tiago éra irmão de Jesus, não estava entre os discípulos, mas se tornou 1o Bispo de Jesalem até o ano 62 DC. Era conhecido como "joelho de camelo", devido aos longos períos que pasava orando no Templo, após sua conversão seus cabelos nunca viram navalha. Portanto, ser religioso para ele tinha um sentido profundo, mas nao nos moldes atuais, por que para  ele não baste de fé é preciso que essa fé seja  traduzida  em obraa.  Mas nao pense que somente se trate de obras que as religioes convenciona como obras, do tipo: "freqiemtar os templos e cultos, dar o dízimos e ofertas, orar e  Jejuar, porque tudo isso Tiago fazia demais. Mas uma religião comprometida com a necessidade do outro (orfãos e viúvas) e que se afasta da corrupção do mundo.  
Outro engano das religiões é elas se tornaram cerimôniais, cultistas e templocentricas. Há casos de uma verdadeira busca de Deus, mas tambem só fica nisso, pode ser que Deus não esteja nos templos mais, mas nas favelas. 




COMENTÁRIO: Veja que Guyau, fala de um limitador: o próprio homem. Na verdade ele está falando do fim da religião colocando o homem como a causa disso. Berge, já coloca o homem como vitima da sociedade, influenciado por ela e sua busca excessiva pelo sobrenatural.  Ele afirma que a religiao faz bem para sociedade asim como o radiador do carro que mantem a temperatura ideal para o bom funcionamento do motor (essa idéia o radiador é minha ele nbao fala isso no seu livro).  Assim do pondo de vista da sociologia, a religiao é fruto da  sociedade, a qual pode alimená-la para a continuidade dela ou acabar com ela.  E politicamente falando, nos sabemos que isso pode acontecer.

Comentário: A filosofia vê a religão com base nas necessidades dos homens. Esse homem, é claro, potencialmente mais fraco prcisa de uma  divindade para socorrê-lo. Necessidades físicas, psiquicas e sentimentais. Entenda por necessidade "como um estado interno de insastifação causado pela falta de qualquer coisa necessária para o bem estar". Portanto, segundo a filosofia a carência humana deu origem a religião e a alimenta pra sua  continuidade. 





Comentário: No inicio da era cristã, os primeiros seguidores de Cristo era visto como um "seita" que se separou do judaísmo.  Eram conhecidos como "seita dos nazareno" pelos judeus depois foram chamados de "cristãos" e  o apostolo Paulo se auto denominava como  sento "O caminho".  Conforme vimos  para o cristão uma seita se caracteriaz por "adotar e divulgar suas próprias ideias religiosas ou de outrem". Logo outra religião, o Islãmino, por exemplo, vê o cristianismo como seita. 

Continua na 2a parte....

12/10/2020

PENTECOSTALISMO: RELAÇÃO DE LIVROS SOBRE PENTECOSTALISMO E ESPIRITO SANTO.

 a paz a totos os leitores 

Eu Estava fazendo uma pesquisa sobre o tema  "pentecostalismo"  e encontrei esta relaçao de livros que falam sobre o assunto "o Espirito Santo e Pentecostalismo" e outros assuntos relacionados. 

Alguns desses autores já li outros não conheço.  Se voce conhece alguns deles ou tem alguma sugestação deixe seu comentário. 

segue a relaçao 
Se você quer aprofundamento sobre o assunto não deixe de ler essas obras em português:
– O Dom de Profecia – Do Novo Testamento aos Dias Atuais (Editora Vida) de Wayne Grudem.
– Surpreendido pelo Poder do Espírito (CPAD) de Jack Deere.
– Surpreendido com a Voz de Deus (Editora Vida) de Jack Deere.
– A Manifestação do Espírito. A contemporaneidade dos dons à luz de I Coríntios 12-14 (Edições Vida Nova) de D. A. Carson.
– Paulo, o Espírito e o Povo de Deus (Edições Vida Nova) de Gordon D. Fee.
– O Batismo no Espírito Santo e com Fogo (CPAD) de Anthony D. Palma.
– Rastros de Fogo (CPAD) de José Gonçalves.
– No Poder do Espírito (Editora Vida) de Robert e William Menzies.
– Revelação e Experiência do Espírito Santo – n. 1 (Edições Paulinas) de Yves Congar.
– Quando o Espírito Vem com Poder (ABU Editora) de John White.
– Teologia do Espírito de Deus no Antigo Testamento (Editora Academia Cristã e Edições Loyola) de Wilf Hildebrandt.
– A Doutrina do Espírito Santo (CPAD) de Stanley M. Horton.
Artigos:
– Dons Espirituais em: Dicionário de Paulo e suas Cartas (Edições Vida Nova, Edições Loyola e Editora Paulus) de Gordon D. Fee.
– 1 Coríntios em: Comentário Bíblico Pentecostal (CPAD) de Anthony D. Palma.
– Pneumatologia em: Teologia Sistemática Pentecostal (CPAD) de Antonio Gilbert

acrescimo meu: 
-  A PROMESSA, (ABBA) Tony Evans.

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07/06/2020

A FONTE DE BRONZE - FONTE PURIFICADORA - LIÇÃO 07- TABERNÁCULO.

         

LIÇÃO 07

A FONTE PURIFICADORA

A PIA DE BRONZE - O TABERNÁCULO

 

Texto para memorizar.

Lava-me completamente da minha  iniquidade e purifica-me do meu pecado

 (Sl. 51:2).

Textos Básicos.

“E eu disse-lhe: Senhor, tu sabes. E ele disse-me: Estes são os que vieram de grande tribulação, lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro” (Ap. 7:14).

“Assim, separareis os filhos de Israel das suas imundícias, para que não morram nas suas imundícias, contaminando o meu Tabernáculo, que está no meio deles” (Lv. 15:31).

“13 Porque, se o sangue dos touros e bodes e a cinza de uma novilha, esparzida sobre os imundos, os santificam, quanto à purificação da carne, 14 quanto mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará a vossa consciência das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo? ” (Hb. 9:13, 14). 

Comentários.

 Introdução.        

      O Pátio era o único lugar do santuário que o israelita tinha acesso. Esta situação definia a sua posição diante de Deus, ou seja, ele não estava autorizado a prosseguir pelo ‘caminho do sangue’ até diante do propiciatório no Santíssimo Lugar. Somente os sacerdotes estavam autorizados a prosseguir. Igualmente, o pecador no dia da prestação de contas não passará para a eternidade, ou seja, não será salvo se não passar pela cruz de Cristo e prosseguir com Cristo até a presença do Pai, pois somente assim obteremos acesso à presença de Deus. Muitos estão enganados quanto ao ‘Caminho, a Verdade e a Vida’. Pensam que estão prontos para O Grande Dia de prestação de contas (Rm. 14:11; 2 Co. 5:10). Assim como o israelita olhava o sangue aspergido no altar pelo sacerdote e via sua vítima sendo queimada sobre o fogo e saía para sua casa na certeza que seus pecados foram perdoados; semelhantemente, nós se não crermos que Cristo morreu na cruz para nos salvar e não tivermos fé que somente seu sangue derramado foi suficiente para perdoar nossos pecados não seremos justificados. O adorador não podia tocar nas ‘coisas santíssimas’; aquelas já oferecidas a Deus, assim não podemos desqualificar aquilo que Deus tornou santo para a nossa salvação; e muitos têm ridicularizado Cristo.   

O CAMINHO DO SANGUE -

       

No Átrio deparamos com esta realidade a mesma vista no Calvário, o amor de Deus. Jesus foi o ‘Cristo’ de Deus: “Porque Deus prova o seu amor para conosco em que Cristo morreu por nós sendo nós ainda pecadores” (Rm. 5:8).  No Calvário Jesus se tornou ‘o cordeiro de Deus que tirou o pecado do mundo’ (Jo. 1:36). Estas palavras definem completamente a obra do Calvário, seu Amor e Graça. “Deus não nos Ama porque Cristo morreu por nós; Cristo morreu por nós, porque Deus nos ama” (STOTT, p. 155).  No entanto a obra de REDENÇÃO do homem não se encerra no altar.

         Além do Altar de Bronze; outro móvel bastante importante utilizado no Pátio era a Pia de Bronze, Fonte de Bronze (Ex. 30: 17-21), que denominamos de Fonte Purificadora.

         Neste texto vamos analisar a Fonte de Bronze; sua utilidade no Tabernáculo e sua analogia com o plano de salvação vista em Cristo. 


1)               A fonte de Bronze.

TABERNÁCULO - VISÃO GERAL


A fonte de bronze, cujas dimensões não foram dadas, estava situada entre o Altar de Bronze e a tenda (v.18). Não servia para oferecer sacrifício, e sim para os sacerdotes se lavarem, os pés e as mãos e até o corpo. Era o que Arão e seus filhos deviam fazer cada vez que entrassem na tenda de reunião ou se aproximasse do altar para oferecer qualquer sacrifício. Possivelmente, havia uma espécie de bico (saída) para escoar a água sobre as mãos e os pés ou a água era derramada com uma caneca, pois a purificação era com água corrente. [ (Jo. 13:10; Hb. 10:22) - JFB, p. 68) ]. A Fonte de bronze com água ocupava aquele recinto por determinação divina, pois servia água para o ritual de purificação dos sacerdotes (Lv. 19:7) e para a purificação de diversas cerimonias de purificação. Água desta fonte misturada com cinzas de novilha vermelha queimada fora do arraial servia para purificação: água purificadora. Semelhante ao Tanque de Betesda (Jo. 5) e ao Tanque de Siloé (Jo. 9). A água purificadora tem o sentido de misericórdia e graça visto em Jesus Cristo. 

         A palavra purificação vem do latim ‘purus’ (puro), e ‘facere’ (fazer), dando a entender qualquer ação ou condição que purifica alguém, em sentido ético, espiritual, ritual e cerimonial. Era bem possível que o sacerdote tivesse suas roupas manchadas pelo sangue do cordeiro, desta forma estava cerimonialmente impuro; necessitando, portanto, se purificar lavando-se com água.  No entanto, sangue rolas e pombinhos misturado com água era parte da cerimônia de purificação (Lv. 14).

         A mentalidade dos antigos hebreus não se fazia clara distinção, que hoje se estabelece, entre questões éticas e questões cerimoniais. Para os israelitas o que era altamente cerimonial se revestiam de alta importância ética (CHAMPLIN, vol. 5, p.512).

         Estar impuro significava estar contaminado por qualquer impureza física, ritual ou moral. A impureza era desagradável a Deus e pode estar relacionada com demônios (Zc. 3:2; Mt. 10:1; 12:43ss). A impureza era contagiosa, transferia-se por meio de contado de um objeto com outro e de pessoa para outra (Lv. 19:20-22).  Pessoas impuras contaminavam o Santuário do Senhor (Mm. 19:13), o arraial e o povo. Por um lado, a impureza era entendida como violação ao reino da santidade e por outro como violação da qualidade física que deveria ser lavada e queimada: “Assim, separareis os filhos de Israel das suas imundícias, para que não morram nas suas imundícias, contaminando o meu Tabernáculo, que está no meio deles” (Lv. 15:31).

         O Senhor Deus exigia na Lei que os israelitas fossem santos para que Ele pudesse viver entre eles e para isso acontecer deveriam manter-se afastados de atividades e objetos profanos. Doenças e praga, caso viessem acontecer contaminava e deveriam se manter afastados da comunidade até após a devida constatação pelo sacerdote e purificação ritual.

         Desta forma, todo israelita deveria ser purificado com água, fora do arraial, por diversas áreas relacionadas à ingestão de carne, o sexo e nascimento, a lepra e a morte (Lv. 11-15).  Assim a impureza era entendida como uma infração entre as relações pessoais, pois o pecado assim permite que se transcenda para fora dos conceitos puramente rituais impedindo uma contribuição positiva ao entendimento de impureza expresso na Bíblia como um todo.  (PFEIFER, p. 463). Todo esse cerimonialismo associado ao fanatismo vai ser a causa do surgimento de uma religiosidade que vai tratar a impureza de forma exterior. Com olhos de quem vê exteriormente (Mt. 23:25; Mc. 7:15, 20). 

A PIA DE BRONZE E O ALTAR DO SACRIFICIO2)                 2) A fonte, o sacerdote e o altar

         As cerimônias de purificação aconteciam fora do arraial e dentro do santuário. No santuário valia para os sacerdotes e fora do arraial para o povo, mas a água tinha a mesma origem a Fonte de Bronze, porém todas as ministrações de purificações eram realizadas pelos sacerdotes. A purificação era um ritual necessário para ministrar no altar. Logo a Fonte de Bronze estava diretamente ligada ao sacerdote e o altar.  Na pia com água o sacerdote se purificava para ministrar o sangue por si e pelos outros e oferecer as ofertas no altar.  O sacerdote deveria estar cerimonialmente limpo e sem pecado para se apresentar ante Deus e ministrar a favor do pecador miserável e representa-lo.    No NT a impureza deixa de ser tratada como ‘prescrições rituais exteriores’ e passam a serem vistas em termos ‘espirituais interiores’: Ora, amados, pois que temos tais promessas, purifiquemo-nos de toda imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus” (2 Co. 7:1). A pureza cerimonial fica inteiramente para trás, conforme se verifica em Romanos 14, cuja síntese é: “(...) tudo o que não é de fé é pecado” (v.23). “O que contamina o homem não é o que entra pela boca, mas o que sai da boca é que contamina o homem, porque sai do coração” (Mc. 7:19). Ainda o apóstolo Pedro afirmou: “De modo nenhum, Senhor, porque nunca comi coisa alguma comum e imunda. 15 E segunda vez lhe disse a voz: Não faças tu comum ao que Deus purificou” (At. 10:14, 15). Logo, a ênfase do NT reside na corrupção moral que é a verdadeira causa da condenação da alma.

         A purificação realizada por Cristo não se restringiu à natureza humana, mas se estendeu até o céu, o santuário de Deus:

“De sorte que era bem necessário que as figuras das coisas que estão no céu assim se purificassem; mas as próprias coisas celestiais, com sacrifícios melhores do que estes. 24 Porque Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para agora comparecer, por nós, perante a face de Deus; 25 nem também para a si mesmo se oferecer muitas vezes, como o sumo sacerdote cada ano entra no Santuário com sangue alheio” (Hb. 9:23-25). 

         a) A obra de purificação deve ser entendia como obra de Cristo em sua morte expiatória. 

Jesus é o agente da purificação (Hb. 1:3), no entanto é preciso que o crente redimido ande na luz, pois o sangue de Cristo já o purificou (1 Jo. 1:7). Não se trata de purificação exterior, cerimonial como no AT, mas purificação da consciência (Hb. 9:14). Os sentimentos de culpa gerada na consciência tornam as prisões que corrompe alma e destrói o corpo. Assim a libertação proporcionada por meio de Cristo ultrapassa todas as barreiras da alma e limpa a fonte do mau, a mente humana. Não só a mente deve passar pela purificação, mas também a fonte de toda intenção, o coração: “cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé; tendo o coração purificado da má consciência e o corpo lavado com água limpa, retenhamos firmes a confissão da nossa esperança, porque fiel é o que prometeu” (Hb. 10:22, 23).

3)              b) Morte substitutiva e morte participativa.

         Cristo não somente nos substituiu na cruz sofrendo a punição pelos nossos pecados, mas nós morremos juntamente com Ele na cruz. Ele morreu fisicamente, nós morremos ‘juntamente com ele’ e com Ele ressuscitamos para uma nova vida (Rm. 6:5: Ef. 2:6). O NT afirma:  20Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne vive-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou e se entregou a si          mesmo por mim” (Gl. 2:20).

         A ira de Deus é contra o pecado que habitava em nós a quem ele ama (Ef. 3:19, 1 Jo. 4:16). Se ‘entregar por mim’, me substituiu e o ‘já estar crucificado com Cristo’, me uni a ele em sua morte.  “Fiz isso quando reconheci meus pecados e minha distância do Senhor; entendi o amor de Deus manifesto em Cristo e aceitei; tanto que o amei também que fui com Ele à cruz e morri com Ele, então ele veio habitar em mim e me ressuscitou para uma nova vida, por causa do meu sincero arrependimento e confissão”.

         O sacrifício de Cristo foi agradável ao Pai e trouxe a paz para com Deus, afastando sua ira e permanecendo sua Graça, ‘o amor eterno’ (Is. 54:7, 8).  

4)               c)) O batismo nas águas.

O batismo nas águas é a confirmação de que houve entrega total a Deus, isto é que houve crucificação da carne. O termo batismo significa ‘imergir’, mergulhar (gr. baptizo). Tem o sentido de renascer espiritual com purificação de todos os pecados e culpas. O batismo nas águas é um testemunho exterior de uma realidade interior. Você declara que está morrendo para o mundo e vivendo para Deus. É uma declaração que você está se afastando do pecado e suas causas e se entregando totalmente para Deus (Ef. 4:4, 5). O batismo é o próximo passo após sua entrega a Cristo. O batismo é ato simbólico de que você está sendo sepultado com Cristo e ressuscitando para Deus: “Sepultados com ele no batismo, nele também ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dos mortos” Col. 2:12). O batismo é uma declaração de fé em Cristo por meio de uma ordenança (Rm. 10:10), sobretudo é um sepultamento dos desejos da carne (Rm. 6:4). O batismo nas águas por imersão simboliza o Novo Nascimento. 

3)               Lavando-se na fonte purificadora.

         Em João 13:4-10 o Senhor Jesus mesmo nos mostra a significação da Fonte de Bronze. Ao celebrar a última ceia com seus discípulos Ele se levantou da mesa e se pôs a lavar os pés deles. Pedro se recusa; então Jesus disse: ‘se não te lavar, não terá parte comigo’ (vv. 8). ‘Não ter parte com ele’ é condição muito grave. Então ‘não lave somente os pés, mas também as mãos e a cabeça’, disse Pedro. Jesus lhe respondeu: “Quem já tomou banho está completamente limpo e precisa lavar somente os pés”, (vv. 10).

FONTE PURIFICADORA - PIA DE BRONZE

         Para aquele que teve todo o corpo lavado - é certo, que passou pelo Novo Nascimento na conversão – não é necessário repetir o que já foi cumprido uma vez para sempre (Tt. 3:5); mas ocorrem momentos em que o resgatado, por causa da fraqueza da carne que está ainda nele; pecar e manchar os seus pés no caminho. Não se trata, então, de ser convertido de novo, e sim que seus pés sejam lavados. O Senhor mostra por meio da Palavra, ou na consciência o que se manifestou; logo é preciso confessar sua falta a Deus (I Jo. 1:9). E recordar que, por esse pecado Cristo morreu.  Uma vez que o ‘resgatado’ lavou seus pés, pode ter parte com o Senhor, e assim, gozar da comunhão de novo com Ele (Ap. 3:20).

          Em efeito, quando um crente pecou a comunhão com o Senhor se interrompe. Não há mais gozo, nem prazer pela Palavra.  A salvação não se perdeu, a Vida Eterna está sempre ali, mas permanece uma culpa na consciência.  É necessário, pois, voltar ao Senhor, confessar-lhe a falta, discernir suas causas e julgar a si mesmo e recordar a eficácia do Seu sacrifício, e então será restaurado. A fonte de bronze nos fala de separação do mal que muitas vezes nos envergonha diante de Deus e dos homens. Os sacerdotes lavavam as mãos e os pés, várias vezes ao dia e isso nos ensina algo muito importante: “se a tua mão ou o teu pé te escandalizar, corta-o e atira-o para longe de ti; melhor te é entrar na Vida coxo ou aleijado do que, tendo duas mãos ou dois pés, seres lançados no fogo eterno” (Mt. 19:13).       

          Identificamos três formas de purificação; o sangue, a água e o fogo. Pelo sangue, o pecador é purificado do pecados e ofensas, (usado para resgatar); pela água, o já resgatado é limpo (usado para limpar, tirar as imundícias e separar delas) e o fogo para aniquilar definitivamente (para destruir definitivamente, aniquilar). No NT também: o sangue de Cristo, a Água do Espirito e o fogo do inferno.

         A ‘Fonte Purificadora’ de Cristo continua lavando mentes e corações; revelando nossas más intenções pelo Espirito Santo. Libertando o homem de forma integral; espirito, alma e corpo (1Ts. 5:23).  Quando nossa mente nos acusa devemos comparecer imediatamente diante do Grande Sacerdote, antes que nossos pecados sejam expostos, como ocorreu com o rei Davi. Depois da vergonha, reconheceu profundamente que errou: “Lava-me completamente da minha iniquidade e purifica-me do meu pecado. 3 Porque eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim” (Sl. 51; 2,3). Certamente, esta oração envolve mente e coração; não foi um ritual vazio sem sentido, mas com profundo arrependimento e determinação diante trono da Graça: “Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós. Limpai as mãos, pecadores; e, vós de duplo ânimo, purificai o coração.  Senti as vossas misérias, e lamentai, e chorai; converta-se o vosso riso em pranto, e o vosso gozo, em tristeza. 10 Humilhai-vos perante o Senhor, e ele vos exaltará” (Tg. 4:8). 

4)               Fazendo-se uma autoanalise.

         Recordemos sempre que todos os recursos estão a nossa disposição para não ceder ao pecado, tal como nos escreve o apóstolo João: Eu vos escrevi, pais, porque já conhecestes aquele que é desde o princípio. Eu vos escrevi, jovens, porque sois fortes, e a palavra de Deus está em vós, e já vencestes o maligno”. (I Jo. 2:14).

         É importante cada dia realizar essa análise de nós mesmos e a lavagem dos pés; assim como os sacerdotes deviam fazê-lo antes de entrar no santuário, ou antes, de aproximar-se do altar. É necessário que cada um faça por sim mesmo, antes do culto e antes de participar da ceia, segundo o ensinamento de 1 Co 11:26-32. Nesses versos vemos que qualquer que come o pão e bebe o cálice do Senhor indignamente será culpado do Corpo e do sangue do Senhor (v. 27). Não se trata que por causa da ‘mancha no caminho’ seja necessário abster-se da ceia; ao contrário, se analise: “Examine a cada um a si mesmo, e assim coma”

SACERDOTE E A PIA DE BRONZE

          Antes de entrar no santuário, julgar a si mesmo; é o passar pela Fonte de Bronze e ver seu rosto refletido no fundo da bacia, contemplar os seus pecados, arrepender-se e confessar e assim comer.  Com um profundo sentimento do que é a Graça; a única causa da obra de Cristo, que nos permite aproximarmos; participar da memória de Sua morte para responder ao Seu último desejo.

         Descuidar do julgamento diário de nós mesmo e participar da ceia em tal estado; expõe-nos ao julgamento do Senhor.  Assim muitos em Corinto estavam doentes, enfermos ou dormiam; e depois, estavam mortos. Vemos nele um ensinamento também moral, pois se não desejamos julgar (ou analisar) a nós mesmos e tomarmos a ceia (pois, pensamos que se abster-se é talvez algo mais grave!), estaremos espiritualmente doentes e enfermos (uma ovelha enferma se aparta do rebanho); ou seremos vencidos pelo sono espiritual; (ver Ef. 5:14). Se tal é o caso, quão importante é despertar-se, “levantar-se de entre os mortos” (V.M.), para reencontrar a Luz da face de Jesus Cristo.

         A fonte de bronze havia sido feita com os espelhos das mulheres dedicadas a Deus que trabalhavam na porta do Tabernáculo de reunião (Ex. 38:8). Isto configura uma dupla lição: reflexão e desprendimento:

1- Os espelhos nos falam, segundo Tiago 1:23, da Palavra de Deus, a qual põe em evidência as faltas de nossos pés à Igreja e revela o que somos para a sociedade;

2- As mulheres que se aproximavam do Tabernáculo de reunião com aqueles que buscavam ao Senhor (Ex.33:7) tinha um coração voltado para Ele. Por gozarem de Sua presença, lhe foi fácil abandonar alegremente, pelo Senhor, o que era objeto de precedência ‘vaníloqua’ (que fala coisas vãs, inúteis, sem valor ou pessoa que se vanglória).

5)               Considerações finais.

         Este mundo é o lugar das ações de Deus na vida de todas as pessoas. Daqueles que já foram ‘resgatados’ e daqueles que ainda estão em perigo pelo ‘fogo’ (Jd. 23) representados pelos arrependidos e os orgulhosos. O Pátio representa o lugar de nossa peregrinação. Os que se arrependeram passaram pela porta e os indecisos ‘estão observando que beleza seriam aquelas cores? ’.  Embora houvesse uma ‘cerca separando’ o arraial do lugar sagrado; havia uma grande porta que nos informa que realmente há uma separação entre o mundo e o Reino de Deus, mas a grande porta da Graça ainda está aberta; todavia, a qualquer hora ela vai fechar e ninguém poderá entrar por ela mais. Não espere anoitecer quanto todas as portas se fechavam, pois, o amanhecer pode não nascer para você.

         Às vezes o sacerdote saía do santuário para ministrar fora do Pátio [na oferta pelo sacerdote e oferta de holocausto (Lv. 6:11; 4:12), por exemplo, ]. Clara evidência do desejo de Deus que todos sejam salvos, não somente daqueles que se aproximam, mas também daqueles que preferem manter-se distante. Jesus antes de se tornar o Grande Sacerdote, foi mestre e profeta. Ele veio buscar e salvar quem estava perdido e a multidão que andava em trevas viram uma grande luz. As incursões fora do santuário testemunhavam a necessidade de arrependimento. Jesus, o Filho de Deus, pagou alto preço a começar por deixar Sua glória no céu para assumir a forma humana e trazer salvação no mundo. 

         As cinzas dos sacrifícios e as partes de animais que eram queimados fora do arraial (‘num lugar limpo’ e lugar de morte) denunciava o destino do homem orgulhoso e as mazelas que são geradas pelo pecado e deixadas pelo pecador arrependido. Pois o que não servia para o Senhor era queimado fora do santuário. Os que desejava viver em paz com Deus, ou seja, viver a experiência da salvação adentrava-se no santuário. Quem comparecia no Pátio já se convenceu que é um pecador em potencial e estava arrependido e por isso, acreditava que se oferecesse sua oferta pelo pecado teria seus pecados perdoados e sairia dali justificado, por cumprir as ordenanças da Lei. No entanto, somente o sacerdote estava autorizado a entrar no Lugar Santo. Todos poderia cruzar a cortina da porta, chamada de ‘o caminho’, mas a segunda cortina, da ‘verdade’, somente os sacerdotes estavam autorizados e consagrados para isso.

Questionário.

1.    Descreva o significado da Pia de Bronze com Jesus.

2.    O que significa estar impuro?

3.    O que significa morte substitutiva?

4.    Fale sobre a autoanálise.




Fonte das imagens.

KIENE, Paul. F. Das Heiligtum Gotees in der  Wuste Sinai. Zurique/Alemanha: Beröa –          Verlag Zürich. 1986,  diversas fotografias.

https://www.gospelprime.com.br/a-pia-de-bronze-lugar-de-purificacao/

https://www.blogger.com/blog/post/edit/894224116458334375/6526123847028356559#


Bibliografia.

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KASCHEL, W. & Zimmer, R. Dicionário da Bíblia de Almeida, 2a ed. São Paulo: SBB,           1999.
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 KIENE, Paul. F. Das Heiligtum Gotees in der  Wuste Sinai. Zurique/Alemanha: Beröa –           Verlag Zürich. 1986,  diversas fotografias.
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WERREN, Rick. Uma Igreja com propósitos (Trad. Carlos de Oliveira). São Paulo. Vida. 




17/05/2020

OS SINAIS DO FIM DOS TEMPOS.



07/06 - PREGAÇÃO 

OS SINAIS DOS FIM DOS TEMPOS.

Pr. JOSÉ MARIA VIEIRA 



web radio sua palavra viva 













 



PROGRAMAÇÃO. Horário

HOJE  07-06  DOMINGO----18:00 h
 

01/05/2020

A ESCRAVIDÃO NA BÍBLIA.

Este texto e parte integrante  de um artigo maior postado neste blog:

A TEOLOGIA PRESENTE NOS DISCURSOS DA IGREJA CATÓLICA   NO FINAL DO SÉC. XIX COM RELAÇÃO A ESCRAVIDÃO. por José Maria Vieira Rodrigues, São Paulo,  2017





d.    
A escravidão na Bíblia.

            Um estudo exegético se faz necessário para elucidar qual foi o pensamento bíblico original com relação à escravidão e os princípios que deveria nortear a teologia cristã com relação à escravidão. Este estudo bíblico deveria ser realizado na época dos conquistadores marítimos e praticado principalmente pelos católicos ibéricos. Todavia, vários fatores históricos, econômicos e religiosos contribuíram para que isso não ocorresse.  
            Para Anacleto Oliveira e Rogério Oliveira (p.151,152), a escravidão era um fenômeno social dos povos antigos, aparentemente tolerado por Deus dentro de determinadas condições regulamentadas pela Lei de Moisés (Levíticos 25). O estudo mostra que havia diferenças no tratamento entre a escravidão regulamentada no Pentateuco,  da escravidão entre os gentios da Ásia Menor,  no primeiro século no Império Romano quando da divulgação do evangelho pelos apóstolos e quando da formação da Igreja, tratada nas cartas paulinas. Conforme a Lei (Levíticos 25:39), os judeus não poderiam ter escravos de sua raça, mas diaristas e ainda assim não seriam escravos perpétuos, pois havia um tempo de escravidão que prescrevia no Ano Sabático. Os escravos de fato só poderiam ser de origem estrangeiro. No Novo Testamento a escravidão aparece nos Evangelhos, embora na Palestina houvesse um numero bem reduzido de escravos. Todavia, tanto judeus como romanos possuíam escravos[ix]. Oliveira (p. 151) salienta a necessidade de compreender o pano de fundo sobre escravidão existente na Palestina nos dias de Jesus: “conhecer e compreender os dados do Novo Testamento sobre a escravatura, significa conhecer a sua existência e a sua prática na Palestina dos primórdios da era cristã, determinar a atitude de Jesus e analisar as suas repercussões na doutrina e ação da Igreja primitiva” (Ibidem,  p. 151). E continua noutra parte: “O próprio NT, nomeadamente os Evangelhos, faz-se eco da prática corrente da escravatura na Palestina” (Ibidem, p. 152). Interessante notar que o conceito neotestamentário de salvação como ‘resgatar’ e ‘remir’, adquirir mediante pagamento que são vistos em Cristo com relação ao perdido e escravo do pecado tem como metáfora na linguagem da escravidão. Saber qual era a posição de Jesus sobre a escravidão pelas narrativas do evangelho é uma tarefa difícil. Pois não encontramos elementos suficientes para chegar a uma conclusão. Nas narrativas das parábolas são as únicas referencias de Jesus à escravidão e sem qualquer indicação imediata de aprovação ou condenação (Ibidem, p. 162). A passagem do evangelho do lava-pés durante a última ceia, o princípio do ensino cristão de ser servo para ser grande no Reino do Céu atinge o auge do paradoxo; quando Jesus se põe a lavar os pés dos discípulos considerado um serviço de escravos mais desprezados, os escravos judeus não eram obrigados a fazê-los. Este gesto chocante se verifica pela reação de Pedro, era para os discípulos um exemplo a seguir: “se eu lavei vossos pés sendo senhor e mestre; vós também deveis lavar os pés uns aos outros” (Ibidem, p. 163). Jesus introduz numa sociedade de senhores o princípio em que todos devem se tornar escravos para cura que o mal do pecado introduziu nos corações humanos e assim entrar no Reino de Deus.
            O estudo de Oliveira-Oliveira (p.165) também traz a situação social existente na igreja primitiva que são vistas nas cartas paulinas pelo grande numero de textos dedicados à unidade e igualdade entre todos, nas orientações quanto ao comportamento dos escravos e às orientações escravo-senhor e na doutrina escravidão-libertação. Onde fica bastante claro o princípio existente na igreja primitiva; o princípio de unidade e igualdade: “Não há judeu, nem grego; não há escravo nem livre, não ha homem nem mulher, pois, todos vós sois um só em Cristo”. “Que é um em todos”.[x]  “a partir daí o que conta é a condição idêntica em todos os membros da igreja, na qual todos formam o corpo de Cristo”. No entanto, o apóstolo Paulo condicionou que todos deveriam permanecer na condição social em que foram chamados: “se escravos, escravo; se livre, livre”; e, em sua posição social deveriam dar provas da fé que possuíam e testemunho de Cristão. Na Igreja, as diferenças sociais deveriam ser suplantadas  pelo amor ao próximo, pela unidade e igualdade e na sociedade deveriam ser superadas pelo testemunho cristão (Ibidem, 165-170). Na igreja primitiva não houve de fato uma ideia de abolição da escravatura nos moldes do séc. XIX, mas se esperava uma mudança da sociedade que se daria através dos princípios que se viam nos evangelhos, que se traduzia numa transformação interior do ser: “Se o Novo Testamento não é revolucionário, é menos ainda conservador: de fato, toda a ordem social é descartada, e não com a força deste mundo” (Ibidem, 171).
            Segundo Oliveira – Oliveira (p. 180) a perseguição e o martírio foi a causa para uma estreita comunhão entre os cristãos independentemente de suas condições de homens livres ou escravos. “A participação no mesmo sofrimento, na mesma esperança e no mesmo ideial de não renegar a sua fé e de dar corajosamente testemunho de Cristo, unia os cristão, quer fossem escravos ou livres”. Muitos foram os escravos que corajosamente testemunharam sua fé em Cristo nas Arenas romanas, sozinhos, contrariando a vontade de seus senhores ou juntamente com eles num pacto de fé. Devido a sua coragem e lealdade à fé cristã suas sepulturas ficavam lado a lado aos dos homens livres  e as inscrições funerárias  esqueciam as diferenças sociais da vida terrena (Ibidem, p.181). Não se pode negar que a Igreja primitiva ‘nunca’ renunciou aos serviços escravos. Qualquer senhor convertido e batizado poderia ter escravos cristão, mas nas seguintes condições que o tratassem como irmãos e filhos e igualmente recomenta aos escravos cristãos a amarem seu senhor  e no caso de ser cristão, tratá-los como irmãos e serví-los dedicadamente. Oliveira - Oliveira (p.182) informa que S. João  Crisóstomo  descreve do seguinte modo as relações que deveriam existir entre senhor e escravo cristãos:

Que haja reciprocidade de serviço e de subordinação; desse modo jã não haverá escravidão, Se senhores e escravos se servirem mutuamente; então é melhor serem escravos nessa condiçao do que senhor em condiçoes opostas, em que as relaçoes entre um e outro são marcadas pelo despotismo e pelo servilismo (OLIVEIRA-OLIVEIRA, p.182)[xi].

Na situação em que os senhores eram pagãos, a recomendação para o escravo cristão era que se submetessem aos seus senhores e que tratassem bem, para que este não blasfemasse contra a Religião e se indispusessem contra o cristianismo. Deveriam aceitar livremente a condição social e se tornarem apóstolos de Cristo junto aos seus senhores, assim como Cristo aceitou livremente a  missão para resgatar os pecadores perdidos se submentendo ao Pai na condição de servo. Este apelo ‘não deveria ser entendido como forma de ligitimar e sublinhar a existência da escravatura para que esta pudesse se perpetuar’. Esta posição da Igreja primitiva, inclusive na visão de João Crisóstomo, atendia duas condições: 1. ‘Dignificar o escravo’ em sua condição social numa comparação com Cristo que se fez servo de todos e para que ninguem desprezasse os escravos em sua posiçao social; 2. ‘Investir os escravos de uma missão a cumprir livremente, como cristão e enviado de Cristo junto à sua família e ao seu senhor’.  “Esta missão era livremente aceita e não uma imposição servil” (Ibidem, p. 183).
            O resultado prático segundo Olivieira - Oliveira (p.184) da aplicação dos princípios do evangelho na vida social daquele tempo foi “manumissão, favorecida e tornada possível pelas novas condições sócio-econômicas” que era vista “não só como uma obra humanitária, mas como uma obra de caridade agradável a Deus e como o melhor modo de alcançar misericórdia, a remissão dos pecados e a salvação da alma”. Ou seja, dar liberdade aos cativos era vista como uma forma de alcançar a salvação. Oliveira-Oliveira continua informando que  nas  As atas dos Mártires” há  o relato de Hermes, que no tempo de Trajano, libertou 1250 escravos, num domingo de Páscoa. Cromácio, antigo prefeito de Roma, libertou 1400 deles;  Santa Melania libertou 8 mil num só dia [xii]. Havia casos em que pela morte de um parente ou amigo se oferecia a Deus a libertação de um ou mais escravos.
            A igreja primitiva não pensava em uma emancipação dos escravos de forma ampla;  o que se pensava era a extinção  pela formação vivida em toda a esfera da sociedade, primeiramente  nas assembleias cristãs, na vida familiar de seus membros e na politica. “Possuído daquela força de penetração que é próprio da religião tendia a penetrar na consciência individual e social e a tornar norma inspiradora de toda a vida”(Ibidem, p.195).
            A conclusão que  Anacleto Oliveira e Rogério Oliveira (p.196) chegam de seu estudo sobre “Cristianismo e a escravidão” (que aqui faço um resumo), é que seria muito natural e lógico que as “concepções do cristianismo sobre a instituição do Império seria muito fácil prever para breve o fim da escravidão.” Tendo em vista “os princípios cristãos de igualdade fundamental entre todos os homens” e o “domínio cada vez maior da Igreja sobre as realidades temporais, mas isto só na teoria, pois na prática foi muito mais complexa. A escravidão continuou a existir mesmo em regiões onde a Igreja demonstrava sua poderosa influência”. 
            Anacleto Oliveira e Rogério Oliveira enumera duas possíveis razões do fracasso da Igreja em extinguir com a escravidão:

1)         A partir do século IV, o cristianismo foi marcado por um espiritualismo que desmobilizou do seu empenho de transformar a sociedade. A dificuldade econômica  e social vivida pelos cristãos levaram a pensar numa salvação espiritual transcendental  e eterna separada da libertação e salvação deste mundo. A visão dualista que “desvalorizava a vida terrena e favor de uma vida ulterior e super-uranica e de nítida influência platônica”. “De fato o neo-platonismo dominou os meios cristãos”. A teologia vertida por Santo Agostinho e exposta  na obra ‘A cidade de Deus’ – que iria dominar o pensamento medieval.  
2)        A acomodação da Igreja frente à constantinização a partir do IV século devido aos privilégio  concedidos pelo Estado; fez com que a Igreja perdesse a força de provocar impacto e poder de transformação na sociedade de acordo com os ensinamentos recebidos de Cristo e dos Apóstolos. “Quando a Igreja se tornou proprietária, possuindo também ela escravos em grande número, nessa altura sua capacidade de intervensão ficou extremamente reduzida” (OLIVEIRA-OLIVEIRA, p.196).

          A citação de M. Bloc por Olivieira-Oliveira (p. 197) onde nos cânones conciliares os bispos da Igreja proibiam os padres de libertarem seus escravos das propriedades eclesiásticas e dos abades de emanciparem os escravos dados aos seus mosteiros remete ao Direito Romano de propriedade, pois  para o clero “os bens da Igreja era em princípios inalienáveis e os seus administradores não deveriam dispor deles segundo razões de piedade”.[xiii] Oliveira- Oliviera finaliza dizendo que estes cânones descrevem uma mudança na mentalidade das lideranças cristãs; “é evidente um compromisso da caridade cristã com as ordens estabelecidas a partir da paz de Constantino e do consequente enquadramento da Igreja nas estruturas imperiais”. 
            Segundo Oliveira-Oliveira (p. 198) não pode deixar negar que a atuação do cristianismo na escravatura antiga: “esta praticamente despareceu. Os escravos tornaram-se servos. Ainda que formassem uma classe social inferior, dependente, explorada  e desprezada; eram considerados como pessoas, e como tais, pertencia à sociedade que serviam”. 
               A escravidão nunca deixou de existir na Idade Média e estava presente entre todos os povos cristãos ou pagãos, católicos, judeus e muçulmanos. As invasões bárbaras fez perpetuar o tráfico de escravos e a escravidão nesse período, pois os derrotados nas guerras eram feitos escravos ou levados cativos para serem comercializados tanto adultos como criança de ambos os sexos. A lei que basicamente regulamentavam e legitimavam  a escravidão foi o Direito Romano[xiv], depois surgiram outras leis como o Direito Germânico e na Igreja Católica o Código do Direito Canônico.
            Altamente lucrativa o tráfico e comércio de escravo perdurou por toda a era medieval. Havia rotas comerciais de escravos que cortava o continente europeu e africano trazendo escravos de diversos pontos do mundo; Eslavos, muçulmanos, celtas e cristãos. Apesar do esforço e proibições dos papas em impedir que cristãos se tornassem  escravos; a prática nunca se estinguiu nesse período.[xv] Italianos de Veneza, Judeus, muçulmanos e ibéricos (mouros), Vikings, mongóis e britânicos, todos praticavam trafico de escravos. O comércio de escravos na Inglaterra foi oficialmente abolido em 1102 por força e decisão do bispo de Cantuária[xvi]. No Concílio de Westminster, o clero britânico condenava a escravidão contrária aos ensinamentos de Cristo e declarava: “Let no one hereafter presume to engage in that nefarious trade in which hitherto in England men were usually sold like brute animals."[xvii]  Outros países seguiram o exemplo, na Polônia a escravidão foi proibida no sec. XV. Na Lituânia, em 1588 a escravidão foi abolida.

    
 À parte, a escravidão praticada pelos países católicos e protestantes a partir do sec. XV não encontram fundamentação bíblica favorável. Também, ao considerar o contexto histórico-social e a problemática existente no Brasil envolvendo Estado, Igreja e escravocratas que disputavam poder, e de outro lado, os abolicionistas liberais, sociedade livre favorável a emancipação e os negros que se esforçavam pela libertação. Também, não encontramos nestes grupos ou em particular uma ‘voz profética e discursiva’ que tangenciasse os pensamentos a fim de formar opinião teológica favorável à abolição. Os discursos favoráveis à abolição vinham de representantes políticos, de integrantes de movimentos abolicionistas, advogados, escritores e jornalistas que usavam o palanque, a tribuna e a imprensa para atacar a escravidão. Portanto, as vozes estavam e vinham de fora do clero e tinha conteúdo politico e social, ético-moral e com objetivos filantrópicos.



6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

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